Pensar como mãe. Analisar como ela. Ou, melhor, orientá-la nas questões do cotidiano no seio familiar. E, esticando um pouco mais, levar também o pai, o filho, a filha, a avó e o avô para a discussão. Assim funciona o programa “Papo de Mãe”, da TV Brasil – uma opção televisiva rica em conteúdo e informação, sem falar no jeito carinhoso com que as apresentadoras Mariana Kotscho e Roberta Manreza comandam o sadio entretenimento.
Hoje o CULTURA VIVA fez uma entrevista exclusiva com a Mariana Kotscho e ela comentou um pouco sobre esse programa, que já faz parte da família brasileira. Além do ofício, ela é jornalista e mãe. Sem dúvidas, a pessoa ideal para mediar os debates sobre o tema. A gente agradece o carinho da atenção e deseja muito bom êxito ao programa!
CULTURA VIVA: Mariana, a idéia do programa "Papo de Mãe" é excelente e reflete algo que faltava na telinha. Como tem sido a receptividade dos pais? O que eles falam com você na rua?
MARIANA KOTSCHO: A receptividade tem sido excelente. Em todos os lugares temos recebido muito apoio. Os telespectadores também escrevem para dar sua opinião, sugestão. É muito legal. As mães que vão participar do programa se sentem acolhidas e ao final da gravação parece que todas já se conheciam há tempos. Os especialistas também gostam muito de participar. Acho que faltava mesmo um programa nacional que tratasse destes assuntos com seriedade e sem apelação.
C.V.: O programa, pelo nome, parece ser dedicado somente às mães. Porém, há um espaço também para os pais. Por que houve essa procupação?
MK: Porque os assuntos abordados no programa dizem respeito ao universo familiar e ouvir todos os lados é fundamental. O nome é Papo de Mãe porque as mães quando se encontram em geral falam mesmo sobre os filhos, cocô, xixi...... os pais costumam ter outros assuntos. Mas quando eles estão com as mães também gostam muito de falar sobre os filhos. E não dá para falar de filho ouvindo apenas o lado materno, não é mesmo?
C.V.: E as crianças, comentam o que sobre a proposta?
MK: As crianças adoram. Elas também participam do programa. Temos um espaço no estúdio dedicado a elas. O ator Ricardo Corte Real (Ricardinho) e a atriz Janaina Moura (boneca sapeca) cuidam e divertem as crianças enquanto os pais conversam. E, muitas vezes, elas também participam do papo dos adultos. O ambiente lá atrás é lúdico, cheio de brinquedos e livros. Também oferecemos pipoca, suco e frutas - que fazem o maior sucesso. As crianças ficam à vontade e as mães ficam felizes de estarem lá falando deles com eles por perto. Os filhos têm a liberdade de virem participar da conversa, ficar no colinho. As crianças e os adolescentes são ouvidos e respeitados. A gente percebe que em muitos assuntos as crianças gostam de dar sua opinião e as mães costumam se emocionar ao ouvir os depoimentos dos filhos.
C.V.: Apesar de ser um programa infomativo com debates e depoimentos, as crianças (os filhos dos participantes) tem seu espaço no final do palco para brincar e isso ajuda a descontair um pouco e também faz parte da programação. O movimento delas já chegou a "atrapalhar" um pouco a discussão?
MK: Não atrapalha de jeito nenhum - a não ser que a criança puxe o microfone da mãe - daí de fato a gente tem que parar para arrumar o microfone. Caso contrário, a nossa idéia é não parar. Se a criança chora, faz bagunça, isso deve fazer parte do programa. Já teve criança que dormiu no colo da mãe, que mamou... Papo de mãe é assim mesmo - sempre é interrompido pelos filhos!
C.V.: Qual a maior preocupação da equipe numa reunião de pauta e preparação de cada edição do programa?
MK: Nossa lista de pauta é infinita. Um mesmo assunto pode inclusive ser abordado mais de uma vez. Tem programa que se deixassem a gente passava a tarde inteira gravando e ainda não ia esgotar o tema. O que tem sido gratificante é a participação do público que manda comentários e sugestões pelo nosso site. E tudo aquilo que não couber em uma hora de programa a gente pode colocar no site. O site é ótimo, é uma continuação do papo. Por exemplo, outro dia a repórter Rosângela Santos fez uma entrevista de uma hora com o educador e psiquiatra Içami Tiba. Na TV nós colocamos apenas alguns trechos - mas no site colocamos a transcrição da entrevista na íntegra.
C.V.: Na sua opinião, os pais da atualidade estão um tanto quanto despreparados, que precisam de orientação via TV, devido, justamente, aos filhos chegarem precocemente?
MK: A grande questão é que filho não vem com manual de instruções. E isso foi sempre assim. Os nossos avós também tinham dúvidas. Não é uma coisa da modernidade. É claro que hoje em dia as questões podem ser outras, mas o que vale e deve ser estimulado é a troca de experiências como forma de aprendizado. Todo mundo tem algo a aprender e algo a ensinar. E isto pode acontecer numa conversa no parquinho, lendo um livro ou assistindo um programa de TV, não importa. O legal do programa Papo de Mãe é que, além da troca de experiências entre as mães, sempre temos especialistas para orientar aquelas mães de uma forma mais profissional.
C.V.: Quais as novidades para esse ano no "Papo de Mãe"?
MK: A temporada 2010 do Papo de Mãe promete. Nossa estreia foi com o programa sobre a importância do aleitamento materno. Na sequência, falamos a respeito do sono (tanto dos filhos quanto dos pais.) e vamos falar ainda sobre câncer infantil, atividades extras para crianças, literatura infanto-juvenil, maternidade após os 40 anos, filhos prematuros, animais de estimação e muito mais. Cada semana teremos um assunto diferente e interessante para abordar. Toda nossa programação está disponível no nosso site: www.papodemae.com.br. Entre os especialistas chamamos sempre profissionais respeitados e conceituados. E fazemos questão de prestar um serviço à sociedade divulgando o que há de gratuito por todo o país.
C.V.: Que recado você deixa para todos os pais?
MK: Acredito que o mais importante é que os pais não tenham medo de perguntar quando tiverem dúvidas. Nossos filhos precisam de atenção e cada um deve ter sua individualidade respeitada. Todos passamos por situações difíceis, mas quando compartilhamos com os outros a nossa experiência e percebemos que muita gente está na mesma situação, enfrentar o problema é menos penoso. Todo mundo precisa de ajuda e pode ajudar em alguma coisa. Mas acho que esta geração de pais precisa de um alerta: não podemos deixar que os filhos mandem na casa. Por mais que a gente trabalhe fora e tenha menos tempo com as crianças, a gente não pode deixar de educar. Tenho aprendido muito com os programas. Descobri que uma casa para funcionar precisa de regras e de rotina. E os pais precisam ter autoridade (sem bater e sem gritaria). Com muito amor, diálogo e paciência tudo dá certo. Olha que lá em casa são 3 crianças - uma deliciosa bagunça diária. O educador Rubem Alves uma vez me disse numa entrevista: como educar da melhor maneira um filho???? conviva com ele!!!!
***Na foto1: As apresentadoras Mariana Kotscho e Roberta Manreza
Fotos: Arquivo pessoal do programa “Papo de Mãe”
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