MELISSA - MENSAGEM DA SEMANA

31 janeiro 2009 |


Mensagem nº 9 do livro Auto Ajuda:

LEIA: II Pedro 1: 1 ao 4 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo,graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor. Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo (NTLH)

Reflexão

Certa vez ouvi na pregação da Pra. Ana Bruno (IBRENJ), uma frase que me chamou a atenção. Que “Deus chama a muitos, mas poucos são escolhidos e que realmente ser chamado por Deus é maravilhoso, mas ser escolhido (separado) por Ele é tremendo!”

Pense comigo: Por maior que seja a sua capacidade, ela não foi suficiente para trazer até você a glória de Deus. A sua inteligência não te revelou os desejos de Deus para sua vida, porque isso, só é revelado á quem Ele quer. Isto é doado á nós por Deus para que tenhamos acesso ás Suas preciosas e mui grandes promessas que vão além da imaginação humana.
Se você quer ser escolhido por Deus, atenda primeiramente ao Seu chamado.
Muitos continuarão sendo chamados, porem, poucos serão escolhidos porque não querem se submeter á vontade de Deus.

Com carinho,
Melissa
Cantora gospel

Foto: Internet

QUEM INDICA O QUÊ - MARGARETH MENEZES

28 janeiro 2009 |


QUEM? Margareth Menezes.
OCUPAÇÃO: Cantora.
INDICA O QUÊ: O livro "Memórias de minhas putas tristes", do autor Gabriel García Marquez.
SUA OPINIÃO: É um livro pequeno mas que fala de uma possibilidade real, uma história muito bonita e sincera de um homem de 90 anos que conhece o amor a partir da relação com uma adolescente virgem. É engraçado como o autor consegue trazer a novidade. A maneira que ele descreve a relação, mexe forte com nosso entendimento e traz uma visão profunda da vida.

Foto: Internet

INVERSÃO DE VALORES?

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Que o cão é o melhor amigo do homem, isso já se sabe há muito tempo. Agora, que seu dono deseja mostrar isso para o mundo inteiro ver e saber, depende de cada um. Mas, como prova dessa fidelidade, o humano criou formas de relacionamento, via web, para o comparsa, segundo a Revista Época, publicada no dia 19 de janeiro de 2009, edição nº 557, na matéria “Os amigos babam por mim”. Em 2004, criou-se nos Estados Unidos a primeira rede social de animais, a Dogster, restrita ao público canino. Consequentemente, os gatos também ganharam espaço e seus donos criaram a Catster. Dois anos depois (em 2006), o Brasil também colaborou com a idéia e lançou o Petkurt – atualmente com 200 mil “membros”. A forma criativa de expor seus animais na internet, na verdade, criou uma espécie de junção, correlação, amizade entre seus donos. Pessoas tímidas, logo se sobressaem pela necessidade de penetrarem no mundo animal e descobrir, assim, suas fantasias, desejos e realidades. Para isso, uma exigência: deve-se adotar novas linguagens, ou seja, usar a interpretação humana na hora de compreender o mundo “cão”. Expressões como “amicães”, “patabraço” e “lambeijoca”, entre dezenas de outras, fazem parte do vocabulário. Hilário!
Tem gente que leva a iniciativa tão a sério que até já participou de “cãominhadas” em São Paulo e arrumou um par. Que amigo especial mesmo são os cachorros: até mesmo unem seus donos. Nos relacionamentos, na internet, os proprietários falam como se fossem seus estimados, com gírias, expressões e até comunicam quando vão viajar e não podem acessar a página. Fidelidade.
Sinceramente, a idéia é brilhante e os cães merecem. Porém, com a vida estressante que o homem moderno leva, que mal consegue responder a seus scrapts, teria condições de ainda arrumar tempo para responder/enviar os de seu animal? Se for para tratar o assunto no campo da fidelidade, seria uma lástima fazer isso com o canino, expor sua imagem para o mundo e ainda não ser responsável de manter seu caráter, na virtualidade. É bom quem tem (ou terá) essa prática, pensar direitinho. Jamais se faz com um amigo o que não deseja para si. E, acima de tudo, o humano deve estar atento aos seus valores e condutas como pessoa; cachorro tem sua forma particular de ver o mundo e isso deve ser respeitado. “Cada um no seu quadrado”, né não?

Foto: Studio Fotográfico e Vídeo Davi

Vera Vaz analisa o comportamento dos jovens na atualidade

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Alguns jovens amadurecem mais cedo, outros não. Isto não tem necessariamente ligação direta com a idade. No geral, o jovem contemporâneo está cada vez mais alongando a adolescência. A violência urbana e o mercado de trabalho instável, entre outros fatores, favorecem o esticar do adolescer, adiando a saída da casa dos pais. Síndrome de Peter Pan, o não querer crescer.
Nessa fase, o jovem pauta suas escolhas querendo se distanciar dos modelos dos pais, filiando-se ao grupo social. É o momento de expressar os seus próprios desejos e não os dos pais. Influenciável, também corre o risco de se tornar marionete na satisfação dos desejos do grupo. Mas as ações expressas por idéias ou comportamentos sofrem influências da vida inconsciente.
Sair da adolescência é assumir os seus atos, é se responsabilizar como sujeito! A passagem para vida adulta exige responsabilidade. Mas é mais fácil o “ficar”, que implica em não ter compromisso. Não é para conhecer, nem conversar, é para beijar todo mundo na boca - o outro descartável. Tudo num só final de semana!
A desestruturação da família, a falta de autoridade dos pais, a sociedade que chama para um padrão adolescente do corpo sarado! Há uma indefinição do lugar do pai, da mãe, da família. O pai perde a autoridade e se desloca do seu papel de interceptor, é a falência da lei paterna.
É tempo de perdas, isto o amedronta. Alberastury e Knobel (especialistas em adolescentes) relacionam esses processos aos ‘lutos’, isto é, aspectos infantis dos quais o jovem precisa se desapegar nessa progressão em direção à sua maturidade. Muitas vezes, por não saber romper com esses aspectos, ele acaba dando conta da angústia da separação através das drogas lícitas ou ilícitas. A droga vem para unificar, algo do simbólico para dar conta da falta. Droga anestesiando a sua dor. Algo para adormecer, neutralizar, se esconder.
O adolescente hoje em dia não tem causa (ditadura, greve de estudantes, cultura, perspectivas de trabalho). Hoje é a cultura do prazer! O prazer ilimitado levado às últimas conseqüências!
Fazer escolhas conscientes ou não, se responsabilizar por elas ou não. Há a chance de despertar ou de adormecer para sempre. A terapia com adolescentes é um caminho que pode ajudá-los a assumir suas vidas e a se implicarem nas suas escolhas.

Vera Vaz
Psicóloga
E-mail: veralusai@gmail.com

Foto: Edson Soares

Eduardo Succini sobe os degraus da carreira na teledramaturgia

27 janeiro 2009 |


Quem poderia imaginar que aquele menino do teatro amador da escola um dia estaria numa novela da Rede Globo? Embora se saiba que nessa vida tudo pode acontecer, naquele momento ninguém teria essa garantia. Contudo, o menino cresceu. Estudou teatro, fez tablado, especializou-se. Um passo aqui, depois outro ali, o tempo passou e o jovem Eduardo Succini, hoje com 36 anos, acabou de interpretar o “Dr. Sérgio” na novela global “Beleza Pura”. Acreditou no sonho, seguiu suas metas e, agora, conta tudo para o “Cultura Viva”. Sucesso, amigo!

CULTURA VIVA: Como e quando deu seus primeiros passos na área da atuação?
EDUARDO SUCCINI: Fiz anos de teatro amador na escola... E põe anos nisso! Depois, fiz uma campanha publicitária grande. Isto deve ter, pelo menos, uns dez anos... Ai, estou ficando velho mesmo... (risos). Com a visibilidade da campanha, outros convites para propaganda foram surgindo, já estava no Teatro e logo consegui me profissionalizar. Depois de um tempo, corri muito... Mas, muito... Para conseguir fazer testes na oficina de atores da TV Globo. De tento correr, cheguei lá, iniciei minha relação com a TV Globo. Como consequência, foram pintando participações especiais, mais propagandas, como creme dental, cartão de crédito, jornal, cursos de Inglês e vieram as fotos para revistas de moda. Já tinha feito algumas participações na TV, voltei a fezer teatro infantil em projeto para escolas. Daí fiquei um “tempão” afastado da TV, ganhando a vida mesmo como publicitário. Não dava muito para tentar oportunidades na TV; já tinha feito a oficina, era conhecido na TV Globo e muitas vezes chamado, mas não podia atender por causa do famoso emprego fixo, salário certo, estas coisas que nos dão uma falsa ilusão de garantias e proteção. Como se fosse verdade no nosso país... (risos). Passaram-se dez anos, estava sem fazer teatro, enferrujado e fui demitido de uma multinacional de propaganda como diretor de contas. Aí bateu aquela saudade repentina do Teatro, onde me sinto realmente feliz, na arte de interpretar. Enquanto estive fora do meio, escrevia poesias, pintava... Era meu contato com a arte e a arte em mim. Como nada acontecia, resolvi dar as caras de volta na TV Globo e, surpreendentemente, descobri que meu cadastro não tinha sido deletado pela emissora – coisa que na época aconteceu com muitos atores. Então, falei com as mesmas pessoas de dez anos passados que ainda estavam lá, e me perguntavam: “Eduardo Succini, por onde você andava, rapaz?”. Refiz meu teste de vídeo e escolhi um texto de um personagem atrapalhado. Acho que isso ajudou porque estava previsto em “Beleza Pura” a entrada de um personagem com minhas características e o principal: o personagem era para o núcleo cômico da novela e seria um médico nutrólogo atrapalhado. Passados alguns meses, por pura surpresa, estava sendo chamado e testado para fazer o “Dr. Sérgio”. Coisas de Deus mesmo! Não esperava nada assim tão rápido, achei que voltaria a fazer participações e acabei conquistando um personagem,. de início, pequeno, e logo foi crescendo. Ele deveria ter saído da trama quando a clínica “Amor da Pele” fosse fechada; acabei sendo remanejado para a clínica “Beleza Pura”; o personagem cresceu e foi até o fim da novela. Isso me deixou muito feliz mesmo. Sou grato à autora por isto, ao “Dr. Sérgio” e a Deus pela oportunidade.

C.V.: Como surgiu o convite para interpretar o “Dr. Sérgio”? Para encená-lo teve que frequentar clínicas médias?
E.S.: Sim. Fiz um laboratório com médicos nutrólogos porque não sabia que existia “médico nutrólogo”; pensava que só existia o nutricionista e aprendi que sim, existe, e a diferença é que ele tem todas as responsabilidadess de um médico: avalia tudo e pode ou não receitar remédios ou prescrever dietas. Muitas vezes, ele pode indicar um nutricionista para elaborar as dietas, de acordo com o caso clínico do paciente. Só que não parava aí. Este médico teria que ser um trapalhão, um desastrado, mas competente. Fui buscar o trapalhão nas ruas, na vida, ver se tinha em mim este trapalhão e encontrei muitos por aí. Fiz a composição de acordo com o briefing do personagem. Nasceu o “Dr. Sérgio”.

C.V.: E, no momento, o que anda fazendo, artisticamente?
E.S.: Estou me preparando para encarnar outro personagem na TV e no cinema – projetos que ainda não posso abrir aqui neste momento.

C.V.: Tem planos para o futuro de sua carreira? Pode detalhar alguns?
E.S.: Planos sim, muitos. Entre eles, melhorar, estudar mais, fazer e apresentar a vocês o melhor de mim como ator; levar risos ou emoções de uma maneira cada vez mais profissional e talentosa. Com o personagem, fiz um preparatório de alguns meses para desenferrujar, mesmo sentindo na hora que é como andar de bicicleta pela primeira vez. Porém, com esta volta, quero estar cada vez mais preparado. Por isso, estudar está sendo fundamental para mim; é respeito ao público e a mim mesmo. Não quero ser só um rostinho bonito.

C.V.: Eduardo, além de atuar, você também canta? Considera importante um ator também cantar? No teatro, especificamente, a música é importante, dependendo do espetáculo. Que opinião tem sobre esse assunto?
E.S.: Olha... (risos)... Eu canto muito no chuveiro!... (risos). Na verdade, não canto, profissionalmente. Mas, vou cantar. Acredito que o ator deva ser completo, oferecer tudo o que puder, afinal, existem muitos personagens que cantam, dançam, etc. Acho que a música e tudo o que compõe um espetáculo é muito importante!

C.V.: Entre a TV, o teatro e o cinema, onde se sente mais a vontade para atuar?
E.S.: Atualmente, na TV, no vídeo. Para voltar ao Teatro, quero me sentir mais seguro e, assim, poder dar ao público o melhor. Não só o que se ensaia e ponto: o Teatro é um grande divisor de aguas.

C.V.: E, por falar em cinema, já fez filmes? Tem planos ou convites de pé para isso?
E.S.: Sim. Estou me preparando para meu primeiro longa e estudando mais duas propostas junto com a equipe que trabalha comigo. Prometo que assim que puder falar, eu conto!... (risos)

C.V.: E na TV, quando volta?
E.S.: Em breve. Graças ao público que me adotou carinhosamente e a Deus que permitiu que isto acontecesse novamente na minha vida! Sou grato a você, Edson, e ao jornal “Cultura Viva” pela oportunidade. Desejo a todos que estão lendo esta pequena entrevista muita paz, luz e esperanças no futuro. É disto que precisamos para nos mudar e, consequentemente, mudar o mundo: cada um fazendo sua parte! Me sinto feliz em estar aqui com vocês!

Conheça mais sobre a carreira de Eduardo Succini no blog http://pernonagemsergiobelezapura.blogspot.com/ e adicione o ator em sua página no orkut
http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=3637405696293738426

Foto: Paulo Múmia (Agência Pedra Viva)

Lino Correa: um artista de muitas habilidades

25 janeiro 2009 |


Quando o mundo gira, tudo o que há nele muda de lugar. E assim, a vida das pessoas também sofre alterações. Foi justamente o que aconteceu com o ator Lino Corrêa. Formado em Odontologia, o artista atua como modelo, jornalista e até dublador... Um profissional de muitas utilidades num planeta que exige saber um pouquinho de cada coisa.
Sucesso na TV, no cinema e no teatro, Corrêa acumula uma carreira de 17 anos ao lado de artistas como Xuxa, Renato Aragão, Marcos Pasquim, Giovanna Antonelli e centenas de outros.
Suas passagens pela TV estão registradas nas novelas “O Clone”, “Esperança” e “As Filhas da Mãe”, principalmente. No teatro, atuou em “Fragmentos de Nelson Rodrigues”, “O que Abunda não Sufoca” e “Garota.com”. Mais detalhes de sua carreira, acesse .
Para quem conhece o ator de perto, pode constatar a jóia de pessoa que atua (de verdade!) no palco da vida real. Exemplo de humildade e carisma. Um artista que merece nossos aplausos estando no palco ou na platéia. Mesmo ocupado com os ensaios da peça que pretende estrear daqui a alguns meses chamada “O Último Carro”, com as gravações da novela “Afinidade”, que terá estréia breve na Rede TV! e com as filmagens do Filme “JÊ”, onde vai interpretar o “Beato Lino”, Corrêa reservou um pouco do seu precioso tempo para o “Cultura Viva”. Valeu!


CULTURA VIVA: Lino, você é sergipano e nasceu em Lagarto, não é isso?
LINO CORRÊA: Isso. Não sou nenhuma lagartixa, mas na realidade, eu tenho o maior orgulho de dizer que eu sou fabricado em Lagarto. (risos). Me carioquizei, sem perder a minha nordestinidade porque eu acho que o DNA da gente é fundamental, a minha porção carioca é flamenguista e mangueirense, mas acima de tudo, sou brasileiro. Meu pai tem uma descendência portuguesa e eu sou brasileiro, sou um “sergiroca”.

C.V.: Você, lá em Sergipe, começou de forma amadora sua carreira de ator e de modelo, na sua infância.
L.C.: É verdade. Eu comecei a fazer teatrinho na Igreja Presbiteriana de Lagarto: montava algumas coisas da história de Moisés, Davi, depois, fazia muito uma coisa de modelo: meus pais (Orlette e José Corrêa) são do Rotary Club de Lagarto, então tinha desfile das crianças dos rotarianos, desfile de “moda praia infanto-juvenil”, mas era uma brincadeira, nunca pensei que isso lá na frente fosse virar profissão. Era um início. Eu sempre gostei de lidar com sensibilidade.

C.V.: Mas, isso você está falando no tocante à arte de atuar.
L.C.: É... Porque quando você desfila, também está atuando, está representando uma grife, uma roupa... Eu sempre gostei de falar em público também... Acho que era um começo.

C.V.: De igual forma, o talento jornalístico. Ainda em Sergipe, já escrevia textos com intuitos jornalísticos? Chegou a ter formação profissional na área de Jornalismo?
L.C.: Eu sempre gostei de trabalhar as minhas emoções. Os meus conflitos de adolescente sempre iam para o papel. Então, era uma forma que eu criava as minhas poesias, os meus encantamentos e desencantamentos. Eram crônicas movidas naquele momento ao meu despertar para um no ciclo de vida e também por ter na minha genética familiar um grande jornalista. Meu tio-avô era um grande repórter, concorreu à vaga do Jorge Amado na Academia Brasileira de Letras, o Joel Silveira, que era um dos maiores jornalistas brasileiros. Ele faleceu no ano passado e foi consagrado e reconhecido por João Ubaldo Ribeiro como um dos maiores escritores da Literatura Brasileira.

C.V.: Dos trabalhos que você já fez, quais os que o público comenta até hoje quando está com você?
L.C.: O poder que a mídia global tem é muito grande. As minhas cenas na “Casa das Sete Mulheres”, por mais que não tenham sido grandes cenas, mas a Globo tem um poder infiltrativo muito grande, então, as pessoas sempre lembram do meu revolucionário gaúcho que era preso... “Puxa, não vão te soltar, não?”... (risos)... Então, as coisas que eu fiz também na minissérie “Um só coração”, eu fazia o “Sérgio Cardozo”; fiz um médico na novela “O Clone”, mas eu gosto dos meus trabalhos onde eu pude desenvolver um personagem intenso, como desse último trabalho no cinema (que eu adorei fazer!), o “Aporias Conjuminadas”, que eu fazia um biógrafo.

C.V.: Como avalia o trabalho de ator hoje, no Brasil? Tem muito o quer fazer? A carreira é aconselhável aos interessados ou o ciclo anda fechado, restrito a quem tem conhecimentos e consegue o famoso “conchavo”?
L.C.: Infelizmente, é por aí. As pessoas vêem um glamour em relação à carreira de ator, no Brasil, um pouco complicado. Eu já tenho uma estrada, sou sindicalizado como ator desde 1990 e acho que já estou começando a colher alguns frutos agora. Você vê como as cosias são complicadas no nosso Brasil. Mas, eu nunca fiquei muito focado só em ser famoso; fiquei focado em fazer o meu trabalho e diversificá-lo porque tem pessoas que tem uma ansiedade muito grande e essa coisa que você falou do “conchavo”, infelizmente, existe muito principalmente na televisão, e até no teatro porque se você não tem um contato com grupos que são fechados, para quem não conhece, eu acho que o trabalho de ator fica muito complicado.

C.V.: Como você diz que está colhendo frutos agora, se já gravou “Xuxa e os Duendes” com a Xuxa, “Didi quer ser Criança” com o Renato Aragão e tantos outros mestres na arte brasileira? Não acha que já está colhendo há muito tempo e só está percebendo agora?
L.C.: É porque a gente sabe que isso tudo é um trabalho de muita busca. Acho que, baseado na minha batalha, já de 17 anos, não de 17 dias, eu já poderia está aí com um trabalho mais consistente. Mas, eu não estou com nenhuma mágoa. Acho que sou muito feliz naquilo que eu faço porque estou escrevendo meu primeiro livro, faço as minhas locuções, as minhas dublagens...

C.V.: Qual o nome do livro?
L.C.: “Não páre agora” – a biografia autorizada da cantora Wanderléa. É um trabalho que eu estou numa pesquisa grande há dois anos. Ela é um dos ícones de revolução de comportamento de uma música. Ela foi a minha Xuxa, então... (risos)

C.V.: Na sua opinião, o público que freqüenta as salas de cinema e de teatro se mantém dos anos 80 para cá ou há oscilação?
L.C.: Se mantém. De uma década para cá, o teatro, especialmente no Rio de Janeiro, onde eu atuo a nível teatral com maior freqüência, tem vantagens: espetáculos de teatro com descontos, a Prefeitura coloca um dia no teatro por um preço simbólico, ... Eu acho que quem gosta do teatro e de um bom texto, tem mais opções. O Centro Cultural Banco do Brasil tem espetáculos maravilhosos a preço de R$10. Óbvio que o grande público não vai pagar num teatro de R$ 70, como bons espetáculos de grandes atores. Acho que fica muito limitado para a grande maioria da massa brasileira.

C.V.: Quais são seus planos para esse ano?
L.C.: Ah, quero trabalhar! (risos)... Quero escrever, atuar. Fizemos dois meses de um espetáculo teatral maravilhoso, que é o “Mixórdia e Cia.”. É um texto que eu ajudei a escrever junto com o Fernando Resker. A gente explica que é uma mistura, um mundo mix, um jogo carioca. O carioca é o mínimo e o máximo o tempo todo; é um espetáculo com muito humor, que lotou o Teatro Posto Seis em Copacabana. “Mixórdia e Cia” volta na última semana de julho ao Teatro Posto Seis e, dentro de dois meses, estarei estreando com grande elenco o espetáculo “O Último Carro” com direção de Wavá de Carvalho, e o longa que está em finalização “Aporias Conjuminadas” de Vinicius Bandera, que traz uma linguagem muito interessante e foi maravilhoso está atuando com grandes nomes da história do nosso cinema, como Carlo Mossy, e Rossana Ghessa, especialmente.

Foto: Lino Corrêa na gravação da novela "Afinidade" da Rede TV!

O HOMEM MAIS PODEROSO DO MUNDO

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Tapas no preconceito ou sua derrota final? Se bem que ao se falar no assunto “preconceito”, temos a lógica como resposta: ele sempre vai existir. Seja por diversos motivos: cor, raça, religião, condição social, opção sexual. O ser humano tem todas as ferramentas, dadas por Deus, para amar, respeitar e compreender, mas infelizmente a fraqueza não deixa e o pecar é sua marca constante, registrada. Então, ele, querendo ou não vai, sempre que lhe for permitido, exalar resquícios preconceituosos. Parece não ter solução mesmo para essa doença... Incurável!
Mas, no dia 20 de janeiro de 2009, o preconceito teve que se curvar frente a um negro. Barack Hussein Obama II, mundialmente conhecido como Barack Obama, tomou posse em Washington (EUA) como presidente da nação. Venceu as eleições americanas pelo Partido Democrata e ocupou o 44º lugar de Chefe de Estado do país mais poderoso do mundo, mesmo frente a crises e responsabilidades com questões humanitárias, econômicas e sociais nacionais e internacionais.
Advogado, evangélico, inteligente, simpático, com ar tranquilo de bom moço, o político de 47 anos representou uma esperança para seus eleitores diante do terrível e “perdido” governo Bush. Já em seu primeiro dia de trabalho (21 de janeiro de 2009), se trancou na sala presidencial da Casa Branca e leu, em secreto, a carta que estava na gaveta que o presidente anterior deixou, como de costume da política local. O conteúdo da correspondência não foi divulgado, segundo a Rádio CBN, mas com certeza fazia jus à situação financeira e empregatícia dos Estados Unidos, além de alerta sobre guerras, rebeliões ou atentados. É função do outro assustar, né?
Por ter atuado ainda como líder comunitário, a função dá à Obama um apsecto de homem público que entende as mazelas humanas, já esteve perto de problemas da população, saberá lidar com as causas, viablizando soluções.
Enfim, embora o preconceito ainda tema existir, o homem mais poderoso do mundo é negro, eleito por centenas de brancos. Isso é uma grande vitória. Todos devem respeitá-lo, ovacioná-lo. É um político digno de honra. Mas, já imaginou quantos atos de preconceito ele já sofreu ao longo da vida? E ainda sofrerá. Tem gente que não respeita negro, não se comunica, nem sequer aperta a mão. São brancos desumanos, pobres ignorantes. Independente se estes ignoram ou não, o negro venceu, a raça negra vibrou: “chegou a nossa vez!”. A terra girou e tudo mudou de lugar. Quem diria, até um negro ocupou lugar de príncipe. Coisas da vida moderna.

Foto: Arquivo pessoal de Edson Soares

'PING PONG' COM REGIS DANESE

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Entrevistado: Regis Danese.
Ocupação: Cantor e compositor gospel.

Como poderia descrever a felicidade?
- A felicidade é poder deitar, dormir, acordar e saber que temos um Deus todo-poderoso que, nos momento de angústia e aflição, alegra o nosso coração e quando ficamos tristes, até nossa tristeza salta de alegria.

Qual seria a cor do amor?
- Muitos dizem que é vermelho, mas ele pode ser branco. O amor nos traz paz. Pode ser amarelo como o sol: o sol brilha. Nossos olhos também brilham quando amamos. E pode ser azul da cor do céu. O amor nos deixa nas nuvens.

O que representa compor uma música?
- Uma coisa muito importante: a música tem um poder muito grande na vida de uma pessoa. Músicas do mundo tem poder de destruir a vida de uma pessoa, por isso me sinto honrado de estar compondo louvores que tiram uma pessoa do fundo do poço através de frases que o Espírito Santo coloca em cada canção que ele tem me dado. Uma palavra tem poder para mudar uma situação e cada música que Deus me dá de presente é uma palavra cantada que penetra no mais profundo da alma.

Mania?
- Muitas, minha esposa estava contando, mais de dez.

Um sonho?
- Ver o meu filho bem sucedido como jogador de futebol e principalmente da Seleção Brasileira em Copas do Mundo.

Uma conquista?
- Foram muitas, graças a Deus! Ter dado uma casa para os meus pais e ver a repercussão do meu trabalho; saber o que Deus prometeu, no tempo do Senhor, tudo vem se cumprindo.

Coisa desprezível?
- Inveja, mentira, falsidade, traição.

Música mais marcante?
- Alfa e Ômega.

Prato preferido?
- Churrasco.

Frase da sua vida?
- Eu creio nos planos de Deus, eu creio nas promessas que Ele tem para mim, o mundo pode até duvidar, no tempo do senhor, tudo vai cumprir.

Foto: Capa do CD Regis Danese - "O Melhor que eu tenho"

Robson Sanches conta sua história

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O ator, diretor e contador de histórias, Robson Sanches, 31 anos, começou a carreira artística em 1992, aos 15 anos, com o corpo de teatro até criar uma companhia de teatro, que foi uma forma de entrar no mercado de trabalho. “A gente criou um grupo de teatro chamado FarsaCena, que foi a união de ‘Farça’, que é um estilo cômico, com “Cena”, que significa exatamente o estar em cena, o ato teatral. Então, a gente fundiu essa coisa toda porque sempre trabalhamos muito com a comédia. O intuito foi de mostrar o trabalho mesmo, de participar de festivais. O primeiro festival que a gente participou foi o festival de esquetes, no Teatro do Barrashopping, na Barra da Tijuca, que hoje nem existe mais. Foi a maior sensação porque a gente ganhou Melhor Atriz, Melhor Ator e melhor Direção do Esquete”, recordou.”

CULTURA VIVA: E a contação de histórias veio quando? Começou no grupo?
ROBSON SANCHES: Veio depois que eu, inclusive, comecei a fazer participações televisivas. Não começou no grupo porque, na verdade, eu sou fundador do grupo, com mais uma atriz e diretora, que é a Monique (com quem eu sou casado hoje) e mais duas pessoas que já não estão fazendo parte mais do grupo. O FarsaCena eu continuo dirigindo, atuando e, paralelo, eu começo a fazer, agora, participações em TV, coisas pequenas, em novelas. A última que eu fiz foi uma participação em “Malhação” e no “Linha Direta”, no caso “Cézio de Goiânia” falando sobre a radioatividade, que há 20 anos atrás matou muita gente na cidade. E, voltando para contação de histórias, foi um convite que surgiu exatamente assistindo as apresentações dos meus espetáculos da FarsaCena. A gente costuma fazer na FarsaCena espetáculos clássicos onde dessacralizamos o texto, como por exemplo de “O médico à força”, de Molier; nós fizemos Shakespeare; agora, o mais recente foi “Sonhos de uma noite de verão”, que inclusive, nós vamos estar a partir de janeiro com a direção minha e da Monique , supervisão do Amir Haddad, percorrendo todas as cidades do interior do Estado do Rio de Janeiro, através do programa de fomento à Cultura da Funarte, o Myriam Muniz. Nós fomos contemplados e estaremos percorrendo as praças, esse projeto se chama “Shakespeare nas Praças”. Estaremos levando à Duque de Caxias, à São Gonçalo, à Araruama, à Saquarema, à Parati. Em várias cidades estaremos fazendo essas apresentações nas praças, com o nosso mais recente espetáculo “Sonhos de uma noite de verão”. Já fizemos Tchecov também.

C.V.: Isso quer dizer que você hoje, não fica só na contação de histórias, atua também.
R.S.: A contação de histórias é um trabalho que a gente faz diretamente nas escolas e também quando há um contrato de alguma empresa que queira que a gente faça algo em cima de um assunto já encomendado por ela. Então, a gente segue uma diretriz, faz mais ou menos o que fazemos aqui (no “Espaço Conhecer Petrobras”, na Bienal do Livro), que é transformar de forma lúdica, todo esse material, todo esse acesso que a Petrobras quer disponibilizar e, de forma enriquecedora para as crianças.

C.V.: Na sua contação de histórias, você tem todo um tom educativo como se fosse um professor. Como consegue unir isso: ator, professor, educador?
R.S.: Acho que tudo - o ator, o professor e o educador - têm uma linha muito tênue de preocupação, que é a seguinte: eles precisam fazer com que o público deles entenda e se interesse pelo o que ele está propondo. O Amir Haddad tem uma frase que eu acho inesquecível, que é: “tudo do que você faz no palco, se não for verdade, é mentira”. Então, é por aí que eu penso. Quando estou falando com as crianças, eu tento falar de verdade com elas de forma com que entendam, e tento ouví-las também o tempo todo porque, principalmente a criança, eu digo que é o público mais exigente que tem porque se ele gosta, diz que gosta e, se diz que não gosta, vai falar na sua cara “não gosto, você é chato, sai daqui”. É um público sincero.

C.V.: Qual o seu contato para quem quiser te contratar para shows, espetáculos?
R.S.: Podem entrar em contato conosco através do site ou pelos telefones (21) 9188-2335 ou 3412-0320, que é o da Companhia.

Foto: Edson Soares

'PING PONG' COM SHEILA SÁ

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Entrevistada: Sheila Sá.
Ocuapção: Cantora.

Dá pra traduzir a felicidade em palavras?

- O simples fato de estar viva, ter saúde e poder cantar, para mim, é a maior tradução da palavra “felicidade”.

Como fica o mundo com música?

- Lindo, colorido, cheio de vida e muito alegre! Diria até... completo.

E o mundo sem música?

- Triste, obscuro... vazio.

Mania?

- Falar demais.

Um sonho?

- Ver o mundo em paz.

Uma conquista?

- Ter concluído meus estudos, tanto na Música como no Direito, e não ter nenhum tipo de vício.

O que significa o dom de cantar?

- Difícil dizer... É maravilhoso poder proporcionar às pessoas momentos de alegria através da música. Me sinto extremamente feliz! É um dom divino! Dos céus! Obrigada, meu Deus!

Música mais marcante?

- São tantas... Mas, vou citar “Como nossos pais”, de Belchior. Sempre que canto me emociono muito.

Prato preferido?

- Hum... Gosto de tudo! Como de tudo um pouco. Escolher um só... Não dá.

Frase da sua vida?

- Adoro a frase do saudoso Renato Russo: “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...”

Foto: Arquivo pessoal de Sheila Sá

Daniela Fossaluza 'costura' histórias para o público infantil

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O coletivo de artistas “Costurando Histórias” nasceu em torno da idéia de contar histórias com tapetes, segundo sua coordenadora, a atriz Daniela Fossaluza, 33 anos. Mas, essa idéia nasceu na França através da educadora Clotilde Hammam: ela teve a idéia de fazer um tapete tridimensional para o neto, onde a história ficasse palpável. O neto gostou, chamou os amigos e a coisa deu certo. Ela, que é pedagoga, levou para a biblioteca. Enfim, o tapete se tornou um objeto de ajuda e incentivo à leitura. A idealizadora criou, então, um projeto chamado Rdonte-Tapis e chamou o filho Tarak Hammam, que é diretor de teatro, para ajudar a difundir o projeto. Dessa forma, chegou ao Brasil, através do Tarak. Na universidade de teatro – UNI-Rio, onde estudou Artes Cênicas –, Daniela conheceu a técnica, começou a contar história com os tapetes franceses e, depois de quatro anos de prática, criou o “Costurando Histórias”, similar ao projeto francês, criando tapetes a partir de histórias brasileiras.

C.V.: Qual seria o diferencial do “Costurando Histórias”?
DANIELA FOSSALUZA: Costurar traz essa idéia de alinhavar conteúdos e proporcionar encontros. Quando a gente costura o tapete para contar história utiliza livro, instrumento, música. Então, você está costurando linguagens também: arte, teatro, artesanato, literatura.

C.V.: Como é feita a pesquisa para montar um tapete que conte a história?
D.F.: A idéia é encontrar uma história que proporcione uma boa transmissão de conteúdo. A gente costura histórias indígenas, histórias criadas a partir da oralidade, autores contemporâneos, histórias do oriente, mitologia grega, etc. A idéia é a gente fazer uma coisa bem ampla para oferecer à criança essa idéia de um mundo rico, cheio de possibilidades.

C.V.: Existe uma técnica específica para incluir a ludicidade durante a contação da história?
D.F.: A ludicidade é ponto de partida. Uma vez que você vai transferir uma história para um objeto, um tapete, nisso aí já tem que ser lúdico. Como é que você vai concretizar algo da história naqueles tecidos? Nisso você já está brincando. O tapete é como um jogo: a história vai aparecendo ali, as crianças vão tentando adivinhar, vão ficando surpresas com o enredo.

C.V.: O trabalho do “Costurando Histórias” é puramente infantil?
D.F.: Ele é direcionado ao público infantil, mas cada vez mais isso está se ampliando porque eu venho percebendo que os adultos estão completamente envolvidos. Há uma idéia de fazermos tapetes de histórias para eles também.

C.V.: Como o público interage durante a apresentação?
D.F.: A interação é muito bem-vinda. A idéia do contador de histórias é perceber cada criança que está ali ouvindo aquela história e contar para cada um, embora de uma forma geral. Depois que a gente narra as histórias, eles podem mexer nos tapetes: oferecemos a eles aquilo que a gente utiliza. Isso já dá todo um caráter de proximidade.

C.V.: Como é a atuação de cada ator durante as apresentações?
D.F.: Somos um grupo de dez pessoas e não são todos atores. Na verdade, só temos duas atrizes. A gente tem músicos, um engenheiro, ..., eu, a Patrícia Garcia e a Denise Goneve, que também conta histórias, mas ela não vem do teatro, ela é artesã, ajuda a criar o tapete.

C.V.: Daniela, que recado você pode deixar para quem trabalha com contação de histórias?
D.F.: Contador de histórias é uma coisa que todo mundo é de certa forma, mas por que você conta uma história para mim? Porque você acha aquela história boa. Então, primeira coisa é você ter um motivo para contar. A partir daí, você pode discutir a forma de contar melhor, a forma de prender. Mas, no coração da coisa, tem que estar a paixão.

Foto: Edson Soares

QUEM INDICA O QUÊ - PITTY

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QUEM? Pitty.
OCUPAÇÃO: Cantora.
INDICA O QUÊ? O livro “Pergunte ao Pó”, de John Fante.
SUA OPINIÃO: Bom, é um livro antigo, mas reli agora depois de algum tempo e continua fantástico. Idolatrado pela geração beatnik, John Fante influenciou Bukowski, Bob Dylan, entre outros. O livro conta a saga de Arturo Bandini, escritor iniciante, egocêntrico e falido, um anti-herói perdido em suas andanças por Los Angeles na década de 30, sua relação de amor e ódio com a garçonete Camila. Só que essas coisas aparentemente simples são abordadas sob uma ótica peculiar, irônica, humor e dor misturados de forma única. Uma narrativa frenética , com frases imensas, algumas vírgulas, pensamentos expostos sem muito lapidar. O prefácio é de Bukowski, e só aí já vale a experiência.

Foto: Internet

José Mauro Brant... Talento na arte de atuar e cantar

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Teatro, música e literatura. Estas são as três paixões do cantor, ator e contador de histórias, José Mauro Brant, 36 anos. Com mais de 20 anos de carreira, o artista sempre foi ligado à corrente dos musicais brasileiros, onde já atuou no “Teatro Musical e Brasileiro” I, II e III, do Luiz Antonio Martinez Corrêa, “A Vida do Nélson Gonçalves”, com o ator Diogo Vilela, e “Dolores”. Ele relata que sempre esteve na área onde a música conta a história e não foi à toa que começou a desenvolver, paralelamente, a carreira no teatro e uma carreira de contador de histórias.

CULTURA VIVA: Você começou no teatro e lá desenvolveu a música?
JOSÉ MAURO BRANT: Exatamente. A música, também, e depois a literatura foi entrando junto porque, na verdade, o trabalho de contador de histórias me levou a escrever dois livros: “Acalantos” e “Enquanto o sono não vem” que, na verdade, é um punhado de histórias que eu conto e canto.

C.V.: Você começou cantando no teatro e até então não era nada profissional. Quando surgiu a idéia de preparar um disco profissional?
J.M.B.:. Em 1996, eu já fazia informalmente algumas apresentações com essas histórias e, em 1997, estreei o espetáculo “Contos, Cantos e Acalantos”, no pequeno auditório do Museu do Folclore. Foi um grande sucesso de crítica, de público e me levou para o Brasil inteiro. Eu via que cada vez mais eu gostava e achava importante essas cantigas de ninar estarem sendo resgatadas e me deu uma vontade de imortalizar esse repertório num disco. Levei essa idéia para o Tim Rescala, que tem o selo Pianíssimo. Esse disco foi lançado em 2002. No ano seguinte, ganhou o Prêmio Tim de Melhor Disco Infantil: foi uma grande surpresa para mim, para uma gravadora independente. Estava concorrendo com a Eliana e o Toquinho. Isso deu um impulso para o disco, que acabou sendo, agora, relançado pelo selo Biscoito Fino, coordenado pela Olívia Hime.

C.V.: E as suas apresentações? O seu show é composto por quê: música, contação de histórias, literatura? Como você faz esse apanhado no espetáculo?
J.M.B.: Meu espetáculo é uma costura de contos, cantos e acalantos, sempre procurando mostrar a história que tem por trás dos cantos. As cantigas de ninar que, às vezes, tem um conteúdo terrível, ameaçador, o Boi da Cara-preta, o Tutu Marambá, são evocados monstros do pesadelo infantil justamente para a criança se sentir mais protegida no colo da mãe, ser um porto seguro. Então, eu acho que esse assunto é interessante. As pessoas não cantam mais com seus filhos. É esse o momento em que se dá toda a relação do pai com o filho, onde a afetividade começa a ser construída. É nesse momento, antes de dormir, onde a gente conta, canta, busca força para enfrentar o sono, o medo da noite e a vida.

C.V.: Você trabalha com a cultura popular. Qual a sua preocupação ao montar um espetáculo tentando linká-lo à cultura popular?
J.M.B.: Eu procuro, como leitor da cultura popular, perceber o que nela existe que diz tanto respeito a mim quanto ao cara nordestino porque quando a gente fala em “cultura popular”, tem uma visão bem regionalista: tem que fazer com sotaque, botar um triângulo, ... Eu acho isso lindo, também, mas eu sou urbano, do Rio de Janeiro: aqui eu também posso me identificar com esse material.

C.V.: Todo artista tem um objetivo central no seu trabalho. Qual o seu, mais 20 anos depois?
J.M.B.: Eu quero cada vez mais ampliar as minhas fronteiras de atuação e poder, através das histórias; encontrar as pessoas, quer dizer, estar não só para ser o artista no palco, mas uma pessoa que encontre fazendo oficinas, como eu também faço, cada vez mais percebendo como a arte pode ter uma utilidade, pode inspirar e modificar a pessoa.

Foto: Arquivo pessoal de José Mauro Brant

CHAPEUZINHO VERMELHO 'O MUSICAL'

23 janeiro 2009 |

Teste para atores e atrizes a partir de 17 anos, que tenham noção de canto e dança. Levar um pequeno texto decorado, uma música para cantar e um cd com a música preferida para dançar.
Levar tambem curriculum com foto. Estréia prevista para maio de 2009.
Direção de André Luiz Rocha (Picadeiro da Alegria).
Dia do teste:dia 24 de janeiro (sábado)às 12 horas(meio dia)
Local do teste: Teatro Max Nunes (Clube América) - Rua Campos Sales, 118 - Tijuca - RJ. (próximo ao metrô Afonso Pena)
Produção: Priscilla Paixão

Atriz, poeta e professora: tríplice talento de uma atriz que encanta o Brasil

21 janeiro 2009 |


Claudia Alencar. Este nome está associado à cultura nacional de forma intensa e marcante. A atriz, hoje contratada pela Rede Record, tem uma história longa de formação e preparação profissional que resultou não somente em um nome famoso, mas uma artista capacitada para atuar e diversificar personagens com a criatividade e o talento necessários. Bacharel Licenciada em Teatro pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, lecionou Arte Dramática durante 5 anos para o Ensino Fundamental, Médio e Universitário. Acumula 22 peças de teatro, como “Tartuffo” de Moliére, com Paulo Autran, “Tiro ao Alvo” com Marco Nanini, “A Partilha” de Miguel Falabella , “Quase 84” de Fauzi Arap, “O Momento” de Mariana Martins de Leilah Assumpção, dentre outras. Sucesso em 9 longas-metragens, como “Doce Delírio” de Manuel Paiva, “A Freira e a Tortura”” de Ozualdo Candeias, “Xuxa e os Duendes” e “Por Trinta Dinheiros” de Vânia Perazzo. Além disso, participou de 26 novelas e minisséries na Rede Globo, entre elas, “Roda de Fogo”, “Patativa”, “Tieta”, “D. Laura”, “Fera Ferida”, “Perla Menescal”, “Hilda Furacão” “Divinéia” e, em “Porto dos Milagres”, no papel da vice-prefeita “Epifânia.”. Na área da literatura, tem 5 livros publicados: 2 de pesquisas teatrais e 3 de poesias. Tudo isso dá à Claudia Alencar os títulos de atriz, poeta e professora.

CULTURA VIVA: Para você que é uma profissional completa e já atuou em novelas, filmes, peças teatrais e tem livros publicados, como analisa a chegada dos novos artistas brasileiros? Chegaram numa boa época ou percebe despreparo para os desafios?
CLAUDIA ALENCAR: Há uma turma ótima de jovens talentos que se apossa maravilhosamente das novas tecnologias, criando inéditas formas de interpretação do mundo e da atuação em si. Há também, é verdade, uma grande parte em que o foco está na mídia, na fama e não no conteúdo do trabalho criativo em si, na descoberta de novos caminhos, para a nossa cultura, mas como sempre aconteceu historicamente o joio vai se separando do trigo e o tempo se encarrega de nos deixar só os bons legados.

C.V.: No início de sua carreira se espelhou em alguém ou já lançou seu próprio jeito de atuar?
C.A.: José Celso Martinez Correa, Guarnieri, Boal, Fauzi Arap eram meus parâmetros da arte teatral. Giulieta Massina, Ana Magnani, Sofia Loren eram meus ícones da arte de interpretação e o aprendizado veio também com a Faculdade (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), com a Pós-Graduação em Teatro, com a prática diária da profissão e olhando grandes colegas atuarem, como Laura Cardoso, Cleyde Yáconis, Glória Pires, Tony Ramos e muitos outros colegas dos quais me orgulho muito. Creio que o Brasil fornece uma das melhores safras de atores e atrizes do mundo.

C.V.: Onde se sente mais a vontade: nas novelas, no teatro ou no cinema?
C.A.:Me sinto melhor fazendo um bom texto, um bom personagem, com uma ótima direção e um elenco de bons profissionais – não necessariamente uma protagonista – Todas essas mídias de atuação me dão imenso prazer, mas se por exemplo, eu faço teatro e a peça é ruim e o personagem não está bem construído ir ao teatro todas as noites se torna um suplicio. Fazer um filme e depois ver um bom roteiro ser transformado numa obra ininteligível, também é muito frustrante. O processo ocorre o mesmo com novela... Então, o que me agrada é um bom texto, a boa direção, a equipe competente, o personagem bem elaborado, independente da mídia.

C.V.: Se não fosse atriz, qual seria sua profissão?
C.A.:Gosto de pintar e gosto de escrever. Faria cursos, faculdades, tentaria me aprimorar mais e tentaria viver dessas artes, que em todo o mundo são instáveis, mas dão uma alegria de viver imensa.

C.V.: Que dica você daria para alguém que sonha em fazer sucesso no meio artístico e ainda está engatinhando?
C.A.: Fazer sucesso.... Quando eu comecei minha carreira eu queria fazer arte. Queria descobrir novos caminhos. Descobri alguns, fiz alguma arte, faço algum sucesso. Não acho que devemos buscar o sucesso, acho que devemos buscar aprender nosso oficio. Ler, ver filmes, viajar, debater idéias, aprimorar o corpo, a voz, ler mais ainda, escrever, freqüentar cursos, bons amigos, porque todo esse cabedal de informações vai formar o nosso “poço criativo” e nos dar ferramentas para atuarmos melhor e assim sermos úteis à sociedade. Esse é o sucesso.

Foto: Rodrigo Lopes

Petrobras divulga suas atrações culturais de janeiro

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Na Petrobras o ano começa com muito teatro! Veja as novidades de janeiro.

Mostra comemorativa dos 25 anos do circo Teatro Udi Grudi
A Companhia de teatro brasiliense Udi Grudi chega ao Rio de Janeiro ! Desde sua fundação, em 1982, o grupo cria um casamento de linguagens, misturando o circo, o teatro e a música, sempre costurados pelo humor, tendo recebido vários prêmios nacionais e internacionais.

Até 15 de fevereiro estarão em cartaz , no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea, os espetáculos : OVO, O CANO e UDI GRUDI EM ConSerto.
Mais informações no site: http://www.circoudigrudi.com.br/

Peça: Machado 3 X 4
Machado a 3 X 4 é uma adaptação do Nós do Morro para o conto O Alienista de Machado de Assis, uma forma criada pelo grupo para homenagear o escritor no ano do centenário da sua morte.
Local e horário:
Teatro Sesi - Av. Graça Aranha, 1
De quinta a domingo, às 19h30 - até 15/02.

Peça: Inveja dos Anjos
Após as recentes montagens de grandes autores do século XX, a Armazém Companhia de Teatro retoma o caminho da dramaturgia própria. Inveja dos Anjos é mais um fruto do processo de criação forjado em 21 anos de grupo. O espaço cênico determina experimentos dos atores com corpo e voz que ajudarão a dar nexo a uma narrativa invariavelmente fragmentada, mas jamais inorgânica.
Local e horário:
Fundição Progresso -Espaço Armazém | Rua dos Arcos 24 - Lapa
De quinta a domingo, às 20h - até 29/03.

QUEM INDICA O QUÊ - SIDNEY REZENDE

18 janeiro 2009 |


QUEM? Sidney Rezende.
Sua ocupação: Jornalista.
INDICA O QUÊ? O livro “Cadernos de Cinema”, da autora Marina W.
Sua opinião: O livro é um guia de cinema bem-humorado, com sacadas que só uma escritora de qualidade pode fazer. Marina W é o talento incontestável da nova geração. O livro você encontra nas livrarias e nas melhores locadoras do Brasil.

Foto: Arquivo pessoal de Sidney Rezende

KÁTIA ABRE O CORAÇÃO E FALA DA CARREIRA

17 janeiro 2009 |


Entrevistada: Kátia.
Ocupação: Cantora.

CULTURA VIVA: Nem todo mundo que canta, passa emoção. O que você acha disso?
K.: Eu acho que a emoção vai muito do sentimento, tem pessoas que passam realmente muita emoção e têm outras que não passam nada e é complicado isso porque se a pessoa sente o que está cantando, obviamente, vai saber transmitir e a gente tem que cantar tudo o que a gente sente. Se você canta uma música que você não sente, é difícil passar emoção. Aí seria uma emoção fabricada.

C.V.: O que Roberto Carlos representou no início da sua carreira?
K.: Tudo porque se não fosse ele, por exemplo, hoje a gente não estaria aqui. Ele me apresentou ao mundo artístico, me indicou para fazer um teste numa gravadora... Fiz o teste, fui aprovada, lancei minha música “Tão só”, que foi do meu primeiro disco, no “Fantástico” e, para minha surpresa, ele me apadrinhou artisticamente. Foi um presente que ele me deu. Antes mesmo de eu fazer o meu primeiro sucesso, que foi o “Lembranças”. Ele é exemplo como pessoa, como gente, como artista: um exemplo de vida, acima de tudo, tanto que está até hoje aí, ocupando o seu lugar e ninguém tira.

CULTURA VIVA: Como é o contato de vocês hoje?
K.: De vez em quando a gente se fala por telefone ou se encontra. Esse ano a gente ainda não se encontrou, mas já começamos a tratar de coisas que vão acontecer no meu DVD e eu já comecei a tratar com ele, embora a gente já tivesse tratado de parte disso no ano passado.

C.V.: Você acha que as novas tendências musicais conseguem transmitir a força do amor como as músicas românticas antigas?
K.: Alguma coisa. Não tudo. As músicas, hoje, são muito descartáveis, elas vêm e vão muito rapidamente. Você vê que hoje alguém grava um CD e a música fica, mais ou menos, dois meses nas paradas e depois aquela música já não está e vem outra música daquele grupo. É uma coisa muito rápida, é um meteoro que passa no rádio e já é substituído. Isso não deixa as músicas se tornarem imortais, mesmo que elas sejam ótimas. Por exemplo, “Lembranças” ficou nas paradas seis meses em primeiro lugar.

***PING PONG:

Uma música.
- “Ben”, de Michael Jackson.

Um prato preferido.
- Churrasco.

Uma mania.
- Assistir filmes, DVD e navegar na internet.

Um artista.
- Roberto Carlos, é claro!

Um sonho.
- Montar a minha produtora e ver os deficientes visuais trabalhando no ramo de radiodifusão.

O Brasil.
- Um país que tem tudo de bom, mas algumas coisas que precisam ser consertadas, principalmente o apoio do Governo às pessoas portadoras de necessidades especiais, suas famílias e ao trabalho dos profissionais sérios envolvidos nessa área.

Uma frase.
- “Com amor tudo se pode. E, com Deus, mais ainda.”

Foto: Edson Soares

FLÁVIO ROCHA FALA SOBRE CONSULTORIA DE BENEFICIOS

16 janeiro 2009 |


O brasileiro, preocupado em “dar conta do recado”, só pensa em trabalhar e, muitas vezes, esquece que, enquanto trabalhador, muitos direitos o amparam. De acordo com o Consultor de Benefícios Previdenciários da Petrobras Distribuidora, o advogado Flávio Rocha, 46 anos, é fundamental para quem atua na área de benefícios, ter conhecimento profundo sobre o assunto. Ele, que desenvolve trabalhos particulares, no ramo, há 17 anos, sempre com bastante coerência, qualidade e rapidez nos resultados - frutos que adquiriu com as exigências do mercado.

CULTURA VIVA: Flávio, o que é uma consultoria de benefícios?
FLÁVIO ROCHA: Consultoria de benefícios é o seguinte: você tem que estar bem entendido dentro da legislação atual porque o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) todo dia tem uma legislação diferente, então, para que você dê segurança ao segurado, tem que realmente conhecer o que está fazendo porque pode, ao invés de ajudar, atrapalhar o cliente. É necessário conhecer bastante a legislação, a lei que está vigorando para que você possa facilitar a vida de seu segurado.

C.V.: Qual a maior dúvida do cliente quando procura você para solicitar informações sobre seus benefícios?
F.R.: Suponhamos: um segurado está doente e não sabe o que é carência, qualidade de segurado, os direitos dele porque se preocupa só em trabalhar, trabalhar e trabalhar. Se ele é empregado, a empresa tem que lhe dar um requerimento de benefício dizendo qual é seu último dia de trabalho. A partir dessa data, a empresa é responsável por 15 dias de trabalho. A partir do 16º dia, ele tem que procurar uma agência do INSS com laudo médico, identidade, CPF, comprovante de residência e carteira profissional. Ele tem o direito de requerer o Auxílio-doença desde que tenha 12 contribuições. Não importa que elas sejam ininterruptas: ele tem 4 atuais com 8 em tempos anteriores, que correspondem a 12 contribuições. Terá 91% da média que for achada nas 12 contribuições, que será o benefício dele. A carência não se aplica nos casos de Acidente de Trabalho de qualquer natureza, desde que esteja filiado à Previdência Social com a primeira contribuição paga em dia.

C.V.: O benefício pode ser requerido em que situações?
F.R.: Isso é muito amplo. Existe o benefício Aposentadoria por Idade: o homem aos 65 anos e a mulher aos 60 anos, que tenham, no mínimo, 15 anos de contribuições, ou seja, 180 contribuições.

C.V.: Quinze anos não é muito tempo?
F.R.: Não. Quinze anos é o que a lei manda. Se é muito tempo, a gente tem que brigar com a legislação. Ela está até para mudar, segundo o nosso presidente, caso seja reeleito e de 15 passará para 13 anos. Mas, em compensação, se você tiver 13 anos contribuindo até com o salário maior, vai receber só o salário mínimo. Isso não é importante. Tem também a Aposentadoria por Tempo de Contribuição: mulher 30 anos de contribuição e homem 35; tem o Auxílio-doença, que já falei anteriormente; Aposentadoria por Invalidez, que é quando o segurado do INSS está até dois anos em Auxílio-doença e exige-se o seguinte: quando ele dá entrada no auxílio, o médico poderia, até, aposentá-lo devido à sua doença. Há casos em que ele não precisa nem de carência, pode se aposentar direto, mas o INSS não dá porque acha que ele é muito novo e fica prorrogando. Hoje, o INSS criou uma nova forma que se chama Pedido de Prorrogação do Benefício (PP), que não pode ser vencido. Quando estiver faltando 15 dias para vencer, o segurado vai ao médico, pega o laudo e pede no INSS a prorrogação. Inclusive, esse serviço está disponível na internet na página . É muito fácil de acessar e até mesmo de conhecer os direitos que o segurado tem. Se vencer o prazo, ele tem que entrar com o Pedido de Reconsideração (PR): tem até 30 dias para fazer esse trabalho ou pedir um novo benefício.

C.V.: Flávio, qual o primeiro passo para dar entrada em um benefício?
F.R.: Depende de cada benefício. Se você vai dar entrada no Auxílio-doença, deve estar com todos os documentos prontos: identidade, CPF, comprovante de residência, carteira profissional e requerimento da empresa, caso seja empregado. Se você não for empregado, for autônomo, também tem direito ao Auxílio-doença. Ele é devido ao segurado do INSS que tenha, no mínimo, 12 anos de contribuição. Se você é autônomo, tem todo o direito e deve procurar a Previdência Social, uma vez que está incapacitado para suas atividades laborativas. Deixo bem claro isso: o comprovante de residência deve ter Código de Endereçamento Postal (CEP) para que você não fique sem receber a carta de concessão, que é a confirmação do INSS para o seu benefício.

C.V.: Os documentos dependem de cada situação ou, para todos os casos, são sempre estes que o INSS solicita?
F.R.: Para Auxílio-doença são estes documentos que acabei de citar. Para dar entrada na Aposentadoria por Idade, você deve apresentar o documento principal: a certidão de casamento ou de nascimento, é um documento imprescindível. Mais a identidade, CPF, comprovante de residência e de suas contribuições, que devem ter um total de 180 contribuições, ou seja, no mínimo, 15 anos de contribuição. Podem ser ininterruptas.

C.V.: Existe prazo para gozar do benefício?
F.R.: Sim. O único prazo que existe é para o Auxílio-doença porque tem limite: é o prazo que o perito te dá. Ele acha que você vai ficar bom em 3 meses. Então, ele te dá esse tempo. Se antes deles completarem e você ainda estiver incapacitado, vai ao seu médico, pega um laudo, pede a prorrogação do benefício e aí o perito vai confirmar aquilo que seu médico está pedindo. Ele vai te dando 3 meses, 6 meses, até chegar a 2 anos, quando o médico decide se você vai aposentar por invalidez ou o que vai ser feito: se vai fazer uma Reabilitação ou uma Readaptação Profissional.

C.V.: Com relação ao processo de consecução do benefício, onde atua o advogado e qual a parte que cabe ao INSS?
F.R.: Acontece o seguinte: o segurado não conhece os seus direitos, não sabe qual é o trâmite dentro do INSS. O que é o trâmite? É você preparar o benefício, ver os documentos, fazer um bom recurso, caso haja necessidade, etc. O advogado conhece os direitos previdenciários, conhece toda a legislação previdenciária e aí ele tem toda facilidade de procurar o direito do seu cliente. No meu caso, quando o cliente me procura, eu analiso o processo, busco todos os direitos que ele tem e dou entrada no INSS.

C.V.: Há algum aconselhamento fundamental que você, enquanto advogado, pode dar ao beneficiário?
F.R.: Como advogado, procuro sempre o melhor para o meu cliente, então o que eu faço? Oriento sobre o direito dele: tem coisas que são muito objetivas, somente o segurado pode resolver e definir, como uma Aposentadoria Proporcional e outros direitos que ele tenha. Existem vários direitos que o segurado não tem: se o advogado não for um bom profissional na área previdenciária, pode prejudicar o segurado.

Foto: Arquivo pessoal de Flávio Rocha

INFORME PETROBRAS

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A Petrobras informa que no dia 2 de fevereiro encerram-se as inscrições para as áreas de Festivais de música, Festivais de cinema, Difusão de filmes de longa-metragem em salas de cinema e Festivais e eventos de artes eletrônicas e cultura digital do Programa Petrobras Cultural - Produção e Difusão. Para tirar suas dúvidas, nesta reta final, acontece no dia 22 de janeiro, quinta-feira, chats sobre estas áreas. Participe e se prepare para fazer sua inscrição!

15h às 16h
Romildo Nascimento, responsável pelo setor de seleção pública de Audiovisual.
Assunto: Dúvidas sobre as seleções públicas de Festivais de música, Festivais de cinema, Difusão de filmes de longa-metragem em salas de cinema.

16h às 16h30
Isabela Paulucci, setor de seleção pública de Música
Assunto: Dúvidas sobre a seleção pública de Festivais de música.

16h30 às 17h
Eliane Costa, gerente de Patrocínios da Petrobras
Assunto: Dúvidas sobre a seleção pública de Festivais e eventos de artes eletrônicas e cultura digital.

Acompanhe aqui o calendário de encerramento das inscrições das demais áreas:
9 de março de 2009 para as demais áreas do Setor Música
10 de março de 2009 para as demais áreas do Setor Audiovisual
11 de março de 2009 para as demais áreas do Setor Artes Cênicas; e
12 de março de 2009, para as demais áreas do Setor Literatura e o Setor Cultura Digital
Não perca essa chance. Para participar, acesse o site do PPC no momento do chat: www.petrobras.com.br/ppc

"VIVA AS DIFERENÇAS!" - JOSÉ ARAÚJO

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O que seria de nós se não houvesse diferenças entre nós?

Seriamos um bando de humanóides, feitos em série, programados para agir e reagir um exatamente igual ao outro!

Deus não nos quis assim e é exatamente por isto, que temos que abrir os olhos e enxergar que nosso maior tesouro, são nossas diferenças na maneira de pensar, de ser e de agir, de ser.

É maravilhoso ter sensibilidade para compreender a maneira como cada um de nós dá preferência a certas cores, enquanto outros, preferem juntas todas as cores do arco íris.

Já parou para ouvir a voz de cada pessoa com os ouvidos do coração e pode perceber a infinita gama de tons que existe nelas?

Quanto mais deixarmos que cada voz cante em seu próprio tom, mais lindo será o resultado da união desta diversidade, quando todas elas entoarem um canto em uníssono, no coral da vida.

Texto: José Araújo
Ocupação: Escritor
Foto: Arquivo pessoal de José Araújo

Tetê Espíndola tem seu nome Escrito nas Estrelas

14 janeiro 2009 |


Em 1985, a música “Escrito nas estrelas” estourava nas paradas de sucesso. Bastava mudar a freqüência do rádio e lá estava Tetê Espíndola soltando sua voz absolutamente rara e com um timbre ímpar. A música ganhou tal repercussão porque a artista foi a vencedora do “Festival dos Festivais” da Rede Globo, com essa melodia. Como prosseguimento da carreira, Tetê continuou presenteando o público com vários discos que lançou depois, embora já fosse cantora profissional desde os anos 70. Inclusive, no último dia 11, lançou “Evaporar”, no Teatro dos Bancários, em Brasília – evento que marcou o lançamento do novo álbum da artista. Hoje, com exclusividade, Tetê presenteia o “Cultura Viva” com sua participação. Sucesso, Tetê!

CULTURA VIVA: Qual o nome do novo CD e quando foi lançado?
TETÊ ESPÍNDOLA: O novo CD é o meu primeiro trabalho autoral, chama-se “Evaporar”. Foi gravado ao vivo em Campo Grande, minha cidade natal, com ótimos músicos de lá. São músicas compostas na minha craviola com letras de alguns parceiros além da família Espíndola, tem Arnaldo Black, Arrigo Barnabé , Chico César e Marta Catunda. Estou trabalhando o show desse CD desde agosto. Comecei por Campo Grande, interior de São Paulo, Londrina e agora nos dias 11 e 12 de dezembro em Brasília.

C.V.: No Festival da Canção nos anos 80, quando foi anunciado que você era
a vencedora, qual foi a sua reação?
T.E.: Foi uma grande surpresa seguida de uma estonteante alegria.

C.V.: A música “Escrito nas estrelas” foi um marco na sua carreira e na vida de muita gente. Que recordações guarda daquela época?
T.E.: Essa música me deu reconhecimento nacional e já faz parte da memória musical dos
brasileiros. Vejo pelos meus shows. Sempre é uma grande explosão quando canto e sempre
cantam comigo. É uma delícia...

C.V.: Como prepara sua voz quando vai se apresentar num show ou antes de entrar em estúdio para gravações, basicamente? Há algum segredinho que possa revelar?
T.E.: Faço alongamento e respiratórios do Yôga, RPG para soltar o músculo do diafragma e, é claro, convido todos os passarinhos do planeta.

C.V.: E sua carreira internacional, como anda?
T.E.: Anda há mil ... Gravei um novo CD com o meu parceiro Frances Kadosch, chama-se “Babeleyes” com uma linguagem virgem e uma orquestra maravilhosa. Quem quiser saber mais, entre no www.mysapace.com-philippekadosch.url

C.V.: Qual é a sua expectativa para este novo CD?
T.E.: Acho que ele está com uma mensagem muito atual que todos estão precisando ouvir sobre Ecologia e paz para o planeta. Eu sempre cantei a natureza, só que esse trabalho é mais direto, tem cheiro de verde e uma capa especial.

C.V.: E as novidades?
T.E.: Além de estar lançando o “Evaporar”, estou concretizando um trabalho com um grupo de compositores sobre a expedição “Água dos Matos” realizada em 2007, e em 2008lançamos o DVD da viagem e agora vamos à luta para conseguir patrocínio para fazer um CD das músicas inéditas. Mais informações, no meu site www.teteespindola.com.br no link “Versátil”.

Foto: Vânia Jucá

Sula Miranda vive momento histórico na carreira

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A cantora e apresentadora de TV, Sula Miranda, 44 anos, anda com a carreira cada vez mais ascendente. Afastada da mídia há alguns anos, por vontade própria, vive, no momento, uma nova fase. Talentosa, faz parte da memória da TV pelos programas que já apresentou, principalmente no SBT e na Rede TV!. Irmã da cantora Gretchen, Sula nasceu com um sério problema na laringe por ser estreita demais. Isso dificultava a passagem dos alimentos. Uma glândula situada na parte inferior do pescoço, dificultava qualquer tipo de alimentação. Qualquer secreção na saliva era suficiente para que a recém-nascida engasgasse, colocando em risco sua vida. Cantar no futuro, só por um milagre. E essa bênção não faltou para ela. Sucesso na música sertaneja desde seus 23 anos, sempre teve o carinho e o respeito dos fãs.
Evangélica, atualmente, a “Rainha dos Caminhoneiros” lança o álbum “Coração de Louvor”, atitude que revela uma transformação de vida e, simultaneamente, um novo degrau na história artística.

CULTURA VIVA: O título de “rainha dos Caminhoneiros” surgiu quando e por quê?
SULA MIRANDA: O título foi dado pela imprensa na ocasião em que lancei meu primeiro trabalho . A música que fez maior sucesso foi “Caminhoneiro do Amor” e, em função disto, veio o título.

C.V.: Como você avalia a música sertaneja hoje, no Brasil?
S.M.: É um segmento muito respeitado e que tem grande público. O período de maior evidência foi realmente do final dos anos 80 até final dos anos 90. A meu ver, o grande auge em recorde de vendas. Hoje tem seu espaço, porém não com a mesma projeção deste período citado.

C.V.: E a televisão? Tem planos de voltar com um programa em rede nacional?
S.M.: Os planos não são mais meus. O que Deus colocar a minha frente e para as portas que se abrirem... “Eis-me Aqui”.

C.V.: Como se deu a sua conversão a Jesus Cristo?
S.M.: Por amor, cheguei a um ponto onde reconheci que o sucesso, a fama, o dinheiro, não estavam mais me completando e precisava preencher o vazio que havia em minha alma, mesmo cercada de todas estas coisas do mundo.

C.V.: Hoje evangélica, o sertanejo muda em algum ponto para você ou o que muda é a mensagem, mas o estilo permanece?
S.M.: Continuo a gostar da música sertaneja, mas não gravei neste estilo. Neste primeiro momento cantando para louvar, não aconteceu gravar sertanejo, mas o futuro Deus sabe. Tenho o desejo no coração de vir a fazer algo também assim.

C.V.: Seu mais novo CD chamado “Coração de louvor” revela essa nova fase em sua vida?
S.M.: Sem dúvida, gostei muito do trabalho e encontrei um novo caminho. Este CD realmente mostra do que está cheio o meu coração e é a semente do meu futuro na música gospel.

C.V.: Quais são seus próximos planos?
S.M.: Obedecer, ouvir e seguir a direção do Espírito Santo. Quero levar este trabalho para o público evangélico, sem dúvida, porém cumprir o objetivo de ganhar almas e evangelizar através da música o público que sempre me acompanhou.

Foto: Divulgação

"DIZER COISAS" - EDSON SOARES

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Uma confusão no interior. Tanto a dizer. Vontade não falta para se expressar, mas desaparece a coragem; surge a inibição; a insegurança, de intrometida, adentra e ainda reserva um espaço para o nervosismo, que não foi chamado, mas também se infiltra. Assim acontece justamente quando se tem algo importante a dizer. Por mais que alguém ensaie, decore, busque palavras novas, crie rimas, frases curtas e objetivas. De nada vale, tudo em vão. Na hora “H” falta combustível. O ser parece estar diante de um monstro invencível. Nem mesmo os mais desinibidos safam-se dessa. Ainda que estejam com tudo na ponta da língua, no momento exato, o “gato come” algumas palavras, traz outras que não estavam no script e, enfim, a falha humana transparece de forma igual, natural a qualquer pessoa. Não tem jeito.
Contudo, o mais importante é ter algo a dizer. Embora que uma frase. Não perder a oportunidade, traz alívio para alma e para a consciência. Se sair tudo errado... Tem importância, não. Desabafou do mesmo jeito. Nós, atores da vida real, cidadãos comuns, prezamos pelo o que somos e não ganhamos para representar nada no palco da vida. Aliás, ganhamos e perdemos. Conquistamos ao falar e também afastamos. Embora a modalidade com que for entoado o discurso seja responsável pelo futuro lucro ou prejuízo, uma decisão se tomou. Basta. Daí para frente, a vida se encarrega de juntar ou não os pares.
Não se preocupe com isso, apenas viva!

Foto: Letícia Soares

Luiza Possi e sua voz cristalina

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Entrevistada: Luiza Possi.
Ocupação: Cantora.

CULTURA VIVA: Ser filha de Zizi Possi, facilitou alguma coisa na sua carreira?
LUIZA POSSI: Facilita por um lado, porque as pessoas já têm um carinho gratuito, por gostarem da minha mãe, mas não abre portas dentro do meio musical, não: isso é pelo potencial do indivíduo.

C.V.: Qual foi sua maior inspiração, no início da carreira?
L.P.: Sempre curti alguns artistas, como Prince, Steve Wonder, Djavan, Caetano, enfim, vários, que me servem de inspiração para sempre.

C.V.: Quais são seus principais projetos?
L.P.: A gravação do DVD do show. Estou ansiosa e feliz, pensando em tudo já!

***Luiza estava prestes a lançar o DVD "A Vida é Mesmo Agora" quando deu essa entrevista para o "Cultura Viva"

Foto: capa do DVD "A Vida é Mesmo Agora"

Um profissional de rádio que tem história para contar

11 janeiro 2009 |


Entrevistado: Roberto Vidal.
Ocupação: Locutor da Rádio 93FM.

CULTURA VIVA: Desde quando trabalha com locução? A escolha foi sua ou foi induzido por alguém? Encontrou dificuldades no início?
ROBERTO VIDAL: Comecei no ano 1991 em Três Rios nas rádios 107FM e Regional 92,9FM. Trabalhava como mecânico de máquinas de escrever e uma cliente ligou e disse que minha voz era bonita, me indicou um curso de locução, na Urca, do “Bokão” (locutor da TV Globo). No inicio passei por necessidade de grana e comida para terminar não só o curso, como também os estágios nessas rádios.

C.V.: Quais as rádios que já trabalhou e em quais trabalha, hoje? Não dá para
sobreviver atuando somente em uma emissora?
R.V.: Trabalhei em 16 rádios, mas as mais conhecidas são: Radio FM 105 De Bem com a Vida, Radio Nativa 96,5, Radio 93FM, Radio Melodia FM, Tropical FM, Radio Record AM, Radio Relógio AM, Manchete FM 89,3 , 107,1 de Petrópolis e as rádios Agora FM e Regional FM de Três Rios. Trabalho também em uma empresa de navegação para aumentar a renda.

C.V.: O rádio ainda mexe muito com a imaginação do ouvinte?
R.V.: O Rádio é o grande meio de comunicação, ele aproxima as pessoas em todos os lugares e é mais imediato do que a TV. Os ouvintes se sentem como da família pela comunicação que fazemos no ar. Os locutores, hoje, se tornaram grandes comunicadores e criam vínculos de amizades muito especiais com os ouvintes. Isso torna o rádio uma família e mantém a audiência.

C.V.: Já aconteceu algum caso engraçado com você em estúdio?
R.V.: Estava no estúdio da rádio e agradeci um bolo que havia recebido. No dia seguinte, tinha bolo e salgadinho aos montes. Tive que arrumar muita gente para comer, não daria conta sozinho (risos). Ouvinte é sempre surpreendente e preocupado com o que falamos (risos).

C.V.: Você tem um orkut e mantém contato com seus fãs, por ali. Como você
mantém seu relacionamento com eles? Consegue dá atenção a todos?
R.V.: Nem sempre é possível, mas com a entrada do orkut ficou bem legal esse relacionamento com os ouvintes, já que deixam recados e sempre que possível respondemos com muito carinho. Na rádio é bem mais difícil esse contato, mas agora com o orkut ficou bem melhor o relacionamento ouvinte-locutor. Eu respondo sempre a todos.

C.V.: O mercado de trabalho anda escasso em todas as áreas. Na locução, ainda
há espaço para quem sonha em ser um grande profissional?
R.V.: Claro que sim, em todas as áreas é realmente difícil o emprego. O nosso país é muito mal-administrado, mas na locução dá para sonhar em ser um grande profissional da voz. Vale a pena fazer um curso de Locução, depois entrar em uma rádio pequena para poder errar muito e depois estar preparado para uma radio profissional, que é bem mais exigente.

Foto: Arquivo pessoal de Roberto Vidal

'Viúva, porém honesta' discute assuntos sérios com humor

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A peça “Viúva, porém honesta”, texto de Nelson Rodriges em 1957, teve reestréia com record de público ontem (10 de janeiro de 2009), no Teatro Municipal Ziembinski, na Tijuca (RJ). Na história, o “Dr. JB” – dono de um jornal – entra em crise porque sua filha “Ivonete”, depois que ficou viúva, fez promessa de que nunca mais se sentaria por temer mostrar as pernas, entre outras precauções. Segundo a personagem, fiéis devem ser as viúvas, as casadas não precisam. Com a participação de um psicanalista, um ginecologista, uma dona de cabaré e até um personagem inusitado, o “diabo”, entre outros, o jornalista busca uma solução para a problemática de sua filha. E, nessa busca, muita confusão vem pela frente. Para quem gosta de humor, a peça é prato cheio.
O elenco – formandos da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Pena, a mais antiga da América Latina – bem-treinado, dirigido por Dudu Gama, consegue tratar questões sérias como inferno, viuvez e saúde com graça e profissionalismo. Todos os participantes sabem colocar a voz e tem presença de palco. Indicado para jovens e adultos assistirem e refletirem nos assuntos propostos pelo grupo “Cia do Foco”, em cenas bem agitadas, o público rir bastante.
Em cartaz até o dia 1º de fevereiro de 2009, o espetáculo promete dar muitas alegrias a quem conferir a produção.

Teatro Municipal Ziembinski
Av. Heitor Beltrão s/nº, Tijuca, RJ
(em frente ao Metrô São Francisco Xavier)
Tel.: (21) 2254-5399

Foto: Márcio Barros

Picadeiro da Alegria ritmo e sintonia entre a trupe

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Teve reestréia ontem (10 de janeiro de 2009) o espetáculo infantil “Picadeiro da Alegria”, às 17h30m, na Sede da Cia . de Teatro Contemporâneo, em Botafogo (RJ). Crianças e famílias se divertiram a balde com os atos encenados pelo ator Jairo Santos e elenco - um grupo de jovens atores bem-preparados que conseguiu dar conta do recado. O trabalho desenvolvido por eles consegue mexer com a imaginação infantil e se assemelha bastante às produções globais de “Os Trapalhões”. Tal produção precisa ser levada às escolas, creches e orfanatos. Ritmo e sintonia entre os atores garantem o sucesso da peça que, além do bom texto, também fala de sentimentos e ainda reserva espaço para músicas. Quem quiser se divertir de verdade com profissionais de qualidade, precisa levar a família inteira para assistir “Picadeiro da Alegria” com Jairo Santos – um ator premiado – e sua equipe. Não vai se arrepender, com certeza!
A produção fica em cartaz nos fins-de-semana, às 17:30h, no Teatro I da Sede da Cia. de Teatro Contemporâneo, que fica na Rua Conde de Irajá, 253, Botafogo, RJ. Mais informações, ligue: (21) 2537 - 5204 / 9306 – 5398. Ingresso: R$ 20,00(inteira) e desconto de 50% para idosos e estudantes (mediante a apresentação da carteirinha).
Sem dúvida, vale a pena conferir!

Foto: Edson Soares

'CUCA FRESCA' - EDSON SOARES

09 janeiro 2009 |


Cabeça cheia
Compromissos a balde
Sem eira nem beira
Parece que tudo explode

Machuca a alma
Fere o coração
Tenta banir os bons sentimentos
Mas todo sacrifício em vão

Aquele que tem uma natureza boa
Íntegra, honesta
Jamais permitirá
Que qualquer vento contrário acabe com a festa

De alguma forma
De algum jeito
Muda o quadro
Tornando-o lindo, perfeito

Tem-se força, veemência
Pode reagir
De um instante para o outro
Consegue o mal sucumbir

Virar o cativeiro
Chutar o balde
Permitir-se experimentar novas emoções
Nunca permitindo fraude

Sem escândalos
Consciente na hora de encarar a cerca
Com equilíbrio, domínio próprio
Atuando com a cuca fresca

Só assim pode-se aguardar um bom resultado
E nada se dissolve
Tudo contribuiu para o juntar das peças
Comprove e descubra se assim não resolve!

Foto: Letícia Soares

Cazu Barroz: exemplo de luta e esperança de quem já foi afetado pelo vírus da AIDS

08 janeiro 2009 |


Conviver com o vírus HIV num país onde o preconceito é uma de suas marcas mais fortes, só mesmo um guerreiro. E essa expressão “guerreiro” traduz muito bem a característica-marca do ator Cazu Barroz, 36 anos. Na profissão há 18, já brilhou no cinema como dublê do Murilo Benício, no filme “Orfeu”, de Cacá Diegues e, em “Chiquinha Gonzaga”, fez uma participação como guia do Flávio Migliaccio, que era o “Vagalume”, além de peças teatrais. Soropositivo há 17 anos, frustra o olhar daqueles que imaginam uma pessoa aidética com aparência magra e desfalecente, pela estrutura saudável que possui. Devido à doença, tornou-se escritor há 8 anos. Em 1998, lançou o livro “Rock in positivo – um adolescente que decidiu viver com AIDS”, que revela como contraiu o HIV no Rock in Rio II ao compartilhar a mesma seringa com a namorada e mais algumas pessoas, no uso de drogas. Mais amadurecido no assunto mediante as experiências que adquiriu, Cazu está preparando sua segunda obra com o título “Militância da AIDS”. Super gente fina e de bem com a vida, Cazu Barroz traceja sua história para o “Cultura Viva”.

CULTURA VIVA: Cazu, por que tendeu para a carreira de ator?
CAZU BARROZ: Na verdade, eu era administrador de empresas, mas a empresa por discriminação, me afastou e eu tive que buscar alternativas. Na época, eu fazia um show onde era o sósia de Cazuza, por isso meu nome artístico é “Cazu” e fui convidado para fazer uma peça de teatro onde abordava as músicas de Cazuza, eu o interpretava. Daí por diante, resolvi, então, seguir a carreira de ator.

CULTURA VIVA: Qual o porquê da discriminação?
C.B.: Foi quando a empresa descobriu que eu estava soropositivo. Então, fui afastado, apesar de estar há três anos trabalhando na empresa, por isso fiquei sem opção de trabalho. Eu queria fazer alguma coisa, fui convidado a fazer uma peça de teatro e aí, então, resolvi seguir a carreira.

CULTURA VIVA: Foi preconceito.
C.B.: Muito preconceito.

CULTURA VIVA: Você acha que o preconceito ainda é o maior problema da AIDS?
C.B.: Atualmente, o maior preconceito que a pessoa com AIDS vive é dentro das empresas e das escolas, embora já tenha diminuído bastante o preconceito social e sexual.

CULTURA VIVA: O preconceito diminuiu ou ele apenas mudou de formas de atuação?
C.B.: Eu acho muito válido essas campanhas que já há 20 anos o Governo brasileiro faz. Contribuiu bastante para diminuir o preconceito em alguns locais e em algumas situações. Com as campanhas diminuíram o preconceito sexual, o preconceito familiar, e até mesmo o convívio.

CULTURA VIVA: Qual o seu maior sonho?
C.B.: Meu maior sonho é que um dia se descubra um medicamento mais eficaz para combater a AIDS ou até mesmo a cura, mas eu sei que está um pouco difícil e complicado. Mas é um sonho, não posso perder a fé nunca.

CULTURA VIVA: O que te levou a atuar como escritor? Em que momento da sua vida isso aconteceu?
C.B.: Eu conheci o dono da Editora JW, da Barra, e, conversando com ele, falei que escrevia os meus desabafos toda vez que sofria uma discriminação. Ele pediu para ver esses textos e perguntou se eu não gostaria de publicar um livro com aquilo. Ele falou que ajudaria muita gente, e realmente ajudou: eu recebo até hoje muitos e-mails e cartas.

CULTURA VIVA: Então, foi a doença que te ajudou a virar um escritor.
C.B.: Sim. Basicamente, o livro “Rock in Positivo – Um adolescente que decidiu viver com AIDS” conta minha história desde o momento que eu me contaminei até 1998 (quando foi lançado o livro). Esse garoto de que falo no livro sou eu. É uma autobiografia.

CULTURA VIVA: Essa coisa de tender para um assunto – o quesito “AIDS” – é sua linha específica de trabalho ou você pretende escrever livros sobre outros assuntos?
C.B.: Eu pretendo escrever livros sobre outros assuntos. Porém, recebi uma solicitação da Editora Ática para dar uma continuidade desse livro. Querem que eu relate como foi de 1998 até agora, e até mesmo com esse “boom” da campanha, o que mudou. A campanha “A vida é mais forte que a AIDS”, do Governo Federal, iniciou no dia 22 de novembro e foi até o dia 5 de dezembro. Ela tem como objetivo mostrar que as pessoas com AIDS são pessoas produtivas, normais

CULTURA VIVA: Você falou que “vocês não gostaram do que a novela apresentou”. Mas, você participa de alguma ONG ou um grupo de pessoas que têm o mesmo problema?
C.B.: Sim, eu sou coordenador nacional do projeto Ouça Aprenda Viva, que é da Federação de Bandeirantes do Brasil (site ). Então, quando eu falei “nós não gostamos”, foi o movimento de AIDS que não gostou da abordagem que a novela “Páginas da Vida” deu para a pessoa que convive com AIDS.

CULTURA VIVA: Como é viver como soropositivo, no Brasil? Que experiência você traz?
C.B.: Viver com AIDS no Brasil se você for ver a situação de outros países, é supertranqüilo: você tem acesso a medicamento, aos exames, a sociedade brasileira está menos preconceituosa, ... Não vou dizer que é uma maravilha porque viver com AIDS nunca foi uma maravilha, mas quando você vai para um país, como a África, por exemplo, como eu já fui outras vezes, você vê o quanto as pessoas não tem acesso a nada, o quanto o Governo é isento nessa questão da AIDS. Então, viver com AIDS no Brasil é bem melhor do que muitos outros países.

CULTURA VIVA: Que apelo você faz às lideranças políticas e, conseqüentemente, à sociedade quanto à conscientização da AIDS?
C.B.: Eu estou vendo muito o Governo investir em tratamento, que é caro: um paciente, hoje no Brasil, básico, gasta por mês R$ 5.600; uma camisinha custa, para o Governo, R$ 0,13 ou R$ 0,08, mas se você for ao Posto de Saúde, hoje, buscar o preservativo, está em falta. O meu apelo é que os gestores municipais, estaduais e, até mesmo federa invistam mais na prevenção, não adianta remediar até mesmo porque a AIDS não tem cura.

Foto: Divulgação
***O ator e escritor Cazu Barroz na Campanha do Governo Federal em 2006