Intitulada roçabarroca, obra resgata procedimento construtivo
brasileiro utilizado no período colonial

 

roçabarroca, 2018/2020, Foto: Thiago Honório


A partir de 10 de agosto, o Museu de Arte Moderna de São Paulo apresenta na sua página do Google Arts & Culture uma prévia virtual da instalação roçabarroca (2018/2020), do artista mineiro Thiago Honório, e parte do Projeto Parede - espaço entre o saguão de entrada do MAM e a Sala Milú Villela. A prévia online integra a programação especial de aniversário de 72 anos do MAM São Paulo e é uma das diversas iniciativas online do Museu que, desde o início da pandemia promove tours virtuais, lives, quizzes, conteúdos inéditos e cursos online em seus canais digitais.

Nesta narrativa online, as referências e os bastidores da obra são revelados com algumas imagens inéditas do processo de montagem, desenhos de estudos do artista e fotomontagem que inspirou o trabalho. A prévia é um convite ao imaginário do público, um preâmbulo da experiência de roçabarroca, que poderá ser visitada presencialmente quando o museu reabrir em breve.

Em roçabarroca, o artista veste as paredes do corredor do prédio reformado por Lina Bo Bardi com taipa de mão e pau a pique, entrelaçando ripas e toras de madeiras com galhos recolhidos no Parque Ibirapuera e vigas de bambu amarrados por sisal ou cipó, deixando as paredes em "carne viva". O título da obra é inspirado no livro Roça barroca, da poeta Josely Vianna Baptista, que traduz o mito poético da criação do mundo da tribo indígena Mbyá-Guarani do Guairá a partir de cantos sagrados. Ao unir as duas palavras, a grafia explicita elementos presentes na instalação, como roça, oca, barro e barroca.

Com a obra, o artista homenageia duas figuras importantes em sua trajetória: Maria Boaventura de Souza, sua avó materna, que viveu em uma casa de pau a pique no interior de Minas Gerais; e Maria de Fátima Boaventura de Souza Andrade, sua falecida tia, que em 1978 registrou a casa em fotografias. Esses mesmos registros levaram Honório a criar, agora, uma fotomontagem, que foi a maior referência para a construção da obra.

"Há uma inversão em tal vestimenta das paredes internas do corredor - que foi tomado como uma espécie de garganta e que se inicia no Auditório Lina Bo Bardi e dá acesso ao bebedouro, ao restaurante e à sala principal de exposições do Museu -, ao se trazer para a epiderme as entranhas, aquilo que presumivelmente não seria revelado e submetido ao reboco, acabamento e pintura", explica o artista.

Desde o início da pandemia, o MAM intensificou sua presença digital por meio de uma programação diversa e destinada ao público de todas as idades. O #MAMonline traz ações artísticas, culturais e educativas que convidam a refletir, pesquisar e inspirar. Ainda que a experiência presencial seja insubstituível, o online se fortalece como um importante complemento, a exemplo dos números de acesso das plataformas digitais do Museu. Apenas no último mês, entre 1 de junho e 1 de julho, o site do MAM recebeu 54.888 visualizações, computou 3.185 novos acessos na página de tour virtual e ganhou 14.305 novos usuários. O perfil do MAM no Google Arts & Culture cresceu de 1.2 mil page views em fevereiro para 15 mil page views em março. Ou seja, um crescimento de mais de 1000% de fevereiro para março - início da campanha #MAMOnline. De maio a junho, tivemos mais de 19 mil page views. 

Sobre o MAM São Paulo

Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas.

O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de áudio-guias, vídeo-guias e tradução para a língua brasileira de sinais. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção.

Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.

Prévia online de roçabarroca, instalação de Thiago Honório

Lançamento: segunda-feira, 10 de agosto
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