MARIA MATTOS EXPÕE SALA JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO

19 fevereiro 2009 |

A artista plástica Maria Mattos mostra sua pintura em tecido a partir de 10 de março na Sala José Cândido de Carvalho. São lembranças neo-concretas e segundo a artista, uma “matemática amorosa”. Quadrados que se prendem, se confrontam, se libertam. Linha do contorno negra, couro químico. Pinturas feitas a partir de fluidos artificiais-tintas-verdes, amarelas, vermelhas, sobre suas quase colchas de retalhos.
O trabalho de Maria Mattos, é antes de mais nada uma história contada. Um trailer. No caso das pinturas, imagens diversas são colocadas em pedaços retangulares de tecidos com técnica mista (óleo, acrílica, gesso, fotos etc.). Esses quadrados são costurados uns aos outros. Em alguns casos, estas imagens perpassam por vários pedaços de tecidos, em outros são imagens independentes confrontadas: Há canos coloridos por trás de uma grade negra irregular, que insistem perfurar bloqueios de uma realidade caótica, criando nitidamente uma atmosfera de quadrinhos.
“Como se a artista pegasse mínimo detalhes de uma destas histórias tão corriqueiras em tais revistinhas, e nos mostrasse um novo jeito de vê-las. Ou então em outros trabalhos, também pintados, imagens, símbolos e signos numa atitude mais naturalista laços de família, memórias, mãos firmes que dominam a linha, aparente paradoxo, que nos leva ao estranhamento e a reflexão. Cultura pop. “, define o arista plástico Edmilson Nunes.
Numa atitude espontânea e diretamente ligada à tecnologia visual, Maria também nos apresenta um vídeo (“Loura Ação I”, com duração de uma hora e captação por Câmera de celular, com edição de Gustavo Braga) com realidade irreal, onde seres, pessoas, indivíduos são engolidos pelas categorias: negros, mulheres, gays etc. Por isso a artista sensível e inteligentemente diz. Não é um personagem mas uma categoria. Absurdo de um cotidiano colorido e trágico.
Maria Mattos iniciou seus estudos de desenho, fotografia e cinema nos EUA (School of Visual Arts na New School of Social Research, ambas em Nova Iorque). Em 2005, ingressou no atelier de pintura do Museu do Ingá sob a orientação de Edmilson Nunes. Agora em 2009 faz sua primeira individual na Sala José Cândido de Carvalho.

Outras informações:
Desirée Monjardim (2621 – 5050 – ramal 209)

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