Programa reúne diretores consagrados, produtora experiente e novas safras de atores do teatro paulista em sistema de coprodução

Pensando no crescente contingente de profissionais formados em artes cênicas e na necessidade de assimilação desses artistas no meio teatral, a Conteúdo Teatral anuncia o lançamento do Programa de Inserção no Mercado de Teatro (PIT), criado com a proposta de unir atores formados ou próximos da formação, interessados em investir em suas carreiras, a produtores experientes e diretores consagrados para a coprodução de projetos de montagem teatral.

A primeira produção feita nos moldes do PIT será “Pra Inglês Ver”, dirigida por Isser Korik. Para isso a Conteúdo Teatral seleciona 30 parceiros coprodutores para a montagem desse espetáculo, que cumprirá temporada a partir de maio de 2016, no Teatro Folha. As inscrições podem ser feitas no site da Conteúdo Teatral até o final de janeiro.


Esta é uma oportunidade para atores em início de carreira aprender as dinâmicas de produção de um espetáculo e também um meio de facilitar a inserção de artistas em formação no mercado teatral –investindo, coproduzindo e atuando.

Cada coprodutor será investidor de uma cota de valor pré-estabelecido para custear parte da montagem. Eventuais lucros com o espetáculo serão pagos ao coprodutor em valores proporcionais à cota por ele investida no projeto.

Entre as montagens programadas para 2016 que integram o PIT também estão “Os Saltimbancos”, com texto de Sergio Bardotti e Luis Enrique Bacalov, tradução e adaptação de Chico Buarque, e direção de Fezu Duarte; “Paralamas em Cena”, com direção de Isser Korik, e “A Sessão da Tarde ou Você Não Soube me Amar”, com texto de Marcos Ferraz e direção de Fezu Duarte. Os diretores André Garolli, Nelson Baskerville e Caco Ciocler planejam propor projetos por meio do programa.

Fezu Duarte acredita que o PIT funciona como uma vitrine aos artistas, que podem receber novos convites a partir da experiência de coprodução. A convivência com pessoas no mercado há muito tempo também é favorável, porque permite ao coprodutor um entendimento maior sobre a montagem e todos os seus processos.

Mais do que realizar oficinas e abordar questões de interpretação e direção no setor geral, o PIT apresenta aos novos coprodutores a humanidade dentro do teatro, ressaltando sua função primordial, que é educar. “Não apenas no sentido de formar um bom ator, mas também no sentido de discipliná-lo para o bem da arte e de seu público, como um artista. Ou seja, formar o artista e prepará-lo para informar a plateia”, explica Fezu.

Razões para a criação do PIT

O PIT foi criado para absorver parte de um significativo número de profissionais graduados (mais de mil atores se formam a cada ano nas escolas de teatro da Grande São Paulo) a quem as estruturas formais de produção de teatro disponibilizam poucas vagas, dando preferência a profissionais experientes ou famosos. Patrocinadores também não têm interesse em investir em atores em início de carreira.
“Neste cenário fica muito difícil para um ator dar o impulso inicial para fazer sua carreira decolar”, afirma o diretor artístico da Conteúdo Teatral Isser Korik, que administra os teatros Folha (em São Paulo) e Amil (em Campinas).

Atores e atrizes que participam do PIT também aprendem com profissionais experientes a se autoproduzirem, com treinamento adequado, e têm noções sobre o funcionamento e as dinâmicas da montagem de um espetáculo.

Como o PIT funciona

Propostas  Diretores de teatro apresentam propostas de montagens de espetáculos. Essas propostas são avaliadas por produtores da Conteúdo Teatral. Uma vez aprovada, a proposta é dissecada pelos produtores e pelo diretor para fazer um orçamento total do espetáculo e estipular um período de ensaios necessários para a montagem. Produtores e diretor definem quais recursos necessários para a montagem serão custeados pelos próprios proponentes e qual recurso financeiro será disponibilizado para interessados em coparticipação.
Inscrições  Após a aprovação e elaboração das diretrizes da proposta, são abertas inscrições para artistas interessados em coproduzir e atuar no espetáculo. Nesta etapa os interessados obtêm dados técnicos do espetáculo, como: período de ensaios, ficha técnica com profissionais participantes (diretor, assistente, cenógrafo, figurinista, iluminador, criador musical, entre outros), data de estreia do espetáculo, temporada, local de apresentação, quantidade de vagas para participantes, valor e forma de pagamento do investimento financeiro a ser feito, obrigatoriamente, por todo participante selecionado.

Seleção de participantes  Caberá à equipe criativa selecionar entre os candidatos quais poderão participar da produção do espetáculo. Os critérios poderão variar conforme as necessidades de cada espetáculo, envolvendo avaliação de currículo, entrevistas, testes e audições, entre outras, sempre de forma não onerosa ao candidato.

Ensaios e montagem – O número de vagas de participantes poderá ser maior que o número de atores que participarão efetivamente da temporada no teatro. Durante o período de ensaios, todos participam do processo de criação e ensaiam para representar um personagem do espetáculo. Deste modo o participante acompanha as etapas de produção e formação do espetáculo e pode ter seu trabalho de ator avaliado em profundidade pelo diretor e sua equipe. Ao final do período de ensaios, todos os participantes fazem uma apresentação pública do espetáculo criado.

Seleção do elenco definitivo  Após as apresentações do espetáculo por todos os participantes, o diretor e sua equipe darão um feedback individual a cada participante sobre seu desempenho artístico e profissional. A partir daí caberá exclusivamente ao diretor escolher entre os participantes aqueles que farão parte do elenco que entrará em cartazcom a nova montagem. Os atores escolhidos serão contratados pela produção e remunerados de acordo com critérios previamente estabelecidos.

Ensaios finais e temporada  A partir da escolha do elenco definitivo, acontece o período de ensaios finais com esse elenco. A peça estreia e cumpre a temporada prevista. Os coprodutores, mesmo aqueles que não participam do elenco definitivo, continuam como sócios participantes do empreendimento e podem acompanhar as etapas de produção.

Finalização e prestação de contas – Ao término do empreendimento, a Conteúdo Teatral elaborará relatórios gerenciais e uma apresentação de resultados econômicos financeiros para todos os coparticipantes. O eventual lucro do empreendimento será distribuído pelos coparticipantes conforme sua proporção de quotas.

Mais informações sobre o processo de seleção e coprodução da montagem estão disponíveis no site da Conteúdo Teatral, emhttp://www.conteudoteatral.com.br/.

SOBRE A CONTEÚDO TEATRAL

O grupo empresarial paulista Conteúdo Teatral atua há quase quinze anos em duas vertentes: gestão de salas de espaços e produção de espetáculos. Como gestora é responsável pela operação do Teatro Folha, no Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, e do Teatro Amil, no Parque D. Pedro Shopping, em Campinas. Essa frente conta com direção artística de Isser Korik e direção comercial de Léo Steinbruch, programando espetáculos para temporada em regime de coprodução. No período de atuação da empresa, ao todo, as casas somam mais de 2 milhões de espectadores.

Como produtora de espetáculos, viabilizou dezenas de peças para os públicos adulto e infantil, como “Gata Borralheira”, “O Grande Inimigo”, “Os Saltimbancos”, “A Pequena Sereia”, “Grandes Pequeninos” e “Branca de Neve e os Sete Anões” e “Cinderela” para as crianças. Para os adultos foram realizadas, entre outras montagens, “A Minha Primeira Vez”, “Os Sete Gatinhos”, “O Estrangeiro”, “Senhoras e Senhores”, “O Dia que Raptaram o Papa”, “Te Amo, São Paulo”, a trilogia “Enquanto Isso...”, “Dez Encontros”, “Ivan Lins em Cena”, projetos de humor – como “Nunca Se Sábado...” –, e em parceria com a produtora carioca Moeller & Botelho os musicais “Um Violinista no Telhado”, “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 minutos”, “Nine – Um Musical Felliniano” e “Beatles num Céu de “Diamantes”, além de mostras como o “IMPROVISORAMA” – Festival Nacional de Improvisação Teatral. 


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