‘A Mulher que Comeu o Mundo’ na Caixa Cultural

10 março 2010 |

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Espetáculo apresenta figuras estranhas que narram anedota de como uma gorda, ao perder o pai, começa a comer tudo, inclusive os vizinhos e a cidade

Numa pequena cidade morre um célebre e rico ladrão, pai de uma moça gorda. Ela era filha única, vivia isolada do mundo e, sem o pai, não sabia fazer nada. Tamanha é sua dor que a moça esfarela o pai e o come, para tê-lo para sempre consigo.


E não sabendo mais o que comer sai pedindo aos vizinhos que, ao perceberem que a mulher não conhece o valor do dinheiro e está disposta a trocar toda a fortuna herdada por comida, bajulam-na em troca de suas riquezas. Tentando saciar seu apetite insaciável, a gorda inicia sua busca infindável por comida.


Este é o mote do espetáculo do grupo Usina do Trabalho do Ator que a CAIXA Cultural Rio apresenta de 19 a 28 de março, às 19h, no Teatro Nelson Rodrigues. “A Mulher que Comeu o Mundo” brinca com a metáfora da gorda relacionada à ganância, à busca desenfreada pelo poder. A montagem revela ainda a ridícula condição humana de querer a permanência, a posse das coisas, e por isso lutar, dominar e matar.


Para contar essa história, a Usina do Trabalho do Ator fez uma incursão ao universo das máscaras, propondo um espetáculo que privilegia a linguagem gestual, a narrativa através da música cantada e a pontuação através da percussão realizada por instrumentos musicais incorporados aos figurinos.


Em “A Mulher que Comeu o Mundo” a máscara aparece como suporte que transforma o rosto do ator, dando ênfase ao corpo e à criação de figuras grotescas e exóticas. Ao mesclar ritmos e danças, tanto do sul do país quanto de outras partes, o espetáculo apresenta seis figuras estranhas para narrar a anedota. A montagem é uma rica metáfora com múltiplas possibilidades de leitura, entretanto a ganância e a gula são, certamente, os temas centrais nessa encenação.

Usina do Trabalho do Ator


O grupo teatral USINA DO TRABALHO DO ATOR foi criado em maio de 1992, com sede na Usina do Gasômetro em Porto Alegre (RS), a partir de um projeto do então Diretor da Oficina Teatral Carlos Carvalho, Maurício Guzinski, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.


Na época o projeto visava criar um núcleo de pesquisa teatral. A partir de 1994 o grupo se tornou independente compondo, a partir de 2006, o conjunto de grupos de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq.


O nome do grupo é uma referência ao primeiro espaço de trabalho e também ao significado das palavras USINA (lugar onde se produz energia), TRABALHO (ação contínua e progressiva duma força natural e o resultado dessa ação), ATOR (agente da ação) e a relação com o trabalho desenvolvido pelo grupo.


Desde a sua criação, a Usina do Trabalho do Ator tem como proposta investigar de forma prática o trabalho do ator e os processos adjacentes da linguagem e da pedagogia teatral. O grupo, identificado com o conceito de teatro-laboratório, busca uma compreensão dos conceitos de teatro na tentativa de um modo próprio de fazer e pensar o teatro.


A vertente de estudos sobre o trabalho do ator teve vários desdobramentos tanto em espetáculos apresentados no Brasil e no exterior, quanto em demonstrações técnicas e trabalhos escritos publicados. Nessa perspectiva, o ator é investigado no amplo espectro das possibilidades criativas e na configuração de suas identidades, em modos particulares de fazer teatro. Essas atividades influenciaram em vários aspectos o teatro gaúcho, possibilitando discussões e fazeres diversificados.


FICHA TÉCNICA


Direção: Gilberto Icle
Elenco: Celina Alcântara, Ciça Reckziegel, Livia Davalos (substituindo Dedy Ricardo), Gilberto Icle, Gisela Habeyche, Thiago Pirajira.
Música: Flávio Oliveira
Preparação Vocal: Marlene Goidanich
Figurino e Adereços: Chico Machado
Iluminação: Shirley Rosário

Espetáculo “A Mulher que Comeu o Mundo”
Data: 19, 20, 21, 26, 27 e 28 de março de 2010 (sex, sáb e dom)
Horário: 19h

Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Teatro Nelson Rodrigues
Endereço: Av. República do Chile, 230, Centro (Próximo ao Metrô: Estação Carioca)
Telefone: (21) 2262-8152
Capacidade: 388 lugares (sendo 02 para cadeirantes)Classificação: Livre
Duração: 50 a 60 minutos
ENTRADA FRANCA
Acesso para pessoas com deficiência

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