Quando o tema é saxofone, o especialista no assunto, Zé Canuto, 42 anos, domina com maestria. Com longos anos de carreira, o artista não acredita que existem vantagens ou desvantagens em ouvir um álbum de música instrumental. Percebe que a questão é mais cultural do que qualquer outra coisa. Para ele, o ensino da música, no Brasil, foi banido do Ensino Fundamental e isso, sim, era uma grande vantagem. “As crianças cresciam aprendendo música e, consequentemente, aprendiam também a apreciar a boa e verdadeira música, fosse ela instrumental ou cantada”, recorda Canuto.
CULTURA VIVA: Depois de tantos anos de carreira, por que lançou o primeiro CD solo somente em 2006?
ZÉ CANUTO: Foi uma consequência da minha vida profissional. Comecei a trabalhar muito cedo no mercado da música e o meu tempo era totalmente escasso. Estava sempre envolvido em vários trabalhos e gravações e, quando sobrava um tempo para mim, preferia descansar um pouco e recarregar as energias. Assim, sempre adiava o início do meu próprio CD. Acho que ele pintou na hora que tinha que pintar. Não premeditei nada e ele foi acontecendo e fiquei muito feliz com o resultado. É claro que a nova forma de gravar (que hoje já não é tão nova assim), estimulou bastante. Praticamente, todos os músicos têm um sistema de gravação em casa e dá para se conseguir um resultado muito profissional.
C.V.: Fale sobre esse CD. O que você buscou como diferencial para
ele?
Z.C.: Este é um CD quase que autoral. Gravei músicas que estavam em minha cabeça há muitos anos. Das onze composições, compus nove delas, sendo que três com parceiros. Acho que o maior diferencial deste CD é o fato de haver uma mesclagem entre a música brasileira, o jazz americano e a música pop. E tive a felicidade de conseguir um resultado muito interessante.
C.V.: Para quem admira o saxofone e pensa em se especializar, que conselho você
daria?
Z.C.: O saxofone, dos instrumentos de sopro, é o mais simples, tecnicamente. A grande dificuldade, se é que posso falar assim, é quanto à sonoridade. Então, o que posso deixar aqui como dica é que se você está a fim de tocar saxofone, ouça tantos saxofonistas diferentes quanto possível. Isso vai fazer com que você consiga desenvolver a sua própria sonoridade, e isso, sim, é o grande diferencial deste instrumento.
Foto: Divulgação
Zé Canuto... Um jeito instrumental de ser
18 fevereiro 2009 Postado por JORNAL CULTURA VIVA por Edson Soares às 21:19 | Marcadores: Gente, Música
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