Ping Pong com Lucinha Araújo

28 junho 2009 |


Quem? Lcinha Araújo
Ocupação: Presidente da Sociedade Viva Cazuza

CULTURA VIVA: Como descrever a situação da AIDS no Brasil, hoje?
LUCINHA ARAÚJO: A AIDS mudou de cara com esses remédios novos. Para você ter uma idéia, quando o meu filho Cazuza tinha AIDS, só existia o AZT. Mesmo assim, continua sendo uma doença grave, que não tem cura, as pessoas continuam morrendo de AIDS e, agora, ela virou uma doença de classe baixa, não é mais uma doença que atinge também a classe alta, não sei por que motivo. O outro lado desses remédios novos fez com que as pessoas não definhassem, então o que aconteceu? As pessoas pensam “ah, eu não vou usar camisinha, eu compro um coquetel na farmácia e pronto, fico bom”. E essa não é a verdade.

C.V.: Dá para traduzir a palavra “saudade”?
L.A.: Saudade é a falta que a gente sente de tudo. Não é só do filho, não. É uma palavra que só tem na Língua Portuguesa. No momento, saudade, para mim, é saudade do meu filho. Isso resume tudo o que falta na minha vida.

C.V.: O que representa fazer o gosta na vida?
L.A.: Estar na Sociedade Viva Cazuza é a melhor coisa do mundo, para mim. O dia que eu não vou lá, meu dia não fica completo. Acho que, de qualquer maneira, estou cumprindo a minha missão.

C.V.: Mania?
L.A.: Cantar.

C.V.: Um sonho?
L.A.: A cura da AIDS.

C.V.: Uma conquista?
L.A.: Conseguir levar adiante a Sociedade Viva Cazuza, com sucesso, durante esses 16 anos.

C.V.: Música mais marcante?
L.A.: “Esse Cara”, de Caetano Veloso.

C.V.: Prato preferido?
L.A.: Bobó de camarão.

C.V.: Frase da sua vida?
L.A.: “O amor na prática é sempre o contrário”, frase do Cazuza.

Foto: Christina Moreira

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