A televisão sempre mexeu com o imaginário das pessoas. Desde seu início, nos anos 50, no Brasil, sua programação sempre mostrava um lado imaginário, preparado especificamente para prender a atenção do telespectador e ganhar audiência. Como a conquista tem sua importância ao novo que se apresenta, as identificações eram evidentes. Formatos que se arrastam até hoje de novelas e telejornais revelavam ao público um país, uma região, um local que talvez nunca vistos nem alcançados, mas a TV tinha esse “poder” de levar até o espectador, em sua sala. Não precisava de permissão: só em adquirir um aparelho já era uma forma de permitir a invasão de apresentadores, cantores e repórteres, produzidos para levar informação e entretenimento.
Até hoje a “trama” é a mesma. Só que a TV, agora entendida como algo puramente comercial; unir o útil ao agradável... Nada mal! Por que não vender informação? Atrair publicidade, alargar as estacas para empresários e empreendedores? Assim, os programas de maiores audiência são capazes de cobrar valores absurdos para divulgar um produto ou marca em apenas 30 segundos. Virou uma fábrica de fazer dinheiro. Dependendo da emissora em que for contrato, basta um profissional aparecer agora e já vira uma estrela. Sua vida financeira melhora. Aparecer nas capas das revistas e ser pauta de notícia nos jornais se torna inevitável. “Aconteceu, virou manchete!”. Quem diria, hein?
Num momento inovador, os realitys shows ganharam espaço e, de uma hora para outra, pôr artistas e anônimos confinados se torna uma febre... Todo mundo quer vir que “bicho” vai dar da situação! Nesse momento, a TV empobrece. Perde tempo com um espaço que poderia ser preenchido com mais assuntos a explorar, dúvidas a tirar da população através de um trabalho de utilidade pública, saúde, família e educação. Mas, como “bobagem” na televisão dá dinheiro, quem impedirá essa gente?
Hebe Camargo e Jô Soares, dentre outros “gigantes” desde o início da TV no país, na época da imagem em preto e branco devem ter muitas histórias para contar de quando o veículo de comunicação exibia seus programas ao vivo. Os erros faziam parte do script... Se acertar tudo, não tem graça!
Contudo, o tempo também é crucial para a TV. Se ultrapassar um segundo, o pessoal da técnica “corta!”, tira do ar sem piedade. Foi exatamente o que aconteceu com a Leda Nagle no “Sem Censura” da TV Brasil. Em uma edição, como tinha muitos assuntos a comentar no final do programa, há poucos anos atrás, a apresentadora já havia entregue os recados do público aos entrevistados, mas continuava a falar para as câmeras, quando de repente, “cortam” e prosseguem a programação. No dia seguinte, antes de terminar, a jornalista se apressou e ainda citou, aborrecida, mais ou menos assim: “Deixa eu terminar logo, senão tiram a gente do ar”.
Pelo seu valor informacional e por muito mais, a TV deve ser valorizada. Os pais precisam controlar o que os filhos andam assistindo; os produtores e diretores necessitam pensar uma televisão com mais valores educativos, éticos e morais. A audiência será mera consequência. Mas, não subestime um veículo com tanta capacidade para transmitir informação com qualidade.
Foto: Mariana
CORTA!
03 outubro 2009 Postado por JORNAL CULTURA VIVA por Edson Soares às 13:41 | Marcadores: Edson Soares
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