INVERSÃO DE VALORES?

28 janeiro 2009 |


Que o cão é o melhor amigo do homem, isso já se sabe há muito tempo. Agora, que seu dono deseja mostrar isso para o mundo inteiro ver e saber, depende de cada um. Mas, como prova dessa fidelidade, o humano criou formas de relacionamento, via web, para o comparsa, segundo a Revista Época, publicada no dia 19 de janeiro de 2009, edição nº 557, na matéria “Os amigos babam por mim”. Em 2004, criou-se nos Estados Unidos a primeira rede social de animais, a Dogster, restrita ao público canino. Consequentemente, os gatos também ganharam espaço e seus donos criaram a Catster. Dois anos depois (em 2006), o Brasil também colaborou com a idéia e lançou o Petkurt – atualmente com 200 mil “membros”. A forma criativa de expor seus animais na internet, na verdade, criou uma espécie de junção, correlação, amizade entre seus donos. Pessoas tímidas, logo se sobressaem pela necessidade de penetrarem no mundo animal e descobrir, assim, suas fantasias, desejos e realidades. Para isso, uma exigência: deve-se adotar novas linguagens, ou seja, usar a interpretação humana na hora de compreender o mundo “cão”. Expressões como “amicães”, “patabraço” e “lambeijoca”, entre dezenas de outras, fazem parte do vocabulário. Hilário!
Tem gente que leva a iniciativa tão a sério que até já participou de “cãominhadas” em São Paulo e arrumou um par. Que amigo especial mesmo são os cachorros: até mesmo unem seus donos. Nos relacionamentos, na internet, os proprietários falam como se fossem seus estimados, com gírias, expressões e até comunicam quando vão viajar e não podem acessar a página. Fidelidade.
Sinceramente, a idéia é brilhante e os cães merecem. Porém, com a vida estressante que o homem moderno leva, que mal consegue responder a seus scrapts, teria condições de ainda arrumar tempo para responder/enviar os de seu animal? Se for para tratar o assunto no campo da fidelidade, seria uma lástima fazer isso com o canino, expor sua imagem para o mundo e ainda não ser responsável de manter seu caráter, na virtualidade. É bom quem tem (ou terá) essa prática, pensar direitinho. Jamais se faz com um amigo o que não deseja para si. E, acima de tudo, o humano deve estar atento aos seus valores e condutas como pessoa; cachorro tem sua forma particular de ver o mundo e isso deve ser respeitado. “Cada um no seu quadrado”, né não?

Foto: Studio Fotográfico e Vídeo Davi

0 comentários: