Palhaço Muzzarela... O artista que define sua imagem pela cor branca

03 dezembro 2015 |

 

Em um dado momento, o Brasil é presenteado com o nascimento de um novo artista. Um diferencial no meio circense, O palhaço Muzzarela nasceu no dia 22 de outubro de 1995 em uma apresentação na festa comemorativa da instituição Rosa Cruz do Brasil, onde o ator Rafael Senna fazia aulas de teatro, aos domingos. Iniciamente, em sua concepção e experiências no palco, Muzzarela era mais voltado para o público adolescente e adulto. Com o passar dos anos e com o amadurecimento do trabalho, Senna foi percebendo a possibilidade de se comunicar com todo e qualquer tipo de platéia, o que aumentava as possibilidades de atuar em diversos eventos para faixas etárias variadas. “Os circos que trabalhei pelo Brasil e mundo afora, me trouxeram um amadurecimento que permitiu ampliar meu público”, contou Senna.

Em suas apresentações participam pessoas de todas as classes sociais e frequentadores de teatro. Ao conceder entrevista exclusiva ao CULTURA VIVA, o ator que dá vida ao Palhaço Muzzarela relatou como funcionam seus espetáculos. “A platéia sempre participa do meu show. A cada número chamo alguém para subir ao palco de forma muito cuidadosa e amistosa. Independente da classe social, gênero ou raça, na essência todos são iguais”, considera.

E o Muzzarela é um palhaço que foge bem do tradicionalismo das cores. Sua figura é completamente branca e daí já cria um diferencial dos demais palhaços. Seu meio de comunicação minimalista com o corpo e os sons que, conforme ressaltou, são chamados de “gromelô”, prendem a atenção do público do início ao fim do show. Formado na Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro, além da Palhaçaria apresenta, em seu espetáculo, habilidades como malabares, acrobacia e mágica. Ou seja, um artista perfeito.

Como um profissional que dá atenção ao público e à imprensa, o palhaço Muzzarela conversou com o CULTURA VIVA.

Acompanhe!

CULTURA VIVA: Como funcionam seus espetáculos?
PALHAÇO MUZZARELA: Meu espetáculo é formado por uma sequência de números que apresento as minhas habilidades. Por trabalhar diretamente com a plateia, as interferências são das mais diversas possíveis, o que me traz, a cada apresentação, um novo espetáculo. Trabalho, também, com números de minha autoria e os clássicos fazendo leituras e releituras que imprimem linguagem própria. Em Brincante, apresento alguns dos melhores números executados ao longo de minha carreira solo no Brasil e pelo mundo.

C.V.: O Palhaço Carequinha completaria 100 anos esse ano. Que importância ele tem em seu trabalho?
P.M.: Na minha formatura na Escola Nacional de Circo, tive a honra de tê-lo como paraninfo da minha turma e receber meu diploma de suas mãos. Participei de alguns eventos ao seu lado e em uma das homenagens de seu centenário, fui um dos convidados.

C.V.:  Qual sua opinião sobre o Circo no Brasil hoje? O Palhaço ainda é o personagem mais aguardado nos espetáculos?
P.M.: Para quem não vive de circo diz que ele está acabando; já para quem é de circo sabe que isso não é verdade. No Brasil, o que se tem é pouco apoio dos poderes públicos ao mundo circense. A comparação é inevitável: nos circos que trabalhei no exterior esse apoio que nos falta por aqui, lá se vê como algo normal. A estrutura de trabalho é pensada visando o resultado no picadeiro. Logo, pensar no bem estar do ser humano/artista é fundamental para se obter êxito. Pesquisar sobre o que vai ser trabalhado, planejar um ano inteiro, selecionar artistas e ensaiar são etapas primordiais para o sucesso. No Brasil, o circo ainda é visto como algo mambembe e os empresários fazem verdadeiros milagres para cumprir todos os acordos feitos, além de honrar a folha salarial que quase sempre é alta, além dos gastos administrativos. Não poderia o poder público contribuir mais diretamente e de verdade apoiar os circos no Brasil? Não poderia também se ter um apoio maior das empresas privadas junto ao circo? Não desmerecendo um trabalho de ponta como o do Cirque du Soleil, mas porque empresas nacionais investem milhões em uma companhia canadense e não em uma brasileira? Faltam incentivos para o circo no Brasil, projetos que sensibilizem investidores e uma união maior entre os circenses para que isso possa vir a mudar algum dia.
Quanto ao Palhaço... Sou suspeito para falar, mas acho que é sim a figura mais esperada nos espetáculos de circo.


C.V.:  Por que o público se identifica tanto com ele?
P.M.: Nos dias conturbados e estressantes de hoje, o público busca o entretenimento como forma de diversão, alegria e descontração. Nada melhor do que a figura do palhaço para sintetizar o que buscam. Sendo um ícone do circo, ele subverte tudo e toca o ser humano de uma forma que faz com que as pessoas se identifiquem com esse arquétipo.

C.V.: O ano já está terminando. Fará algum evento especial de fim de ano?
P.M.: Normalmente, os eventos de fim de ano costumam ser fechados e, em função disso, não os divulgo. Para eventos passíveis de divulgação, minha produção disponibiliza em minha agenda no site do Palhaço Muzzarela (www.palhacomuzzarela.com).

C.V.: E para o ano que vem, quais as novidades do Muzzarela para seu público?
P.M.: Muzzarela continuará apresentando seu espetáculo solo Brincante pelo Brasil, e para o próximo ano, a novidade maior é um novo trabalho saindo do forno com um novo parceiro de cena. Depois de anos trabalhando sozinho, Muzzarela formará uma nova dupla no mundo da palhaçaria com Zebereda. Aguardem!

C.V.: Existem canais na internet em que as pessoas possam conhecer seus trabalhos?
P.M.: Meus trabalhos podem ser vistos no próprio site do palhaço Muzzarela: www.palhacomuzzarela.com; no You Tube (https://www.youtube.com/user/rafamuzzarela/videose na página do Palhaço Muzzarela no Facebook.


C.V.: Quem desejar contratar seu show, como deve proceder?
P.M.: Entrar em contato direto com a produção do Palhaço Muzzarela, enviando email para rafamuzzarela@gmail.com

Fotos: Divulgação

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