Dona Regina Santos representa mulheres aliadas que tornam o mundo mais solidário

24 junho 2020 |


Foi tempo em que o papel da mulher era apenas caseiro e, limitada aos muros de sua residência, não poderia apresentar à sociedade o quanto poderia colaborar para o bem comum. De um tempo para cá, o mundo deu voltas e a mulher não perdeu a oportunidade de se impor no mundo: saiu da sua zona de conforto, umas para auxiliar o marido com as despesas da casa, outras por realização pessoal, enfim, cada uma por seu motivo pessoal; ganhou as ruas para provar que não precisa ser maior do que os homens, mas aliadas numa sociedade que se apresenta fraca de sentimentos e de solidariedade. Enfim, graças à essas guerreiras, o mundo se tornou melhor. Bem melhor.

Como destaque de uma dessas rainhas do lar que são verdadeiras auxiliadoras no processo de construção de um mundo cada vez mais humano, hoje o CULTURA VIVA conversou com a dona Regina Santos, 66 anos. Nascida no Espirito Santo e residente em Rio Bonito, no interior do Rio de Janeiro, há alguns anos, a cada dia mais trabalha pela valorização da mulher e para provar, junto às demais, que podem ser muito úteis.

Membro da Igreja Universal do Reino de Deus há 37 anos, é casada com o Pastor Carlos de Souza, tem quatro filhos, dois netos e uma experiência de vida suficiente para ser mais uma “Mulher Maravilha” da realidade nesse planeta.

Confira o bate papo!

CULTURA VIVA: Qual foi o trabalho social que fez ou participou e teve grande relevância para a comunidade local? 
REGINA SANTOS: O meu esposo era o responsável pela Associação Beneficente Cristã (ABC), em São Cristóvão (RJ), e eu participava de todos os eventos, nos quais oferecíamos às comunidades locais vários cursos gratuitos, mecânica de motores a diesel, elétrica industrial, corte de cabelos, costura, atendimento odontológico ginecológicos, cardiológico e jurídico, doações de toneladas de alimentos a milhares de famílias carentes.

C.V.: Em sua opinião, por que as pessoas precisam tanto de trabalhos assistenciais? Governos anteriores, de forma geral, têm grande parte de culpa nisso?
R.S.: Serviços essenciais são aqueles que são indispensáveis para a sobrevivência de um país. Os serviços essenciais podem ser oferecidos por pessoas jurídicas ou até mesmo pelo próprio estado. Porém, com qualidade, que muitas vezes não ocorrem em muitos estados e município brasileiro, devido má gestão de certos governantes.

C.V.: Como uma mulher cristã, o que pensa quando observa a forma como as mulheres vêm se destacando no mercado de trabalho?
R.S.: No início do século XX a Madame Walker – como ficou conhecida –, filha de ex-escravos, nascida em 1867 e falecida em 1919, na Louisiana, é registrada como a primeira mulher que se tornou rica nos Estados Unidos; Margaret Thatcher (a dama de ferro) foi a primeira mulher que ocupou o cargo de primeira ministra do Reino Unido por muitos anos. Dois exemplos de mulheres que superaram todos os tipos de preconceitos. Em minha visão, quando a mulher confia na sua capacidade, supera todos os desafios e conquista lugares visto para homens, apenas.

C.V.: Em linhas gerais, como deve ser o comportamento da mulher em casa, frente ao marido e aos filhos?  
R.S.: A Bíblia ensina que a mulher virtuosa edifica sua casa. Esse é o papel da esposa: zelar pelo seu lar. É uma tarefa não muito fácil nos dias de hoje, muitos casais se agridem com palavras ou fisicamente na presença dos filhos deixando traumas para o futuro deles. 

C.V.: E como é sua vivência no lar? É fácil ser esposa de um pastor?     
R.S.: Não é nada fácil, devido a obra que é muito corrida, mas se torna gratificante quando vejo famílias transformadas.
 
 

C.V.: A esposa do pastor deve estar em paralelo com ele, colaborando no ofício.   Já enfrentou muitos momentos difíceis nessa jornada, no tocante às questões dos membros da igreja?  
R.S.: É uma grande responsabilidade. Enfrentamos muitos momentos difíceis, perseguições e ter que ficar escondido como se fossemos criminosos. Eu me lembro que, certa vez, em Caruaru, quando meu marido abria a igreja, um homem começou a dar tapas no rosto dele do nada só porque era pastor da Igreja  Universal. Se for contar tudo que já passamos faríamos um livro. O Senhor Jesus disse que, pelas almas, passaríamos por aflições.

C.V.: E quanto ao comportamento da mulher frente ao esposo, publicamente, existe uma dica que ajuda no fortalecimento da união do casal?
R.S.: Saber se comportar na rua, demostrar educação e respeito para com seu esposo e, qualquer atitude dele que lhe aborreça, deve dialogar sobre o fato que lhe chateou, na intimidade do lar.

C.V.: Como a senhora avalia a questão da pandemia do coronavírus no Estado do Rio e em municípios pequenos, como Rio Bonito, por exemplo? O prejuízo que muitas famílias tiveram poderão ser recuperados de forma rápida?
R.S.: Essa pandemia revelou a ineficiência das redes de saúde pública do nosso pais, graças ao mal uso do dinheiro público.  Segundo o OCDE (no popular, o clube dos países ricos), o mundo levará alguns anos para se recuperar depois da pandemia.  Previsão pessimista.  Prefiro ser otimista e acreditar que, em curto prazo, tudo irá melhorar, pois o brasileiro já está acostumado a superar adversidades.

C.V.: Qual a sua expectativa para Rio Bonito pós-pandemia?
R.S.: Eu, infelizmente, não sei responder essa pergunta, mas tenho o sonho de ver Rio Bonito como modelo de excelência no serviço público para o pais. Espero que, assim como dizia o pastor Martin Luther King, “i have a dream”. Que esse sonho se torne realidade!
C.V.: Se a senhora pudesse, hoje, ajudar toda uma comunidade em questões de sobrevivência, por onde começaria? 
R.S.: Procuraria buscar soluções que viessem a sanar ou, pelo menos, amenizar as suas necessidades básicas porque, se eu estivesse na situação delas, gostaria que alguém me estendesse as mãos.

C.V.: E qual o papel da igreja nesta situação? 
R.S.: A igreja tem levado uma Palavra de esperança, conforto e fé, mas também ajudar  materialmente com distribuição de toneladas de alimentos, roupas, doação de sangue orientações jurídicas e muitas outras, é de extrema importância. E a igreja, de forma geral, tem feito isso.
 
C.V.: Que recado a senhora deixaria para as mulheres que andam desanimadas quanto ao seu casamento? 
R.S.: Meu esposo bebia muito e brigávamos todos os dias. Havia agressão físicas e verbais, não via solução para nosso relacionamento. Em uma de nossas discussões na rua, cheguei a ponto de tentar me jogar de baixo de um ônibus. Meu esposo, então, gritou: “se existe esse tal de Jesus que os crentes falam, não deixe ela se matar”. De repente, algo me impediu de pular. Em seguida, tomamos a decisão de buscarmos ajuda em Deus. O conselho que dou é que busquem ajuda, independente da religião. Deus pode restaurar o amor que já não existe mais.   
Fotos: Arquivo pessoal da dona Regina Santos

6 comentários:

Unknown disse...

Tem meu apoio!

William Lima disse...

Tem meu apoio , conheço essa grande guerreira mulher Deus , que luta pelos aflitos.

Unknown disse...

Uma mulher que luta pelo povo !

Unknown disse...

Com certeza tem meu apoio grande guerreira luta pelo povo muito forte seu testemunho de vida

Unknown disse...

Essa guerreira eu apoio.

Unknown disse...

Mulher guerreira, tem meu apoio.
Vai fazer a diferença em Rio Bonito.