A eleição de Mauro Borges em 1960, como governador do Estado de Goiás, trouxe com o seu plano de governo o projeto de uma reforma agraria “simples e objetiva”, baseado no modelo de Kibutz Israelense, que seria implantado nas regiões dos municípios de Arraias, Tocantinópolis e Araguacema, então Norte Goiano, hoje Estado do Tocantins.

Enquanto Mauro Borges implantava as Rurópolis, na mesma região, no então povoado de Rio da Conceição, município de Dianópolis, surgia um núcleo de guerrilheiros das Ligas Camponesas.

O movimento guerrilheiro havia comprado nas imediações três propriedades rurais pela Companhia de Colonização: A Catingueira, próximo do povoado de Rio da Conceição; José Alves e Boqueirão do Cascavel. Chegaram identificando-se como da companhia de colonização que estava a desenvolver um grande projeto agrícola na região.

Eram jovens idealistas, disciplinados e dispostos que conquistaram a população com sociabilidade, assistência social, recursos médicos, trabalho e as festas. Tinham como objetivo formar um governo popular que promovessem reformas de base e implantassem uma política de independência através da luta armada.

Em setembro de 1962 os guerrilheiros foram surpreendidos pelas Forças Armadas e pela Polícia Federal, apoiadas por advogados, juízes e políticos conservadores da época. Inverso do que estavam preparando, ao invés de atacar, foram atacados.

Muitos conseguiram fugir do país, outros presos e um sem número deles foram assassinados. Mauro Borges foi destituído pelo golpe militar de 1964, acusado de práticas comunistas, e o projeto acabou sendo abandonado.

Muitos destes homens e mulheres que participaram desta epopeia estão vivos no interior do Estado do Tocantins e em outros Estados. Dos que estiveram envolvidos “Prós  e contras” Deram depoimento: Mauro Norberto da Silva, Bento Lopes de Brito, Gesilio Alves de Carvalho, Valtaire Wolney Aires, Natalino Pereira da Silva, Osvaldo Rodrigues de Carvalho e o grande líder estudantil da época Tarzan de Castro; reunindo um significativo material com um pouco mais de 12 horas de depoimentos. 

Necessário urgente resgatar a memória destes “velhos” da terra que muitas "lembranças" poderá nos contar, afirma o cineasta Vicentini Gomez. Precisamos valorizar a memória dos “velhos da terra”, que se não escutarmos, em breve os perderemos.

Importante, fundamental resgatar esse acontecimento histórico, ocorrido em terras do então norte goiano, hoje Tocantins. A coragem daqueles estudantes, o sonho utópico deles, de estabelecer um núcleo de resistência armada, a fim depor o governo da época, tendo como bandeira ideológica um plano de reforma agrária radical, denominado de “Ligas Camponesas”, ainda causa muita admiração e impressão tanto aos que vivenciaram o período como aos que passam a conhecer a façanha revolucionária dos rebeldes sonhadores. Portanto, muito oportuno o documentário “Revolução nas trilhas do cerrado”, que começa a ser construído sob a batuta do ator e cineasta Vicentini Gomez, completa o jornalista Goianyr Barbosa.

Revolução nas trilhas do cerrado é mais um projeto apresentado pelo jornalista Goianyr Barbosa, encampado pelo ator e cineasta Vicentini Gomez, que mesmo sem recursos já está em fase  de pré-filmagem.

 

Foto: Divulgação  


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