Hoje precisei de alguém... A situação estava tão escabrosa
que só mais uma mão poderia me salvar... Olhei em volta e não vi familiares...
Não vi amores antigos nem atuais... Não entendi nada. E eu pensava que estava
tão seguro.
Ao longe avistei alguém. Corri a seu encontro. A
pessoa foi receptiva a mim e era gente minha. Porém, ao ouvir meu relato,
recusou-se de pronto. Minha solicitação era tão pouca para aquele ser. Era tão
simples me estender sua mão. Mas negou. Do seu jeito, ignorou. Por que tanta
frieza? Para que fazer tanta questão?
Cabisbaixo, prossegui. Ao ouvir som de passos,
levantei a cabeça e mirei mais um dos meus. Só que o gesto da pessoa anterior me
frustrou tanto que desanimei. O medo da nova resposta me paralisou. Subiu um
orgulho tenebroso ao meu coração e não encontrei palavras suficientes para implorar.
Mas como um pedinte conseguirá seu objetivo se não tentar mais uma vez?
Ofusquei mesmo obtendo resposta a esta indagação.
De súbito uma luz... Era outra pessoa querida.
Dessa vez, um cidadão que há muito me conhecia. Ao observar meu estado, de
longe percebeu meu fracasso. Seguiu em minha direção. Ao chegar bem próximo
pegou minhas duas mãos e disse: “Eu estou contigo”. Não precisei repetir a
história: ele lia nos meus olhos. Não precisei falar muito e minha situação
estava resolvida.
Para quem não percebeu, ainda existem amigos com os
quais podemos contar, independente da situação. Há casos, até, de alguns que se
prejudicam para nos favorecer. Em certas circunstâncias rodamos tanto em busca
de uma pecinha para fechar o encaixe e eles, os verdadeiros amigos, estão por
perto como molas propulsoras.
São os verdadeiros heróis que moram ali.
Aproveitemos. Respeitemos. Valorizemos.
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