Lendo
um texto sobre como desvirtuar a educação de uma criança, dois pontos me
chamaram bastante atenção. O primeiro “comece na infância a dar ao seu filho
tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, ele acreditará que o mundo tem a
obrigação de lhe dar tudo o que deseja.” O apelo comercial dos dias de hoje,
fazem com que os pais sem firmeza e esclarecimento cedam aos desejos dos
filhos, passem a comprar tudo, mesmo que para isso se sacrifiquem. O fazem para
agradar, para evitar birra, ou mesmo para não escutá-lo chorar, sem darem-se
conta do futuro do filho e da armadilha que estão montando para si próprios.
Muitos entendem que os filhos assim agem porque são crianças e com o simples
passar do tempo se tornarão adolescentes maduros e compreenderão os pais. Ledo
engano, ninguém amadurece sem limites, sem compreender a conseqüência dos seus
atos, sem vivenciar que o mundo não gira ao seu redor.
Segundo
ponto, “apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo
para ele, para que aprenda a jogar aos outros toda a responsabilidade.” Me
chamou atenção, não o comportamento dos pais, mas a antecipação que fiz ao
procurar visualizar quem seria esse adolescente e passei a reconhecer diversos
clientes, conhecidos, filhos de amigos e companheiros de esportes. Todos lidam
muito bem quando todo o ambiente está equilibrado, mas na primeira dificuldade,
vejo o quanto é fácil acharem culpados. A ênfase com que fazem as críticas aos
demais e a facilidade de salvarem a própria imagem é algo visível, despercebido
apenas a quem o faz. Muitos pais acham bonita a bagunça que os filhos fazem
porque avaliam a esperteza da criança, esquecendo-se de ensinar que a bagunça
também pode ser arrumada e é responsabilidade de quem fez. Porém esses mesmos
pais ficam horrorizados quando aos 18 anos o filho continua fazendo bagunça e
não cuidando dos bens familiares.
Nos
dias de hoje há pais que ainda seguem teorias sem consistência que afirmava
absurdo como a necessidade de um “jardim do Éden” a todas as crianças, como se
cada um tivesse o seu próprio mundo. Mas na realidade vivemos todos num único
mundo, porém de forma diferente, com significados diferentes para as mesmas
situações, pois temos histórias e educações diferentes. Isto contribui para
ocorrer às adversidades e atritos entre as pessoas e a falta de limite vai
dificultar ainda mais a resolução dos mesmos, pois a primeira reação é a mágoa,
a raiva, o embate; raramente a compreensão, a conquista de espaço levando em
consideração as conseqüências de seus atos e a ética.
Psicólogo Flávio Melo Ribeiro
CRP12/00449
A Viver –
Atividades em Psicologia desenvolveu programas psicoterapêuticos que
possibilitam ser trabalhados em grupos e individual.
flavioviver@gmail.com (48) 9921-8811 (48) 3223-4386
Página no
Facebook: Viver
– Atividades em Psicologia
Foto: Arquivo Viver – Atividades em
Psicologia
0 comentários:
Postar um comentário