‘ISSO NÃO TE PERTENCE MAIS’

12 novembro 2010 |


Perder algo na vida é muito triste. Deixar de possuir bens, status, amigos “sempre por perto” (preocupados com o interesse), pode fazer qualquer um ter a sensação de que não está mais em terra firme. Acordar todos os dias sabendo que existem pessoas ocupadas com os seus afazeres, dedicando o tempo em preservar o seu nome, a sua imagem, limpar a sua casa e, quem sabe até, dirigir o carro para você, dá segurança que, conseqüentemente gera tranqüilidade. Só em saber que “dinheiro não é problema”, já é uma grande coisa...

Mas, um belo dia, olhar em volta, ver que tudo desabou e restaram apenas os cacos, o que fazer? Que atitude tomar, uma vez que nem os amigos ficaram para ajudar a reconstruir a história? Essa hora é o tempo que a vida dá para a pessoa parar e analisar a sua vivência: erros, acertos, falhas, exageros, injustiças, justiça demais, enfim, um momento amargo que exige reflexão e não descontrole.

Passar em frente às mansões e contemplar tanto luxo e cuidado, vem a saudade de um dia já ter experimentado a vida num castelo onde tudo parecia mágico, era só estalar os dedos e os súditos obedecerem como seres alienados e robóticos.

Sem contar os novos modelos de carros, os jantares nos melhores restaurantes da cidade, os celulares, perfumes importados, roupas e calçados das mais badaladas grifes das estrelas da moda e da TV... Que saudade da boa vida que a vida dava!

Pena que um dia o castelo virou palha, os sonhos se tornaram pesadelos que atormentam e parecem não ter fim e tudo o que foi construído há anos por um descuido, foi-se “por água abaixo”. O que fazer numa situação dessas? Desistir da vida seria uma boa alternativa? Que tal provocar catástrofes, se aliando a grupos mafiosos ou de extermínio? Eles não levam desvantagem... Onde estão os “grandes amigos” que freqüentavam a mansão, saboreavam os melhores pratos e bebidas, que você comprava de fora do país especialmente para alegrá-los? Onde se esconderam? Encontraram um novo rico e o atual pobre não tem mais valor?

Ter a certeza de que tudo ‘isso não te pertence mais’, causa sofrimento e angústia. Mas ainda existe uma esperança, uma arma poderosa que pode vencer todo esse prejuízo: você restou. Por isso, há possibilidades de virar o quadro, mente para analisar e tomar atitudes, pernas para correr atrás e refazer a vida e braços para não perder as oportunidades, agarrá-las com toda a força possível. Nessa fase de dor é fundamental acreditar em si mesmo, investir na construção de sonhos, criar válvulas de escapes, abrir portas de ferro e, se for preciso, escalar montanhas. Assim, com toda essa garra, ninguém mais vai te deter porque está amadurecido, fortalecido, “calejado” pela fabulosa caminhada da vida. Agora, vai ser difícil alguém te enganar quando disser “sou seu amigo!” ou “estou do seu lado para o que der e vier”. Primeira pergunta que você fará dentro de si mesmo: “será?”

Aos poucos, um novo castelo vai sendo erguido, diferente, mais valorizado e aproveitado. Sua dignidade vai trazer uma nova identidade não apoiada na luxúria ou na vaidade de se achar melhor que outra pessoa, mas ao ponto de gerar respeito. As pessoas que viram a sua queda (e, quem sabe até, torceram por ela) vão estar no “camarote” assistindo a sua ascendência e tem mais: vão ser obrigadas a te aplaudir porque o brilho vai ser intenso e os sucessos acompanhados das conquistas, nem se fala. Apenas batalhe para isso acontecer de fato. Só depende de você.

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