Vinícius Zimbrão movimenta pessoas com sua história de vida

09 abril 2020 |

 


E, mais uma vez, a vida permite uma situação delicada para movimentar o coletivo em prol do benefício comum. Como protagonista de uma história verídica, o professor e jornalista Vinícius Zimbrão utilizou, como ferramenta, a recuperação de sua saúde para estimular pessoas na prática de exercícios físicos. E, hoje, relata para o CULTURA VIVA a sua história de superação.

Acompanhe!

CULTURA VIVA: Por que escolheu o ramo da Educação Física? Já percebia talento antes da formação?
VINÍCIUS ZIMBRÃO: Fui gordo, na infância, e percebi que deveria me manter ativo para manutenção do peso. Então, escolhi uma profissão que me mantivesse próximo  da atividade física.

C.V.: O senhor tem uma experiência de vida que afetou sua saúde.
V.Z.: Há cinco anos fui diagnosticado com câncer de testículo. Iniciei tratamento quimioterápico e, durante o tratamento que era de cinco horas por dia, pedi às pessoas para se exercitarem por mim. Isso gerou uma corrente de amizade e solidariedade que impactou a minha vida e a superação da doença.

C.V.: Que lição extraiu depois de tudo? 
V.Z.: Aprendi que a vida é impermanente e que devemos aproveitar as oportunidades diárias que nos são oferecidas.

C.V.: Além do conteúdo a ser aplicado, costuma transmitir aos seus alunos essa experiência? Qual a reação deles?
V.Z.: Depois do meu tratamento me tornei um embaixador da Campanha Novembro Azul, no Brasil, dando palestras e estimulando todos a se cuidarem e a valorizarem hábitos saudáveis.

C.V.: Nesse período de pandemia do coronavírus, quais exercícios mais fáceis e práticos a pessoa pode fazer dentro de casa, com segurança?
V.Z.:  Importante manter um mínimo de atividade física diária para manutenção da boa saúde. O ideal seriam caminhadas e exercícios com peso do próprio corpo, como agachamentos, flexões de "braços", subir escadas (caso more em prédio e não possa caminhar no quintal).

C.V.: Não só nessa fase, mas eles podem ser praticados sempre, não é mesmo? Quantas vezes por semana, pelo menos?
V.Z.: A recomendação da OMS é que sejam feitos trinta minutos por dia de atividades físicas para sairmos de um quadro de sedentarismo. Essas atividades podem ser fracionadas ou contínuas; podem ser exercícios ou apenas caminhadas, subir lances de escadas, etc. O importante é aumentar o gasto calórico através da atividade durante o dia.

C.V.: Com certeza, para praticar esses exercícios a alimentação específica deve ser uma aliada. Como deve ser o café da manhã, por exemplo?
V.Z.: Prefiro não falar sobre nutrição, não é da minha formação. Mas, o equilíbrio na alimentação saudável e a atividade física é primordial. 

C.V.: Para quem deseja praticar uma gama de atividades diferentes tem algum site ou programa de TV que poderia recomendar?
V.Z.: Nas redes sociais têm muitas opções de aulas e exercícios. É importante verificar se os profissionais envolvidos são registrados no Conselho Federal de Educação Física. 

C.V.: Quais seriam as principais recomendações ao praticar essas atividades?
V.Z.: Saber o estado de saúde atual, se existe alguma contraindicação, como doenças pré-existentes (cardiopatias, diabetes, hipertensão, etc) ou problemas osteomioarticulares (osso, músculo ou articulações) e, aí, procurar a atividade adequada a cada situação dessas, lembrando que não fazer exercício por algum problema de saúde é praticamente impossível, sempre vai haver alguma opção ou atividade adequada para cada caso.

C.V.: Que recado deixaria para os sedentários de plantão?
V.Z.: Comece a se mexer, você não tem um corpo, você é parte dele. Portanto, a boa saúde envolve o bom funcionamento do indivíduo como um todo (corpo, mente e alma).

Foto: Arquivo pessoal de Vinícius Zimbrão

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