Apreciar o mundo animal e
enxergar nele um futuro onde o prazer e a dedicação podem conduzir a caminhos
profissionais possíveis, em ascendência. Essa experiência única teve Gilson Rios, 39 anos, nascido em Salvador (BA), mas que desenvolveu seu
trabalho em Porto Velho (RO), há 12
anos.
Médico Veterinário, vive fascinado pela profissão e, como se não bastasse,
ainda atua no mercado como Empresário e Chef de Cozinha. Por sua desenvoltura
vem conquistando o mercado por onde circula e, a cada dia, ganha mais admiradores,
o que garante o sucesso do tempo aplicado.
Mesmo com tão pouco tempo, hoje concedeu entrevista exclusiva ao CULTURA VIVA, onde falou sobre a área da Veterinária, sobre o restaurante que comanda em sociedade e, ainda, deu uma super dica de um jantar ideal para oferecer a amigos numa dessas noites de verão. Sensacional!
Acompanhe!
CULTURA
VIVA: O que te enveredou para o caminho da Veterinária?
GILSON RIOS: Quando pequeno
adorava ter contato com animais, não somente os de companhia como cães e gatos,
mas também com animais de grande porte. Meu avô chegou a comprar um cavalo para
cada neto e gostávamos bastante de curtir todo aquele clima da roça, contato
com a natureza e toda aquela comida boa feita no fogão a lenha. Mas, eu gostava
muito mais de ter contato com animais silvestres, macacos, tamanduás,
serpentes, coelhos selvagens, pássaros, etc., e foi daí que surgiu minha maior
vontade em seguir a carreira de médico veterinário e trabalhar com animais
selvagens.
C.V.: Como avalia esta
experiência? A concorrência te preocupa?
G.R.: Experiência única
e gratificante, onde me sinto revigorado a cada contato que tenho com animais.
Eles nos ensinam muito sobre apreciar as coisas simples da vida e a confiança
estabelecida é particular, sensacional. Nunca me preocupei com concorrência
nessa atividade, pois quando fazemos algo que gostamos, as recompensas, os reconhecimentos
e as gratificações chegam quando menos esperamos. Gosto muito de compartilhar
ideias com os amigos médicos veterinários, onde nos ajudamos mutuamente na
resolução de casos clínicos ou em condutas mais específicas.
C.V.: Já passou por
algum apuro ao cuidar de certo animal? Como foi?
G.R.: Sim. Já passei
por algumas situações onde meu coração quase parou de medo (risos). Um caso bem
específico foi quando tive que criar um filhote de onça-parda (Puma concolor)
que foi encontrado abandonado. Ele chegou com menos de dois meses de vida e
recebia alimentação artificial com auxílio de mamadeira, até fazermos a transição
para alimentos sólidos e colocá-lo em recinto específico para grandes felinos.
Como ele sempre teve contato comigo e com os tratadores, não medíamos os
riscos. Até que um dia, onde o animal já estava com seis meses de idade, eu
entrei no recinto com ele solto para avaliar as fezes, e como de costume ele
vinha brincar e pular em mim. Porém nesse dia ele pulou nas minhas costas e
senti que ele me apertava mais que o normal com suas garras, mas em nenhum
momento ele me mordeu. Depois desse dia percebi o quão forte ele era (e ele se
deu conta disso) e passamos a não entrar mais no recinto antes de prendê-lo.
Devemos sempre respeitar os instintos e o espaço que cada animal possui.
C.V.: Com o avanço da
tecnologia, o que melhorou no ramo, principalmente?
G.R.: O acesso às
informações, bem como maior possibilidade em realizar especializações e trocar
ideias com profissionais do mundo todo. Tivemos também um grande avanço na
parte farmacológica, com medicamentos mais eficazes e com técnicas clínicas e
cirúrgicas mais aprimoradas. A Medicina Veterinária evoluiu bastante em prol da
vida animal e, consequentemente, do ser humano.
C.V.: O que mais te
impressiona no mundo animal?
G.R.: Eu gosto muito da
paz e da sensação de gratidão que existe no olhar e no comportamento de cada
animal bem cuidado, independente dele ser doméstico ou selvagem. Gosto da
natureza das suas mais diversas formas e com inúmeras belezas. Meu mestrado foi
realizado em Manaus (AM), onde tive a oportunidade de visitar locais incríveis,
como o Parque Nacional de Anavilhanas, onde pude observar a natureza intacta e
plena. Sempre recomendo a todos os amigos e familiares que conheçam locais
incríveis como esse. Costumo dizer que “nós só cuidamos daquilo que
conhecemos”. Então, conheça um pouco mais da fauna e da flora local para que
possa cuidar e preservar.
C.V.: Em paralelo, o
senhor também atua como Chef. Como concilia as duas ocupações?
G.R.: Na verdade atuo
em paralelo com várias atividades (risos). Hoje a Medicina Veterinária ficou
restrita a sala de aula, onde atuou como professor em um Centro Universitário
no curso da Medicina Veterinária. Além disso, sou empresário no ramo da
alimentação (possuo sociedade) e gosto bastante de trabalhar na elaboração de
pratos principais, petiscos e sobremesas. Claro que temos uma equipe de cozinha
bem treinada e consolidada que faz toda a diferença. Então, as coisas fluem
perfeitamente, onde sempre enfrentamos desafios em prol do nosso crescimento.
C.V.: Como Chef, quais
são seus pratos preferidos: doces, salgados ou saladas?
G.R.: Adoro petiscos,
pratos principais e sobremesas. Gosto de brincar com os sabores, onde, vez ou
outra, utilizamos harmonizações com itens doces e salgados no mesmo prato. Isso
traz uma riqueza de sensações para quem come, pois conseguimos explorar o
visual, olfato, textura e sabor dos alimentos. É gratificante viver e
proporcionar experiências gastronômicas!
C.V.: Já participou de
algum campeonato como Chef? Os programas de TV com outros Chefs auxiliam seu
trabalho, de certa forma?
G.R.: Nunca participei
de campeonatos ou programas de TV. Na verdade, não gosto de trabalhar sob
pressão (risos). Então, curto meu momento na preparação e finalização de
pratos. Costumo dizer que não somos fast food. Logo, nossa linha de produção segue
outra categoria. Como possuímos fichas técnicas de todos os pratos, sabemos,
exatamente, o que utilizar, como utilizar e o tempo de preparo de cada um.
Nosso restaurante prepara tudo com muito carinho e nossos clientes ficam
extremamente satisfeitos com toda essa dedicação e experiência proporcionada.
C.V.: Que dica daria
para quem deseja oferecer um jantar a amigos nesse período de verão?
G.R.: Para o jantar
costumo indicar sempre pratos leves e saborosos, acompanhados, obviamente, pela
bebida da sua preferência, alcoólica ou não. Gosto de risotos, nhoques, saladas
tropicais e pratos à base de legumes e verduras, acompanhados por uma proteína,
como peixe, ave ou carne vermelha. Sou muito fã de frutos do mar. Então, pratos
com camarão, polvo e peixe me fascinam!
C.V.: Quais são as suas
redes sociais?
G.R.:
Utilizo
apenas o Instagram para compartilhar e mostrar um pouco do meu dia a dia, seja
sobre a vida pessoal ou profissional. Meu Instagram é @gilsonrios.oca.
Fotos: Arquivo pessoal de Gilson Rios
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