Tomaz Miranda se destaca por sua arte no carnaval

09 março 2017 |


Ele tem o samba no olhar. Em seu coração pulsa o amor pelo carnaval que, aliás, se dedica incansavelmente. Assim como outros artistas, o jovem Tomaz Miranda, 29 anos, é alguém que dá um brilho a mais no carnaval de rua, no Rio de Janeiro. Através de blocos que prezam em realizar shows onde o público aproveita de forma sadia, Miranda é um daqueles que registra seu trabalho no cenário carioca e arrasta multidões.
Cantor, cavaquinista  e puxador do bloco Simpatia é Quase Amor, concedeu entrevista exclusiva ao CULTURA VIVA. Acompanhe!
CULTURA VIVA: Se pudesse dar um sinônimo para sua carreira, que palavra seria?
Tomaz Miranda: Samba. É a música que eu mais gosto de cantar. 
C.V.: Quem ou o que mais te inspirou a seguir carreira como sambista?
T.M.: Não me considero sambista, mas um músico e cantor de samba. Sambista é outro papo. Tenho algumas referências. Meus pais foram importantes pro meu estudo musical. (Comecei desde pequeno). Além disso, os grandes compositores e instrumentistas da nossa música são sempre inspirações pra gente seguir em frente. 
C.V.: O samba tem muito a ver com o Rio de Janeiro. De quando começou no ramo até hoje observa alguma mudança no cenário, tanto em público quanto em investimento?
T.M.: De uma maneira geral, o cenário da cultura está muito ruim. Com a crise econômica, social e política que o Brasil passa isso fica pior. Ainda tivemos esse processo de criminalização da Lei Rouanet, que é de uma ignorância absurda. Temos grandes artistas no cenário musical carioca e não vejo o reconhecimento que eles merecem. Espaço na mídia, contratos justos, etc. É sempre uma luta e, de maneira geral, o risco fica sempre em cima do artista, o que não é justo. O artista tem que investir em tudo hoje em dia. Assessoria de imprensa, digital, bancar seus discos, etc. Acho que passamos um período muito difícil e ninguém sabe muito bem por onde ir. Está todo mundo experimentando uma maneira de fazer.  
C.V.: E o carnaval desse ano, que balanço você faz?
T.M.: Foi um carnaval bonito. Acho uma pena alguns blocos deixarem de sair por falta de patrocínio. Torço para que ano que vem voltem ao circuito. Quanto mais blocos em mais regiões da cidade, melhor, pois a descentralização faz com que cada um possa brincar onde quiser, perto de casa, com os amigos do bairro e sem precisar atravessar a cidade no transporte (ruim) pra brincar o carnaval. 
C.V.: A efervescência dos blocos de rua deu um novo ar ao carnaval no Rio, em sua opinião?
T.M.: Resgatou a ocupação da rua como espaço público de convivência gratuita. Acho isso muito importante.  


C.V.: Além de cantar muito bem, você domina o cavaquinho com maestria. É apenas uma questão de dom ou momentos de dedicação foram fundamentais?
T.M.: Agradeço muito o elogio. Acredito que a maior parte disso tudo é dedicação. Não acredito muito nessa coisa de dom não (risos). 
C.V.: Além do bloco Simpatia é Quase Amor, do qual você é puxador, colabora em outros blocos?
T.M.: Toco no Escravos da Mauá e no Imprensa Que eu Gamo. Em 2017 fui convidado pelo Suvaco do Cristo pra compor o samba e ganhamos o prêmio Serpentina do Ouro do Jornal O Globo. Fiquei muito feliz com o resultado! O samba é meu e do Mellinho, fundador do Simpatia.  
C.V.: Qual o segredo do sucesso de público dos nossos blocos cariocas, em sua análise?
T.M.: Acho que as pessoas perceberam que é possível se divertir muito durante o carnaval sem gastar dinheiro com Abadás e/ou camarotes. 
C.V.: Quais as novidades de sua carreira para este ano?
T.M.: A primeira prensagem do meu disco está acabando. Penso em prensar mais uma leva e fazer mais alguns shows de relançamento desse trabalho que eu gosto tanto. Também estou avaliando se gravo um segundo disco, mas ainda não tem nada certo. 
C.V.: Prevê algum futuro para o samba?
T.M.: As modas vêm e vão, o samba permanece.  
C.V.: Quais os seus contatos para shows?
T.M.: Através do e-mail contato@tomazmiranda.com.

Fotos: Divulgação

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