O
espetáculo teatral “Banzeiro” estreia na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca,
dia 18 de julho, em curta temporada.
Idealizado e protagonizado por Clara Serejo, sob direção de Ana Luiza
Magalhães, o solo propõe uma travessia sensível pelos “banzeiros”, zonas de
risco e transformação, que atravessam não só as águas da natureza, mas a nossa
própria vida.
“Banzeiro
é como o povo do Xingu chama o território de brabeza do rio. É onde com sorte
se pode passar, com azar não. É um lugar de perigo entre de onde se veio e
aonde se quer chegar.”
Este é um trecho do livro “Banzeiro òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do
Mundo”, de Eliane Brum, que inspirou o nome do espetáculo, contemplado pelo
edital Fluxos Fluminense através da Lei Aldir Blanc.
“Banzeiro”
tem como fio condutor o Antropoceno e os impactos da ação humana na Terra,
dialogando com Eliane Brum, Ailton Krenak e Sidarta Ribeiro, além de outros
autores atentos ao futuro do planeta (e ao nosso também). A peça costura
histórias e memórias com profundidade e graça, passando pela biografia humana,
a maternidade e os mistérios da vida e da morte.
A
peça conta com uma característica especial: é a estreia de Clara Serejo como
dramaturga, após mais de 30 anos como atriz. Clara traz um paralelo entre a crise ambiental do planeta
e sua crise climática interior, com a chegada do climatério: “Lidar com
minha própria crise climática me levou de encontro a um banzeiro, que, com
sorte, me levou até o teatro. Sou grata ao teatro que sempre me salvou. A arte
sempre salva”, compartilha.
No
palco, Clara Serejo abre as paisagens da sua própria vida para tocar em
perguntas que pertencem a todos nós: o que nos atravessa? O que tentamos
esquecer? Quais sonhos ainda nos habitam? Ao falar de um tema denso com leveza
e bom humor, transforma crise em conexão. A trilha sonora não poderia deixar de
ter Dona Onete e seu “Banzeiro”, trazendo a força vibrante da cultura do Pará e
da região amazônica.
Sim,
há algo de fim do mundo neste espetáculo. Mas há também o desejo de adiar este
fim por meio do encontro, da arte de contar de boas histórias e sonhar novos
futuros possíveis. Como sugere Krenak, “contar uma história é uma maneira de
adiar o fim do mundo”.
Trajetória
da Clara e sua conexão com a zona oeste
Formada
pela FAP, Clara Serejo começou a estudar teatro aos 15 anos e aos 18 tirou seu
DRT no Curso Dirceu de Mattos. Trabalhou com o Grupo Katharsis e entrou para o
Tablado, onde protagonizou o espetáculo "Diamante do Grão Mogol",
dirigido por Maria Clara Machado e Guida Vianna. Trabalhou com Caio de Andrade
na premiada peça "Aventura Carioca" e "Ao Individualismo",
de Viviane Feder, com supervisão de Márcio Vianna. Fez parte do processo
"Cão Coisa", dirigido por Aderbal Freire Filho. Trabalhou com o grupo
Vigor Mortis e com Paulo Biscaia nos espetáculos "A janela e o
Jardim", patrocinado pela Oi Futuro e Sesc Rio e "Catecismo segundo
Carlos Zéfiro" onde ganhou o edital da Eletrobrás, que estreou no CCBB do
Rio de Janeiro. Atuou também em “A Sra Clap e o mundo na palma das mãos”,
adaptação do livro de Marta Duque Vaz e direção de Cadu Cinelli, com temporada
no Rio de Janeiro e em Braga, Portugal.
Clara
Serejo estreia como dramaturga em “Banzeiro” e é atriz há mais de 30 anos.
Professora de teatro, contadora de histórias e produtora cultural, é formada em
Design de Sustentabilidade pelo Gaia Education e como professora Waldorf pelo
Seminário de Pedagogia Waldorf do Rio de Janeiro.
Carioca,
moradora do Recreio e atuante em produções culturais da zona oeste, como a Folia de Reis, o Boi-Bumbá e o
Pastoril, Clara é professora de artes cênicas na Casa Alegria, uma associação
de apoio a crianças e adolescentes em Vargem Grande e levará seus alunos
pela primeira vez ao teatro, para assistir “Banzeiro”.
Clara acredita na importância de descentralizar a arte da zona sul e fortalecer outras regiões do Rio de Janeiro. Escolheu a Cidade das Artes para a estreia de “Banzeiro”, de onde é frequentadora assídua, e vem realizando os ensaios da peça no Museu do Pontal, local que já ocupa com arte, tecendo uma rede viva entre território e pertencimento.
“Banzeiro”
terá uma sessão com intérprete de libras e audiodescrição na sala
Eletroacústica da Cidade das Artes, escolhida por possuir todos os recursos de
acessibilidade arquitetônica previstos por lei. Também haverá uma visita
guiada, destinada ao público PCD visual, que poderá tatear o cenário e
figurino, aprofundando as possibilidades de experiência dentro do espetáculo.
Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Política Nacional Aldir Blanc, apresentam:
Espetáculo: Banzeiro
Local:
Cidade das Artes - Sala Eletroacústica
Datas:
18, 19, 20, 25, 26 e 27 de julho de 2025
Horário: Sextas e sábados às 19h e domingos às 18h
Ingressos:
Vendas abertas pelo Sympla
Classificação:
12 anos
instagram.com/banzeiro2025
Ficha
técnica:
Atuação e Dramaturgia: Clara Serejo
Direção: Ana Luiza Magalhães
Interlocução Dramatúrgica: Júlia Portes
Direção de Arte: Paula Bueno Cruz e Jota Andrade
Design: Jota Andrade
Visagismo:
Angela da Costa
Trilha Sonora: Alexandre Brasil
Direção de Produção: Gabriela Carriço
Fotografia:
Rafa Chlum
Vídeos:
Dom Lobo
Comunicação: Amanda Sul
Foto:
Divulgação
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