Contrarides,
o homem mais mal-humorado da Ilha de Marajó, sonhou com uma profecia e foi
resgatar a amada. Viu uma jovem indígena em apuros nas águas e a salvou, junto
de seus animais de estimação: dois sapos-cururu, que passaram a viver à beira
do rio. Já na Catalunha, Araquídia era conhecida pelas estranhas
promessas. Um dia, disse que a paróquia da cidade precisava estar pronta em um
ano, mas, poucos minutos antes do prazo, percebeu um sino faltando no topo. Ela
então propôs uma torre humana e a escalou para cumprir com o horário. Depois
disso, foi apelidada de Dona Aranha. Como essas situações se tornaram cantigas
de roda? Não sei... Só sei que foi assim.
Com
uma homenagem a Ariano Suassuna e às mirabolantes histórias de Chicó, Fernanda
de Oliveira torna a famosa frase de “Auto da Compadecida” em título de
um projeto literário dividido em dois volumes. Além de Sapo-Cururu e Dona
Aranha, Só sei que foi assim, vol. 2 – a publicação
mais recente da saga – narra as origens de Papagaio Louro, Alecrim Dourado,
Terezinha de Jesus, Na Bahia Tem, Borboletinha, A Galinha do Vizinho e
Carneirinho, Carneirão. Também há um conto surpresa sobre Ninoca, uma
telefonista com talento nato para as anedotas e que criou tantas outras
canções.
Dizem
que o casal deu às filhas os mesmos nomes das galinhas, para lhes prestar uma
homenagem, pois graças às penosas é que puderam conviver mais em seus quintais
abertos, acabando por se apaixonar. Bom, os nomes das gêmeas serem Crizelda e
Tibúrcia já acho meio difícil, mas que as duas compuseram juntas a música “A
galinha do vizinho”, aí eu tenho garantia. E entre certezas que se avizinham
dela, só sei que foi paralelamente assim. (Só sei que foi assim, p. 55)
As
peripécias narradas em tom de fofoca celebram a diversidade brasileira ao
ambientar enredos em todas as regiões, de Norte a Sul. Com 21 xilogravuras
de J. Borges, um dos mais importantes artistas populares do país, e
do filho Pablo Borges, a obra destaca a figura dos ciganos, a
trajetória dos bandeirantes, a influência espanhola no país, as práticas
alimentares e os diferentes dialetos.
Produzido
a partir de uma extensa pesquisa sobre os hábitos de várias partes do Brasil, o
livro dá continuidade ao primeiro volume e busca unir famílias ao dialogar com
uma memória musical compartilhada por todos desde a infância. Para isso, as
páginas apresentam QR Codes que conduzem às cantigas. Com arranjos de Giordano
Pagotti e voz da própria Fernanda de Oliveira, as
canções também homenageiam a cultura ao atravessar gêneros como xote, frevo,
forró, maxixe, catira, baião, samba e toada.
Os
textos valorizam o repertório estético do leitor, da criança ao adulto, por
trazer uma linguagem rica e até rebuscada. “É um projeto que visita a história
de cada brasileiro, quando envolvemos a produção da pamonha e do sabão, quando
falamos da nossa caatinga, nossas lendas, nossa natureza, das grandes fazendas
do interior, das ladeiras de Salvador, dos búfalos de Marajó, entre outros”,
explica a autora. Também conhecida como Fê Liz, ela faz jus ao
apelido por sempre trazer um final feliz, típico do universo extraordinário e
inocente da infância.
FICHA
TÉCNICA
Título: Só sei que foi assim, vol.2
Autora: Fernanda de Oliveira
Editora: Melhoramentos
ISBN: 978-6555397857
Páginas: 72
Preço: R$ 55,90
Onde comprar: Amazon
Sobre
a autora: Conhecida
como Fê Liz, Fernanda de Oliveira é escritora, compositora, cantora e produtora
de peças de teatro com mais de 25 anos dedicados ao público infantojuvenil.
Nascida em Brasília, atualmente mora em Copenhague, na Dinamarca, e realiza
atividades culturais de aproximações entre o Brasil e diversos lugares do
mundo. É autora de 37 obras infantojuvenis e já foi reconhecida por importantes
instituições e projetos, como a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil
(FNLIJ), o Selo Cátedra Unesco de Leitura da PUC-RIO, o PNLD e o selo AEILIJ,
da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e
Juvenil. Por meio dos livros “Só sei que foi assim, vol. 1” e Só sei
que foi assim, vol. 2, promoveu uma exposição homônima no
Consulado-Geral do Brasil em Barcelona, que também será feita na Embaixada do
Brasil em Copenhague.
Redes
sociais da autora:
Instagram: @fernandinhaoliveira | @fe.feliz
Linkedin: Fernanda de Oliveira
Facebook: /felizdeoliveira
Youtube: @canaldafeliz
Site
da autora: www.fernandadeoliveira.com
Foto1:
Divulgação / Alice de Oliveira
Foto2: Divulgação /
Melhoramentos
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