Ter desejos é natural. Todo mundo sente vontade de saborear seus pratos preferidos, vestir as roupas que embelezam e mostram que está bem arrumado, ... Muitos desejos quando são realizados, acabam deixando o indivíduo “mal-acostumado” com os resultados, achando que todos os seus sonhos possíveis e impossíveis vão ser realizados, custe o que custar, atropelando tudo e todos, “seu desejo é uma ordem”. Mas acontece que não é bem assim. A vida se desenrola por fases: hoje tudo dá certo, amanhã surgem algumas complicações que geram indecisões e, em outro dia, tudo dá errado trazendo à pessoa uma terrível sensação de “estar derrotado”. Tem gente que só está preparado para as proezas, nas horas difíceis “bambeia”.
Passar por um dia com intempéries não significa que recebeu um diploma de derrota. E as vitórias conquistadas no dia anterior? Já não significam mais nada? Será que tiveram pouca representatividade diante da situação atual? O mesmo que encarou àquelas situações e venceu pode, perfeitamente, entender as dificuldades desta e compreender que “desta vez não deu”, mas amanhã tudo pode acontecer. Nada como deixar o tempo passar e permitir que ele, por si, explique, comprove e mostre quem de fato foi o vencedor da “provação” passada.
Quando se conquista um desejo, logo surge outro, quase sempre ligado ao anterior. Parece uma seqüência, uma continuidade que não merece acabar. Tão bom se fosse sempre assim... Ao alcançar seu desejo mais predileto, outros “adereços” que compõem a questão, se não vieram naturalmente como “bônus”, logo se cria uma batalha para conquistá-los, como quem dissesse “têm que vir, não podem faltar”. Se ganhou um anel de prata, faltou o de ouro... Nesse caso, o desejo, de fato, se tornou vaidade, ocupando o espaço, cegando a pessoa, seduzindo, induzindo e dizendo “me cobiça, você pode me possuir esforçando-se mais um pouquinho...”
Com isso, o sofrimento começa a fazer parte do cotidiano, a ansiedade sufoca provocando distúrbios emocionais e descontroles nas atitudes do indivíduo. Ninguém suporta uma pessoa que só fala de um assunto, bate na mesma tecla e pensa que somente o seu alvo deve ser atingido. O desejo dos outros também deve ser respeitado, pode ser ouvido e receber opiniões, se forem solicitadas, claro.
Uma “pitada” de vaidade até faz bem. Pitada não é excesso nem exagero, serve para dar um “gostinho a mais” e temperar a vida. Pode ser o cidadão mais simples do mundo, se for observado em casa, no trabalho, na rua, nas amizades, ao fazer suas escolhas, vai se encontrar essa “pitada”. Então, só libere a vaidade para sua vida dessa forma. Se passar disso, você mesmo pode se estranhar, procurar àquela pessoa com suas qualidades e não encontrar mais. A “dona vaidade” tomou todo espaço porque, geralmente, ela é obesa e ocupa o seu interior. Cuidado. Desse jeito, a vida pode se tornar amarga e solitária. Viver assim, arrogante, “ninguém merece”, não é mesmo?
QUANDO O DESEJO SE TORNA VAIDADE
01 agosto 2010 Postado por JORNAL CULTURA VIVA por Edson Soares às 16:46 | Marcadores: Edson Soares
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