ROBERTO BENTO: CHARME E IRREVERÊNCIA NOS PALCOS

30 dezembro 2009 |


Irreverente, carismático e talentoso. Estas três qualidades se encaixam perfeitamente para o ator Roberto Bento, 42 anos. Sua carreira teve início com um teste para “Meu pé de laranja lima”, na direção de Augusto Cesar Vanucci. “Para ser sincero, se tivesse que desistir seria ali, pois fui o melhor ator mirim e como eu não era sobrinho, filho nem nada de diretor nenhum, ganhei um...
Palavras de Vanucci: ‘parabéns, seu filho é o melhor, mas infelizmente o sobrinho do fulano vai fazer o papel’. Foi muito sincero, mas eu preferia ser o sobrinho”, brinca.

Entre os atores que mais admira, estão Cleide Yáconis, Sergio Viotte, Paulo Autran, Sergio Cardoso, Bibi Ferreira, Juca, Mateus Nastergale, Justin Rofman, Paccino, De Niro. Enfim, um time que, constantemente, Bento se espelha para arrasar nos palcos, como fez recentemente com o espetáculo “Coti-di-ano”, no Teatro Agildo Ribeiro, no Méier (RJ).

Confira a entrevista exclusiva que Bento deu ao “Cultura Viva”:

CULTURA VIVA: DE TODA A SUA CARREIRA, QUAL O MOMENTO MARCANTE QUE VOCÊ PODERIA DESTACAR?
ROBERTO BENTO: O agora. Estou num momento único, onde posso contar comigo mesmo e só. Claro, meu produtor Fabrício Machado, minha diretora e amiga Di Velloso e a Dilza (Christina Rodrigues) entram em minha vida para somar. Realmente, depois de tentar entrar em companhias de teatro e, sempre voltado à publicidade, cansei; fui e estou indo à luta com “Coti-di-ano”, que tem vida longa este trabalho, com certeza!

C.V.: ALÉM DOS ARTISTAS QUE ADMIRA, EM QUEM SE ESPELHA NA HORA DE INTERPRETAR?
R.B.: Nas pessoas do dia-a-dia, no padeiro, no verdureiro, no professor, no executivo, no médico... Todos têm um peculiar. É só prestar atenção.

C.V.: NA SUA OPINIÃO, QUAL A DIFERENÇA DO TEATRO EM RELAÇÃO À TV?
R.B.: O teatro é a base, é a mãe e o pai, é a solidificação. Vindo dele, você se adapta bem aos outros veículos e aprende, com certa facilidade, o fundamental: ser humilde sempre, claro, desde que suas condições sejam respeitadas.

C.V.: A PEÇA “COTI-DI-ANO” QUE APRESENTOU RECENTEMENTE NO TEATRO AGILDO RIBEIRO, NO MÉIER (RJ), ARRANCOU GARGALHADAS DO PÚBLICO. ELA CONTINUA EM 2010? QUAIS SÃO SUAS METAS PARA O PRÓXIMO ANO?
R.B.: “Coti-di-ano”, como já disse, tem vida longa e irá arrancar gargalhadas de muitas pessoas no Brasil. Escute bem... “No Brasil”... 2010, com certeza, é o ano da solidificação deste trabalho. Em janeiro, estaremos fazendo o espetáculo de graça, no Parque das Ruínas, na Lapa, aos sábados, às 19h. Na primeira semana de fevereiro, vamos à Porciúncula, no interior; depois, quero e vou para os Teatros Vanucci e Falabella.

C.V.: COMO ANALISA O MERCADO ARTÍSTICO NO BRASIL, ATUALMENTE?
R.B.: Que pergunta difícil! Vamos ver se consigo (risos). A Globo vende: enfim, precisa de gente bonita para estar lá vendendo. Para entrar numa emissora é complicado porque quando você fica sabendo de um teste, incrivelmente no outro dia já fechou o elenco. É difícil, entende? O ideal é você estar em cartaz e um anjo iluminado te ver e te contratar (risos). Tomara que um venha me ver logo!

C.V.: EM SUA ÓTICA, QUAL O SEGREDO PARA ATUAR NO PALCO COM UM HUMOR SADIO QUE FAÇA O PÚBLICO GARGALHAR DO INÍCIO AO FIM DO ESPETÁCULO?
R.B.: A simplicidade, a verdade das personagens; a armadura tem que ser bem feita. Daí, você se veste e faz acontecer, sem exageros. E um detalhe: fale, olhe e aja como o público quer. É difícil, mas se consegue.

C.V.: BENTO, QUE MENSAGEM VOCÊ DEIXA PARA SEU PUBLICO?
R.B.: Meu público... Não a todos os públicos... Saúde, paz, amor, menos cobiça e mais doação, mais humanidade e mais fé.

Foto: Divulgação

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