Em um dado momento, o Brasil é presenteado com o nascimento de um novo
artista. Um diferencial no meio circense, O palhaço Muzzarela nasceu no dia 22 de outubro
de 1995 em uma apresentação na festa comemorativa da instituição Rosa Cruz do
Brasil, onde o ator Rafael Senna
fazia aulas de teatro, aos domingos. Iniciamente, em sua concepção e
experiências no palco, Muzzarela era
mais voltado para o público adolescente e adulto. Com o passar dos anos e com o
amadurecimento do trabalho, Senna
foi percebendo a possibilidade de se comunicar com todo e qualquer tipo de
platéia, o que aumentava as possibilidades de atuar em diversos eventos para
faixas etárias variadas. “Os circos que trabalhei pelo Brasil e mundo afora, me
trouxeram um amadurecimento que permitiu ampliar meu público”, contou Senna.
Em
suas apresentações participam pessoas de todas as classes sociais e frequentadores
de teatro. Ao conceder entrevista exclusiva ao CULTURA VIVA, o ator que dá vida ao Palhaço Muzzarela relatou como funcionam seus espetáculos. “A platéia
sempre participa do meu show. A cada número chamo alguém para subir ao palco de
forma muito cuidadosa e amistosa. Independente da classe social, gênero ou
raça, na essência todos são iguais”, considera.
E
o Muzzarela é um palhaço que foge
bem do tradicionalismo das cores. Sua figura é completamente branca e daí já
cria um diferencial dos demais palhaços. Seu meio de comunicação minimalista
com o corpo e os sons que, conforme ressaltou, são chamados de “gromelô”,
prendem a atenção do público do início ao fim do show. Formado na Escola
Nacional de Circo do Rio de Janeiro, além da Palhaçaria apresenta, em seu
espetáculo, habilidades como malabares, acrobacia e mágica. Ou seja, um artista
perfeito.
Como
um profissional que dá atenção ao público e à imprensa, o palhaço Muzzarela conversou com o CULTURA VIVA.
Acompanhe!
CULTURA
VIVA: Como funcionam seus espetáculos?
PALHAÇO MUZZARELA: Meu
espetáculo é formado por uma sequência de números que apresento as minhas
habilidades. Por trabalhar diretamente com a plateia, as interferências são das
mais diversas possíveis, o que me traz, a cada apresentação, um novo
espetáculo. Trabalho, também, com números de minha autoria e os clássicos
fazendo leituras e releituras que imprimem linguagem própria. Em Brincante, apresento alguns dos
melhores números executados ao longo de minha carreira solo no Brasil e pelo
mundo.
C.V.: O Palhaço Carequinha completaria 100
anos esse ano. Que importância ele tem em seu trabalho?
P.M.: Na minha formatura na Escola Nacional de Circo, tive a honra de
tê-lo como paraninfo da minha turma e receber meu diploma de suas mãos.
Participei de alguns eventos ao seu lado e em uma das homenagens de seu
centenário, fui um dos convidados.
C.V.: Qual sua opinião
sobre o Circo no Brasil hoje? O Palhaço ainda é o personagem mais aguardado nos
espetáculos?
P.M.: Para quem não vive de circo diz que ele está acabando; já para
quem é de circo sabe que isso não é verdade. No Brasil, o que se tem é pouco
apoio dos poderes públicos ao mundo circense. A comparação é inevitável: nos
circos que trabalhei no exterior esse apoio que nos falta por aqui, lá se vê como
algo normal. A estrutura de trabalho é pensada visando o resultado no
picadeiro. Logo, pensar no bem estar do ser humano/artista é fundamental para
se obter êxito. Pesquisar sobre o que vai ser trabalhado, planejar um ano
inteiro, selecionar artistas e ensaiar são etapas primordiais para o sucesso.
No Brasil, o circo ainda é visto como algo mambembe e os empresários fazem
verdadeiros milagres para cumprir todos os acordos feitos, além de honrar a
folha salarial que quase sempre é alta, além dos gastos administrativos. Não
poderia o poder público contribuir mais diretamente e de verdade apoiar os
circos no Brasil? Não poderia também se ter um apoio maior das empresas
privadas junto ao circo? Não desmerecendo um trabalho de ponta como o do Cirque
du Soleil, mas porque empresas nacionais investem milhões em uma companhia canadense
e não em uma brasileira? Faltam incentivos para o circo no Brasil, projetos que
sensibilizem investidores e uma união maior entre os circenses para que isso
possa vir a mudar algum dia.
Quanto ao Palhaço... Sou
suspeito para falar, mas acho que é sim a figura mais esperada nos espetáculos
de circo.
C.V.: Por que o público
se identifica tanto com ele?
P.M.: Nos dias conturbados e estressantes de hoje, o público busca o
entretenimento como forma de diversão, alegria e descontração. Nada melhor do
que a figura do palhaço para sintetizar o que buscam. Sendo um ícone do circo,
ele subverte tudo e toca o ser humano de uma forma que faz com que as pessoas
se identifiquem com esse arquétipo.
C.V.: O ano já está terminando. Fará algum evento especial de
fim de ano?
P.M.: Normalmente, os eventos de fim de ano costumam ser fechados e,
em função disso, não os divulgo. Para eventos passíveis de divulgação, minha
produção disponibiliza em minha agenda no site do Palhaço Muzzarela (www.palhacomuzzarela.com).
C.V.: E para o ano que vem, quais as novidades do Muzzarela para
seu público?
P.M.: Muzzarela continuará apresentando seu espetáculo solo Brincante
pelo Brasil, e para o próximo ano, a novidade maior é um novo trabalho saindo
do forno com um novo parceiro de cena. Depois de anos trabalhando sozinho,
Muzzarela formará uma nova dupla no mundo da palhaçaria com Zebereda. Aguardem!
C.V.: Existem canais na internet em que as pessoas possam
conhecer seus trabalhos?
P.M.: Meus trabalhos podem ser vistos no próprio site do palhaço
Muzzarela: www.palhacomuzzarela.com; no You
Tube (https://www.youtube.com/user/rafamuzzarela/videos) e na página do Palhaço Muzzarela no Facebook.
C.V.: Quem desejar contratar seu show, como deve proceder?
P.M.: Entrar em contato direto com a produção do Palhaço
Muzzarela, enviando email para rafamuzzarela@gmail.com
Fotos:
Divulgação
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