Luciano de Carvalho Lirio e a trajetória no campo missionário

18 março 2023 |

 



Um professor de História e Geografia, funcionário público do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que tinha toda uma inclinação para o campo missionário. E isso inclui deixar a família, os amigos, o emprego e dezenas de outras atividades sociais para segundo plano. De fato, essa não é uma decisão para muitos. Porém, os poucos que optam por essa forma de vida, deixam para trás, muitas vezes, o luxo, o orgulho e a vaidade, pois sabem das intempéries que enfrentarão à frente. Lugares pobres, pessoas doentes, miséria por toda parte, dificuldades na alimentação, no alojamento e, até, na comunicação.

 

Com toda essa realidade, o professor Luciano de Carvalho Lirio, de Rio Bonito (RJ), não negou o chamado e seguiu em frente. Foi atuar como missionário e viveu grandes experiências.

 

Hoje, num bate papo com o CULTURA VIVA, o mestre, que também é pastor, relatou, um pouco de sua trajetória, enquanto encarou o trabalho de missões fora do Brasil.

 

Acompanhe!

  

CULTURA VIVA: Em sucintas palavras, o que é Campo Missionário?

LUCIANO DE CARVALHO LIRIO: É um local, grupo étnico ou cultural, povo ou região ainda não alcançados ou pouco alcançados pelo Evangelho. 

 

C.V.: Em que momento de sua vida percebeu inclinação para ser um missionário?

L.C.L.: Na infância por meio de um missionário americano. 

 

C.V.: Sua família entendeu sua decisão? E os amigos?

L.C.L.: Sim. Missões sempre esteve em pauta na nossa casa. Alguns familiares e amigos foram contra por temores e incertezas na área financeira. 

 

C.V.: De tudo o que viveu no campo missionário, o que mais te marcou?

L.C.L.: O nascimento do meu filho mais velho, pois não tinha anestesista de plantão na cidade em que morávamos. Mas, Graças a Deus, por um milagre, um anestesista resolveu passar no hospital para buscar os instrumentos cirúrgicos. 

 

C.V.: Para um missionário é necessário ter outras habilidades, como, por exemplo, atender alguém com primeiros socorros?

L.C.L.: No mundo atual o missionário precisa ter uma razão social para estar numa comunidade. Ele precisa se inserir no contexto. O trabalho é a melhor forma. Ele precisa mostrar que é útil para aquelas pessoas. 


      Pastor Luciano de Carvalho Lirio batizando uma índia, na Bolívia, em 1995


C.V.: Sua profissão como professor ajuda o seu ofício como missionário? Em quê?

L.C.L.: Sim. Possibilita o meu sustento, o convívio e a aproximação com o povo a ser evangelizado. 

 

C.V.: Como é o cotidiano de um missionário em campo, geralmente? Há um cronograma, uma agenda?

L.C.L.: Sim. É muito importante que o missionário crie uma rotina para si. Estabelecer uma agenda é fundamental para ele ou ela não se sobrecarregar nem se relaxar de suas funções. 

 

C.V.: No Brasil a função de um missionário é reconhecida e respeitada como deveria?

L.C.L.: Existem múltiplas realidades nos diversos contextos evangélicos brasileiros. Em sua grande maioria, as igrejas, com o passar dos anos, se esquecem dos missionários. 


 

C.V.: Quem é sua maior inspiração no Campo Missionário?

L.C.L.: Charles Studd, o fundador da Missão Amém. O sacrifício que ele fez, ao longo da vida, para levar o Evangelho ao Centro da África. 

 

C.V.: Em sua opinião, o que os pastores e as igrejas podem fazer para incentivarem mais os missionários?

L.C.L.: É preciso fazer missões e levar missões a sério. Existem igrejas que fazem apenas culto de missões e a oferta fica na própria igreja. Se não houver investimento, não há envolvimento, nem comprometimento. 

 

Fotos: Arquivo pessoal de Luciano de Carvalho Lirio


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