25 julho 2025

Longa premiado no Festival de Brasilia estreia nos cinemas dia 7 de agosto (M2)

 


A tradição e a modernidade são questões centrais no premiado PACTO DA VIOLA, de Guilherme Bacalhao que chega aos cinemas de todo o país em 7 de agosto. Produzido pela 400 Filmes, o longa rendeu ao protagonista, Wellington Abreu, prêmio de Melhor Ator no Festival de Brasília de 2024, e, no Cordillera De Los Andes International Film Festival (Equador), recebeu o prêmio de Melhor Filme, além de, também, ter sido exibido em festivais em países como Inglaterra, Chile, Rússia, México, Bélgica e Uruguai.

 

O personagem principal é Alex (Wellington Abreu), um cantor que sem sucesso no mundo sertanejo, acaba voltando para sua cidade natal, uma pequena comunidade no interior do Brasil onde a agricultura industrial destrói o meio ambiente e ameaça suas tradições culturais. 

 

Seu pai, Lázaro (Sérgio Vianna), é Capitão da Folia de Reis e um músico habilidoso, mas, hoje é um homem adoentado que tenta se curar com promessas e rituais da Folia de Reis. As histórias sobre ele, na região, no entanto, contam outra coisa: ele tem uma dívida de um pacto com o diabo, e, para salvar a si mesmo e ao próprio pai, Alex precisa mergulhar nas práticas e crenças locais.

 

“A ideia do filme nasceu do fascínio pela dualidade da viola. Ela é um instrumento que pode conectar os músicos tanto ao sagrado quanto ao profano. Isso abre espaço para uma narrativa cheia de mistério e espiritualidade, mas que também está profundamente enraizada nas tradições do sertão”, conta Bacalhao em entrevista.

 

O roteiro é assinado pelo diretor, Roberto Robalinho e Aurélio Aragão, e as origens do filme estão em pesquisas acadêmicas sobre a viola e a folia de reis, como os trabalhos do antropólogo Luzimar Pereira. Para aprofundar nesse universo, o diretor também viajou para o Grande Sertão Veredas com o pesquisador musical Cacai Nunes e também conversou com violeiros, capitães de folia e moradores para conhecer melhor essas tradições. A trilha sonora é do músico e pesquisador Roberto Correa, que também prestou consultoria ao projeto.

 

O resultado é um filme de beleza estética ímpar, em particular graças à fotografia de André Carvalheira e a direção de arte de Nina Perez, que recria um mundo muito particular marcado por dualidades, que se materializam na cultura local de forma particularmente cinematográfica. 

 

A viagem e a conversa com as pessoas também ajudaram na construção das personagens e da trama. “A gente ouviu histórias fascinantes que dialogam com a narrativa do filme, como relatos de pactos de violeiros e a resistência da folia de reis frente às mudanças sociais. Essas vivências foram incorporadas ao filme com a ajuda de uma equipe de roteiristas e consultores. É uma obra que nasceu do diálogo com as pessoas que vivem e mantêm essa cultura viva”.

 

PACTO DA VIOLA foi rodado em Brasília e em Urucuia, no interior de Minas Gerais, e participou, como um work in progress, nos Festivais de Tiradentes (MG), Santiago Festival Internacional de Cine e no Cine de Viña del Mar, ambos no Chile. E, desde sua estreia, recebeu uma excelente recepção da crítica. 

 

“Achei interessante que, nesse limite entre o real e o sobrenatural, o filme tenha mantido uma ambiguidade sóbria, do tipo ‘no creo en las brujas, pero que las hay las hay’. PACTO DA VIOLA não deseja impor uma crença ou uma descrença ao público. Essa dualidade faz a força da obra.”, escreveu Luiz Zanin, no jornal O Estado de S. Paulo.

 

Já Robledo Milani diz, no Papo de Cinema, que “o diretor e roteirista Guilherme Bacalhao – novato no formato, mas longe de ser um estreante – demonstra uma curiosa segurança quanto ao que tem pela frente, tanto no que diz respeito ao desenrolar da história, quanto na elaboração e consolidação dos personagens envolvidos com os acontecimentos a serem presenciados.”

 

PACTO DA VIOLA

Drama, 2024, 99 min.

 

SINOPSE

Alex é um compositor sertanejo que sonha se tornar um músico habilidoso igual ao seu pai. Sem sucesso na cidade, retorna ao sertão mineiro para ajudar seu pai, um violeiro adoentado que busca se curar com promessas e rituais da Folia de Reis. Para salvar o pai e a si mesmo, Alex precisa mergulhar nas crenças locais e cruzar a fina fronteira que separa os santos e o diabo.

 

EQUIPE TÉCNICA 

Direção: Guilherme Bacalhao

Preparação de Elenco: Vanise Carneiro

Roteiro: Roberto Robalinho, Guilherme Bacalhao, Aurélio Aragão

Consultoria de Roteiro (1º tratamento): Di Moretti

Consultoria de Roteiro (2º tratamento): Helen Beltrame-Linné

Produção: Getsemane Silva e Guilherme Bacalhao

Produção Executiva: Daniela Marinho e Getsemane Silva

Direção de Produção: Tiago Rocha e Ana Rabêlo

Direção de Fotografia: André Carvalheira

Fotografia Still: Cícero Bezerra 

Som direto: Olivia Hernández

Direção de Arte: Nina Perez

Montagem: Marcius Barbieri

 

Elenco:
Wellington Abreu…Alex

Sérgio Vianna…..Lázaro

Gabriela Correa….. Joyce

Márcia Costa…..Tia Maximiana

Marcio Rodrigues…. Tião

Abaetê Queiroz…Marçal

André Araújo…. Tonho

Léo Gomes….Gilson

Sérgio Sartório… Gaúcho da fazenda

Terno de Folia Tradição Gombê

 

Produção de Pós-produção: Sérgio Azevedo

Desenho e supervisão de som: Olivia Hernández

Mixagem: Paulo Gama

Color Grading: Junior Xis

Design e Criação de Marca: Marcia Roth

Equipe 400 Filmes: André Carvalheira, Guilherme Bacalhao, Gustavo Galvão, Marcius Barbieri

Produção: 400 filmes

Coprodução: Olho de Gato 

Produção associada: Moveo Filmes


 

 

PRÊMIOS e FESTIVAIS

- Melhor Ator - 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro - Mostra Competitiva Nacional
- Melhor Longa - Cordillera De Los Andes International Film Festival - Equador
- Melhor Diretor Estreante - Cine Paris Film Festival - França
- Melhor Longa-metragem - SEVIFF - Sevilla Indie Film Festival – Espanha
- 46º Festival Internacional de Cinema de Moscou - Rússia
- 20º Festival Internacional de Cinema de Monterrey - México
- 3º Festival de Cinema Latinoamericano - Bélgica 
- 15º Festival Internacional de Cinema de Iquique - Chile
- 20ª Festival Internacional de Cinema de Rengo - Chile
- 5º Apatzingán Festival Internacional de Cine - México
- 10º The Romford Film Festival - Inglaterra
- 4º Kingston Internacional Film Festival - Inglaterra
- 11º Guayaquil Internacional Film Festival - Equador 
- 18º Festival Internacional Cine del Mar – Uruguai

 

 


SOBRE O ATOR _ WELLINGTON ABREU

Ator, palhaço e arte educador, reconhecido como um dos mais talentosos e versáteis artistas da cena cultural brasiliense. Wellington se destacou não apenas por sua capacidade de interpretação, mas também como um criativo explorador das diversas facetas da expressão artística.

 

Sua trajetória é marcada por papéis memoráveis no cinema, incluindo performances marcantes nos longas A Cidade é uma Só? e Era uma vez Brasília e no curta Dias de Greve, dirigidos por Adirley Queirós. Recentemente, ele integra o elenco de Grande Sertão: Quebradas, também de Queirós.

 

Abreu em 2024 recebeu o prêmio de Melhor Ator de Cinema na Mostra Competitiva Nacional do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro pelo longa-metragem Pacto da Viola, consolidando sua presença como um dos grandes nomes do cinema nacional.

 

No teatro, sua atuação se expande para a direção, onde liderou produções inovadoras como Ser Tão Celestial: Uma Homenagem a Patativa do Assaré, Bacantes e Brincantes, Arlequim na Colônia Brasil e Laura: Em Memória dos Anônimos. Suas montagens desafiam convenções e exploram novas dimensões emocionais e estéticas, convidando o público a uma experiência única e reflexiva.

 

Além de seu trabalho no Brasil, Abreu levou sua arte para palcos internacionais, participando do Brazilian Day em Nova York e Boston, e realizando apresentações em São Tomé e Príncipe, África. Sua abordagem universal conecta diferentes culturas e enriquece sua atuação. Como educador, Abreu foi, em 2024, professor titular na Faculdade de Arte Dulcina de Moraes (FADAM) e está à frente de projetos significativos. Atualmente, ele desenvolve o espetáculo solo O Fim do Meu Mundo, baseado no texto de Maurício Witczak. Sua dedicação à arte foi reconhecida com o título de Cidadão Benemérito de Brasília, celebrando sua contribuição para a cultura do Distrito Federal. Sua carreira multifacetada é um exemplo de paixão, inovação e compromisso com a arte, inspirando novas gerações de artistas.

 


SOBRE A ATRIZ _ GABRIELA CORRÊA

Gabriela Correa é atriz e cantora de teatro e cinema. Natural de Brasília, estreou o musical Eu Vou Tirar Você Deste Lugar – As canções de Odair José, com direção de Sergio Maggio, em 2014 e, com Maggio, participaria de outros dois trabalhos: Duas Gotas de Lágrimas num Frasco de Perfume e L - O Musical. Entre diversas produções teatrais da capital, integrou também a Agrupação Teatral Amacaca (ATA), coletivo de artistas liderado por Hugo Rodas. Atuou nas peças do repertório do grupo, como Punaré e BaraúnaSaltimbancos e O Rinoceronte.

 

No audiovisual atuou em nove curtas e seis longas, tendo também se dedicado à dublagem e locução. No streaming, participou da segunda temporada da série Bom dia, Verônica. Entre 2019 e 2023, atuou nos longas O Pastor e o Guerrilheiro, Ainda Temos a Imensidão da Noite, Amado, Pacto da Viola Cartório das Almas. Em 2023, foi escalada para protagonizar o longa Virgínia e Adelaide, dirigido por Jorge Furtado e Yasmin Thayná. O filme teve estreia nacional em maio de 2025. Em seguida, em 2024, protagonizou os longas Dia Útil, das diretoras Daniela Diniz e Laura Diniz, e também Saiba seu Lugar, de Jimi Figueiredo. Recentemente, participou das filmagens do longa-metragem A Menor Distância entre Dois Pontos, de Breno Nina e Elias Guerra, concluída em março de 2025. Atualmente se dedica às filmagens do longa Ermo, do diretor João Batista Andrade. 

 

 

SOBRE O DIRETOR _ Guilherme Bacalhao

Documentarista, produtor e diretor de TV, Guilherme Bacalhao acumula experiências no Audiovisual desde 2000, ano que produziu o premiado projeto Curtas Mudos, trabalho eleito pelo Jornal de Brasília como o destaque do ano na área de cinema. De lá para cá dirigiu programas televisivos, curtas independentes e documentários. Com bagagem na televisão e no cinema, é sócio da produtora brasiliense 400 filmes, uma das mais ativas do centro-oeste brasileiro, tendo produzido 8 longas-metragens e 11 curtas. Para televisão, dirigiu séries documentais, programas de auditório, de entrevistas e diversos documentários. Com um olhar sensível às questões sociais, sua vontade de conhecer histórias e personagens ignorados pela mídia se traduziu nos curtas Feliz Natal (2006) e Roleiros (2003) - documentário que recebeu nove prêmios nos inúmeros festivais de cinema onde foi exibido. Recentemente dirigiu o curta ficcional Terminal (2024) e o curta documental Ilha do Ferro - a arte do imaginário (2024). Paralelamente aos seus projetos, trabalhou em mais de vinte filmes, principalmente como assistente de direção ou diretor de produção. Pacto da Viola é o seu primeiro longa-metragem como diretor.

 

 

SOBRE A PRODUTORA _ 400 Filmes

Uma das mais atuantes produtoras de cinema na região Centro-Oeste, a 400 Filmes se caracteriza não só pelo volume de trabalho, mas também pela fidelidade a um princípio: fazer da linguagem audiovisual um instrumento de investigação da experiência humana. Até 2024, a produtora realizou e estreou nove longas (oito de ficção e um híbrido) e 15 curtas. Ora financiados por órgãos públicos ou federais, ora produzidos de forma independente, esses títulos foram exibidos nas principais plataformas do mundo (inclusive Netflix, Prime e MUBI), emissoras de TV e em mais de 200 festivais pelo mundo – como o Cinélatino Toulouse (França), o Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano (Cuba), o Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (BAFICI, Argentina) e o Festival de Moscou (Rússia).

 

***Na Foto em destaque, ator Wellington Abreu

 

Foto: Divulgação


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