'Nu de Botas' no Sesc Belenzinho

16 junho 2017 |


O espetáculo Nu de Botas, baseado em livro nomônimo de Antonio Prata, reúne crônicas sobre passagens marcantes de sua infância. Com direção de Cristina Moura, que também assina a dramaturgia em parceria com Pedro Brício, a comédia estreia noSesc Belenzinho, no dia 23 de junho (sexta, às 21h30).

Na encenação estão as primeiras lembranças no quintal de casa, os amigos da vila, o divórcio dos pais, o cometa Halley, os desenhos animados da TV, uma inusitada viagem à África, dilemas morais, viagens de carro, histórias e relatos das lembranças da infância do autor, uma época da vida repleta de descobertas e experimentações. As histórias do menino Antônio, que nasceu em São Paulo no final dos anos 70, são inspiradas em fatos reais, narradas do ponto de vista da criança, com os filtros da ficção e permeadas pelo bom humor. Um olhar infantil, de quem se espanta com o mundo e a ele confere um sentido muito particular – cômico, misterioso, lírico e encantado.

No palco, os atores Luciana Paes, Isabel GueronThiare Maia Amaral / Keli Freitas, Pedro Brício e Renato Linhares contam as histórias de Antonio pelas suas próprias perspectivas e sensibilidades de adultos que vivem na cidade do Rio de Janeiro. Esse foi o desafio proposto por Cristina Moura, que aposta numa encenação simples com valorização das palavras e das imagens que surgem das histórias desse jovem e talentoso cronista, explorando cenicamente a comicidade por trás de cada uma das situações vividas pelo narrador. Em Nu de Botas o espectador se depara com situações aparentemente cotidianas, entretanto o humor utilizado por Prata transforma cada uma dessas situações em narrativas muito especiais, fazendo com que novamente habitemos a infância ao nos abrir as portas para um estado de surpresa e encantamento.

A montagem é uma peça de memória, de afeto; são lembranças particulares de um narrador que, em algum momento, são as nossas lembranças, ou nos remetem a elas. Se a infância é a poesia da nossa existência, se passamos a vida buscando reencontrá-la, mas ela fica por lá, em forma de memória, em fragmentos, afirmando um pouco quem somos, as histórias de Nu de Botas nos transportam para essa dimensão mais poética da vida.

Ficha técnica

Baseado na obra da Antonio Prata
Dramaturgia: Cristina Moura e Pedro Brício
Direção: Cristina Moura
Elenco: Luciana Paes, Isabel Gueron, Thiare Maia Amaral / Keli Freitas, Pedro Brício e Renato Linhares
Cenários: Estúdio Radiográfico (Olivia Ferreira e Pedro Garavaglia)
Figurinos: Ticiana Passos
Direção musical: Domenico Lancelotti
Iluminação: Francisco Rocha
Direção de produção: Dadá Maia
Duração: 75 minutos. Classificação: 14 anos. Gênero: comédia.


Currículos

Antonio Prata - Desde 2010 é colunista semanal do jornal Folha de São Paulo. Considerado um dos cronistas de maior destaque de sua geração e um dos maiores do país, são de sua autoria alguns bordões que já se tornaram populares - como “meio intelectual, meio de esquerda”, título de seu livro publicado anteriormente à “Nu de Botas” e de um seus textos mais célebres -, bem como algumas das passagens mais bem-humoradas da novela “Avenida Brasil” (TV Globo), em que atuou como colaborador de João Emanuel Carneiro. Em 2012, foi incluído na edição brasileira da revista Granta como um dos vinte melhores escritores nacionais com menos de 40 anos. Foi um dos 16 participantes do projeto “Amores Expressos”, passando um mês em Xangai  para escrever um romance, até hoje não publicado. Colaborou como roteirista nas novelas “Bang Bang“, de seu pai Mario Prata e Carlos Lombardi e também  e “A Regra do Jogo” de João Emanuel Carneiro. Em 2015 escreveu o piloto da série "Os Experientes", dirigido por Kiko e Fernando Meirelles. "Os Experientes" venceu o prêmio APCA de melhor série de televisão. Obras publicadas: “Douglas e Outras Histórias” — Azougue Editorial (2001); “Estive Pensando” — Marco Zero Editora (2004); “Meio Intelectual, Meio de Esquerda” - Editora 34 (2010); “Felizes Quase Sempre” - Editora 34, com Laerte Coutinho (2013); “Nu de Botas” - Companhia das Letras (2013); “Trinta e Poucos” - Companhia das Letras (2016), entre outros.

Cristina Moura - É diretora de espetáculos de teatro e dança contemporânea, coreógrafa e intérprete. Entre 1996 e 2003 viveu na Europa e integrou o Les Ballets C de La B de Alain Platel, entre outras Cias. Em 2003 cria seu solo “like an idiot”, de grande êxito, que foi mostrado na Europa, America Latina, Estados Unidos, Canadá e Brasil. É colaboradora de Enrique Diaz em "Ensaio.Hamlet" de W Shakespeare e "Gaivota" de A. Tchekov e em 2010 co-dirige "OTRO", do Coletivo Improviso, com este diretor. Em 2011 dirige "O menino que vendia palavras" a partir do livro homônimo de Ignácio de Loyola Brandão com dramaturgia de Pedro Brício. Em 2012 cria o duo “Peça coração”. Em 2013 assina a direção de "Philodendrus, uma conferência imaginária". Co-dirige com Emilio de Mello "Nós de borboletas", de Keli Freitas. Em 2014 dirige "Retratos" solo para Carolina Cony. Em 2015 prepara os elencos das novelas da Rede Globo, e apresenta “ Exercicios para Sr. Silva” no Tempo Festival, no OiFuturo Flamengo. Em 2016 colabora com “Os Realistas” com direção de Guilherme Weber e “A menina do dedo torto” com direção de Pedro Bricio.

Isabel Gueron - Formada em Artes Cênicas pela Universidade do Rio de Janeiro, em 1997 e Escola Nacional de Circo, em 1995. Em 2001 recebeu o Kikito de Melhor Atriz do Festival de Gramado por seu desempenho em "Bufo & Spallanzani", de Flavio Tambellini. No teatro, atuou em mais de uma dezena peças, como "Dorotéia", de Nelson Rodrigues, e "As Visões de Simone Machard", de Bertold Brecht. Em 2010, esteve em cartaz com “Após a chuva” com texto e direção de Silvio Guindane. Participou dos espetáculos: 1995- “Máscaras”, de Menotti Del Pichia, direção de Djalma Thurler; 2005- “A Farsa”, de Botho Strauss, direção de Caco Coelho; 2009- “Improzap”, com a Cia Teatro do Nada; 2011- “Um Coração Fraco”, de Dostoievski, direção de Priscilla Rozenbaum; 2012- “A Propósito de Srta. Julia”, de August Strindberg, direção de Walter Lima Junior, 2016.  Entre outros.

Thiare Maia Amaral - É atriz e criadora. Seus últimos trabalhos são “O Grande Livro dos Pequenos Detalhes”, co-produção Brasil /Portugal que estreou no Oi futuro do RJ em 2015 e teve apresentações em Lisboa e Porto. “Memória de Elefante”, dentro do projeto Microteatro que teve sua primeira edição no RJ. Durantes os últimos anos trabalhou com encenadores como Michel Melamed, Alessandra Colasanti, Cristina Moura, Emanuel Aragão e Jefferson Miranda. No cinema assina colaboração no roteiro e direção no filme “A Glória e a Graça”, direção de Flávio Tambellini com estreia prevista para 2017.

Pedro Bricio - É dramaturgo, diretor, ator e produtor. Destacamos alguns trabalhos: "A Outra Cidade", assinou texto e direção, Centro Cultural Banco do Brasil - Teatro I, Indicado ao prêmio Questão de Crítica de melhor texto (2013); “Breu” assina o texto, direção de Maria Sílvia Campos e Miwa Yanagizawa, CCBB – Brasília e RJ, Sesc Belenzinho – SP (2012); “Me salve, musical !” assinou o texto e direção. “Trabalhos de amores quase perdidos” assinou o texto e direção, Espaço Cultural Sérgio Porto, esse texto publicado na coleção “Dramaturgias” da editora Cobogó (2011); “O Menino que vendia palavras” assinou a dramaturgia a partir do livro homônimo de Ignácio de Loyola Brandão, Prêmio APCA de melhor texto adaptado, direção de Cristina Moura. “A Peça do casamento” texto de Edward Albee, assinou a direção, no elenco Guida Vianna e Dudu Sandroni; “Modéstia”- de Rafael Spregelburd, assinou a direção, no elenco Bel Garcia, Fernando Alves Pinto, Gilberto Gawronski e Isabel Cavalcanti; “Acqua Toffana”, de Patrícia Melo, assinou a adaptação e direção, no elenco Dani Barros, indicado ao prêmio Shell melhor atriz, Teatro Oi Futuro, Teatro do Jockey, Sesc Paulista (S.P), Festival internacional de São José do Rio Preto, Cena Contemporânea Brasília

Renato Linhares - É ator e diretor. Iniciou sua carreira com a Tribo de atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, participando do espetáculo “A Exceção e a Regra”, de Bertolt Brecht. Atuou na Cia dos Atores e Armazém Cia de Teatro, e trabalhou com diretores como Pedro Brício e Antonio Gilberto. É integrante do Coletivo Improviso, dirigido por Enrique Diaz, Mariana Lima e Cristina Moura, tendo participado dos espetáculos “Otro” e “Não olhe agora”, apresentados em inúmeros festivais em países como França, Alemanha, Japão, Suíça e Holanda. Com o diretor espanhol Fernando Renjifo, participa dos espetáculos “Impromptus” e “Paisaje Invisible”. Com a diretora e coreógrafa Cristina Moura, atua nos espetáculos “A Mulher que Matou os Peixes… e Outros Bichos”, “To Beauty or not to Beauty”, “I Was Born To Die” e “Homens”. Como integrante da Intrépida Trupe dirigiu o espetáculo “Metegol” e participou de “Sonhos de Einstein” e “Flap”. Com o grupo Foguetes Maravilha atuou em “Ninguém Falou que Seria Fácil”, de Felipe Rocha com direção de Felipe Rocha e Alex Cassal em 2010.

Espetáculo: Nu de Botas
Estreia: 23 de junho. Sexta, às 21h30
Temporada: 23/06 a 23/07. Sextas e sábado (21h30), domingo (18h30)
Local: SALA DE ESPETÁCULOS I (100 lugares). Não recomendado para menores de 14.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira); 10,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, 10,00 estudante e servidor da escola pública com comprovante) e R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes). Venda pelo Portal Sesc SP (www.sescsp.org.br) e unidades do Sesc.

Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000
Belenzinho – São Paulo (SP). Telefone: (11) 2076-9700
www.sescsp.org.br/belenzinho

Estacionamento: Para espetáculos com venda de ingressos após as 17h:
R$ 15,00 (não matriculado); R$ 7,50 (credencial plena no SESC - trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo/ usuário).

Foto: Renato Mangolin

0 comentários: