Seis municípios da região apresentaram
evolução em todos os indicadores do Índice FIRJAN de Desenvolvimento
Municipal
O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2015,
divulgado no dia 8 de dezembro de 2015, revela que, das 16 cidades do Leste
Fluminense, apenas Niterói apresenta alto desenvolvimento socioeconômico.
Além da liderança na região, a cidade ocupa a terceira posição no ranking
estadual e a 192ª no país. Os demais municípios possuem nível de
desenvolvimento moderado. O índice destaca ainda que, na comparação com a
medição anterior, Niterói, Armação dos Búzios, Maricá, Iguaba Grande, Silva
Jardim e São Gonçalo apresentaram evolução nos três indicadores analisados:
Educação, Saúde, Emprego e Renda. Na direção oposta, Rio das Ostras, Tanguá e
Arraial do Cabo apresentaram retração nas três áreas.
Criado pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do
Rio de Janeiro) para acompanhar o desenvolvimento socioeconômico do país, o
IFDM avalia as condições de Educação, Saúde, Emprego e Renda de todos os
municípios brasileiros. Em sua nova edição - com base em dados oficiais de 2013,
últimos disponíveis - o estudo traz comparações com outros anos da série
histórica, iniciada em 2005, e projeções sobre a evolução do desenvolvimento
por conta da deterioração do cenário econômico.
O índice varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo) para classificar o
nível de cada cidade em quatro categorias: desenvolvimento baixo (de 0 a 0,4),
regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1). Foram
avaliados 5.517 municípios, que abrigam 99,8% da população. Ficaram fora do
índice cinco cidades criadas recentemente, que ainda não possuem dados
suficientes para análise, e 48 que não declararam ou possuem informações
inconsistentes.
O Leste Fluminense se destacou em Emprego e Renda, com quatro
cidades entre as dez melhores do estado nessa área: Niterói, Rio Bonito, Cabo
Frio e Itaboraí. Elas também estão entre os cem maiores índices do Brasil em
Emprego e Renda. Além delas, Armação dos Búzios e Saquarema estão na lista
das 500 melhores avaliações do país. O estudo ressalta que Itaboraí foi o
único município da região com alto desenvolvimento nesse indicador, ainda
refletindo os investimentos que estavam presentes naquela região em 2013.
Oito cidades possuem desenvolvimento moderado e sete têm desenvolvimento
regular.
No IFDM Educação, as cidades de Casimiro de Abreu, Niterói e
Iguaba Grande apresentaram alto desenvolvimento. As outras 13 possuem
desenvolvimento moderado. Dos 16 municípios, 11 registraram avanço, com
destaque para Armação dos Búzios (+8,1%). No índice de Saúde, as cidades
da região também possuem desenvolvimento alto ou moderado. Em relação à
medição anterior, o IFDM destaca o avanço de Itaboraí, que teve variação de 12,7%
nesse indicador.
No ranking geral da região, depois de Niterói (0,8302 ponto),
estão as cidades de Rio Bonito (0,7873) e Armação dos Búzios (0,7855). O
último colocado é o município de Arraial do Cabo (0,6620).
Crise econômica ameaça conquistas sociais no país
O IFDM indica que o desenvolvimento socioeconômico do país está comprometido
por conta do cenário econômico. Nesta nova edição, o índice aponta que, já em
2013, a nota brasileira, composta pelos indicadores de Educação, Saúde, Emprego
e Renda, ficou em 0,7441 ponto, com aumento de apenas 0,2% na comparação com o
ano anterior. Foi o menor avanço desde o início da série histórica do índice,
em 2005, refletindo principalmente o desempenho negativo do IFDM Emprego e
Renda. O indicador recuou 4,3% na comparação com 2012 e atingiu 0,7023 ponto.
Em 2015, esse indicador de Emprego e Renda poderá atingir 0,5204
ponto – menor patamar da série – já que o país deve perder mais de um milhão de
postos de trabalho formais e a renda deve avançar menos que a inflação,
corroendo o poder de compra do trabalhador. Os municípios, que tendem a ficar à
mercê da conjuntura econômica, deverão ter menos recursos para expandir e,
principalmente, para manter os programas sociais que viabilizaram o avanço nas
áreas de Educação e Saúde nos últimos anos.
Na avaliação de 2005 a 2013, a FIRJAN destaca que a nota geral do
país avançou 21,3%. Nestes oito anos, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu
35%, foram gerados quase 16 milhões de postos de trabalho formais e houve
aumento do rendimento médio em 28%. O bom desempenho da economia no período foi
determinante para a expansão de recursos – através do recebimento de tributos
via arrecadação própria ou transferências - para o financiamento das políticas
públicas e, consequentemente, para a maior atuação social dos
governos. Nesse período, a Despesa Orçamentária per capita média das
prefeituras nas áreas de Educação e Saúde registrou crescimento de quase 80%,
já descontados os efeitos da inflação. E, em 2013, os indicadores de Educação e
Saúde do índice atingiram 0,7615 e 0,7684 pontos, respectivamente.
Apesar do avanço nos últimos anos, a
Federação ressalta que em 2013 o gasto per capita médio das prefeituras nessas
áreas ficou estagnado e que ainda existem desafios, já que pouco mais de um
terço dos municípios têm educação de qualidade e mais de quatro milhões de
brasileiros ainda vivem em cidades sem atenção básica de saúde. Um dos alertas
do estudo é sobre o desempenho dos alunos do Ensino Fundamental no Ideb (Índice
de Desenvolvimento da Educação Básica) – um dos componentes do IFDM Educação.
Caso o avanço (3,5%) observado em 2013 se mantenha nos próximos anos, o país só
alcançará em 2031 a meta de 6,0 pontos inicialmente prevista para 2021 pelo
Ministério da Educação.
No ranking geral do IFDM, a FIRJAN aponta que 60,3% das cidades possuem
desenvolvimento moderado e apenas 7,8% registram alto desenvolvimento. O
destaque positivo do índice é a cidade de Extrema (MG) - que obteve 0,9050
ponto e saiu da 569ª colocação em 2005 para a primeira posição no ranking
nacional em 2013 - seguida de São José do Rio Preto (SP), Indaiatuba (SP), São
Caetano do Sul (SP), Vinhedo (SP), Concórdia (SP), Votuporanga (SP), Paraguaçu
Paulista (SP), Jundiaí (SP) e Santos (SP), que está na 10ª posição – todas com
alto nível de desenvolvimento.
Já o último colocado no ranking nacional, com 0,2763 ponto e no 5.517º lugar,
está o município de Santa Rosa do Purus (AC). A cidade possui mercado de
trabalho formal estagnado; apenas 16,4% de seus docentes possuem nível
superior, em contraste com 79% do país; e somente 7,9% de suas gestantes vão a
mais de seis consultas pré-natal - conforme preconizado pela Organização
Mundial de Saúde - frente à média nacional de 61,8%.
Norte e Nordeste têm quase 70% das cidades com
desenvolvimento regular ou baixo
As regiões Norte e Nordeste têm quase 70% de suas cidades com
desenvolvimento regular ou baixo: no Norte são 67,2% e no Nordeste, 69,1%. A
região Norte não possui nenhum município com alto desenvolvimento. Já a região
Nordeste tem apenas dois municípios nesta classificação: Eusébio (0,8782) e
Sobral (0,8197), ambos do Ceará.
As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste continuam mais avançadas. O
Sul do país é a região mais desenvolvida, com quase a totalidade (96,8%) de
seus municípios com desenvolvimento alto ou moderado. O elevado desenvolvimento
socioeconômico da região é observado de maneira homogênea nos três estados: o
percentual de cidades com pontuação alta ou moderada é de 96% no Paraná, 96,3%
no Rio Grande do Sul e de 98,6% em Santa Catarina.
No Sudeste, 91,5% dos municípios apresentam desenvolvimento alto
ou moderado. A região possui a maior quantidade de cidades no estrato superior
do ranking brasileiro do IFDM, respondendo por 65 das cem maiores pontuações,
das quais 56 são do estado de São Paulo. Já o Centro-Oeste possui 86,4% de suas
cidades com desenvolvimento moderado ou alto, cada vez mais próximo dos padrões
observados nas regiões Sul e Sudeste. O resultado mostra que o desenvolvimento
econômico da região, reflexo da ascensão do agronegócio, se converteu em
conquistas importantes nas áreas de educação e saúde.
Curitiba é a capital com melhor desenvolvimento
socieconômico
Nesta edição do IFDM, apenas oito capitais apresentam alto
desenvolvimento, enquanto as demais registram desenvolvimento
moderado. Curitiba (PR) ficou com a melhor pontuação no ranking (0,8618).
A cidade registrou crescimento de 4,3% no indicador de Emprego e Renda, o que
resultou em uma variação de 1,4% no índice geral. Com isso, passou da terceira
para a primeira posição no ranking.
São Paulo (SP) registrou 0,8492 ponto e manteve a segunda
colocação, apesar da leve variação negativa em relação à medição anterior
(-0,3%), por conta da queda na vertente Emprego e Renda, já refletindo o início
da desaceleração econômica naquele ano.
Na terceira posição do ranking das capitais está Vitória (ES), que
obteve 0,8421 ponto, seguida de Florianópolis (SC), que foi a primeira colocada
em 2012, mas caiu para a quarta posição por conta do impacto negativo dos seus
índices de Emprego e Renda e de Educação. Na quinta posição está o Rio de
Janeiro (RJ), que teve variação positiva em todas as vertentes.
Em 17 capitais foi verificada a redução no IFDM Emprego e Renda.
Essa queda mitigou a melhora nas vertentes de Educação e Saúde, em que foram
observados avanços em 22 e 16 capitais, respectivamente.
O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2015,
com análises especiais e rankings, pode ser acessado através do site
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