Um museu em homenagem a Janete Costa

09 dezembro 2012 |

No próximo dia 15 de dezembro, às 19h, será inaugurado o Museu Janete Costa de Arte Popular, em Niterói-RJ. Dois sobrados geminados e com fachadas tipicamente neoclássicas foram desapropriados pela prefeitura municipal para abrigar esse novo espaço que presta uma grande homenagem a arquiteta pernambucana. A exposição de abertura, Janete Costa, um olhar, tem curadoria do também arquiteto e filho de Janete Costa, Márcio Costa Santos, há anos radicado no Rio de Janeiro.
 
 
 
A mostra tem como objetivo fazer uma síntese da arte popular brasileira. Para isso, o curador teve que trabalhar com um extenso universo que expressa toda a riqueza cultural do Brasil. Em cada região, há tradições, vocações, valores, matéria-prima e características próprias, e os artistas locais espelham e desenham as condições econômicas e culturais dessas áreas. “Sou filho da Janete, e, como tanta gente, com ela aprendi muito sobre a vida e sobre a arte. Na hora de decidir o que expor na primeira mostra de um museu dedicado a ela, a emoção acabou por comandar o critério de seleção. Escolhi peças de artistas e de mestres com os quais minha mãe tinha relação direta ou indiretamente, tanto nas pesquisas que fez durante sua vida profissional quanto na relação pessoal com a arte e o artesanato populares que teve na infância no lugar onde nasceu, no interior de Pernambuco”, conta Mário.
 
A maioria das 140 obras expostas faz parte da coleção de Vilma Eid, proprietária da Galeria Estação (SP), que faz um trabalho importantíssimo de exposição de arte popular. A própria Janete Costa fez várias curadorias usando peças dessa coleção, que ela considerava de extrema relevância. Além disso, há obras cedidas pelo Museu Histórico e de Arte do Estado do Rio de Janeiro, Coleção Janete Costa, e algumas do acervo pessoal do curador. “Não tive a pretensão de fazer grandes analogias de ordem cronológica ou regional, nem de materiais. O que busquei foi destacar a qualidade artística e estética comprometida com aspectos socioculturais, com a expressão de valores que fazem jus à riqueza da cultura popular brasileira”, explica.
 
Quem visitar o museu poderá conferir peças expressivas e famosas, moldadas no barro pelas mãos do mestre Vitalino; a força das carrancas torneadas pela pernambucana Ana das Carrancas, de Petrolina; a simplicidade orgânica da madeira esculpida pelo GTO, que talhava a própria história em rodas vivas, repletas de equilíbrio formal entre cheios e vazados; a africanidade das esculturas do baiano Agnaldo; as representações de felinos e da fauna brasileira feita, a partir de troncos, por Manoel Marinheira; as cerâmicas de Adalton, que mistura uma grande variedade de técnicas e materiais; e, ainda, obras de Aurelino dos Santos, o arquiteto de formas, cores e paisagens com referências variadas, pintadas em duas dimensões. “Um passeio pelo Brasil e sua diversidade, uma explosão criativa exposta num labirinto de obras de arte, onde cada peça surpreende e revela regionalidade, expressando cultura e brasilidade”, define o curador.
JANETE COSTA
 
Janete, Pernambucana de Garanhuns, Cursou arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, começou sua vida profissional em Niterói com um escritório onde fazia projetos de arquitetura e design de interiores e duas lojas de móveis e design de vanguarda.
 
Desde pequena, Brincava com bonecas e brinquedos populares comprados em feiras do nordeste. Quanto mais a Janete conhecia e aprendia sobre artes e arquitetura global, mas se interessava pelas suas raízes culturais e populares. Quanto mais viajava e conhecia sobre outras culturas, mais valorizava nossa arte brasileira divulgando e trazendo o Brasil para dentro da casa brasileira.
 
Falar de Janete é falar de arte popular. Falar de Janete é falar da busca permanente da inclusão social dos artesãos e artistas populares em todo Brasil. Niterói foi testemunha desta trajetória brilhante que fez escola em todo Brasil e deixou em Niterói sua marca na memória local deixando várias obras residenciais e participações em obras públicas como no Solar do Jambeiro e Restauro e revitalização da Igreja de São Francisco Xavier um exemplo importante de arquitetura colonial brasileira e etc.
 
Janete Costa: Um olhar
Abertura 15 de dezembro, às 19h
Visitação:16 de dezembro 2012 a 31 de março de 2013
Horário: 13h às 18h.
Museu Janete Costa de Arte Popular
Rua Presidente Domiciano, 178 -182.
Ingá, Niterói-RJ
 
*Foto: Imagem Externa do Museu

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