O Centro
Cultural SESI Sorocaba apresenta a exposição terra terreno
território que reúne obras de temática indígena da fotógrafa e artista
visual Dani Sandrini. A temporada ocorre entre os dias 2 de agosto e
30 de novembro de 2025, com visitação gratuita e acessibilidade.
O evento de abertura acontece no dia 1º de agosto, sexta-feira, às 19h,
com bate-papo aberto ao público com a artista e o curador Wagner Souza e Silva.
A
mostra - composta por cerca de 35 obras - possui piso tátil, audioguia, 9 obras
táteis e 20 obras com audiodescrição, além de vídeo de 19 minutos com
depoimentos de vários indígenas e da artista com legenda e tradução em Libras.
terra
terreno território é
apresentada em dois agrupamentos fotográficos nos quais a artista utiliza duas
técnicas artesanais de impressão fotográfica do século XIX propondo uma
reflexão sobre o indígena em grandes cidades, no século XXI. No primeiro, um
processo chamado antotipia (técnica que utiliza pigmentos vegetais
como material fotossensível), a impressão é feita em papéis sensibilizados
com pigmento extraído do fruto jenipapo (que muitos indígenas usam
nas pinturas corporais).
Já
no segundo agrupamento, pelo processo de fitotipia (técnica que
utiliza a própria clorofila como agente para produzir a imagem), as imagens são
impressas diretamente em folhas de plantas como taioba, singonio,
mandioqueira, helicônia e guiné.
Ambos
processos se dão através da ação da luz solar, em tempos que variam de três
dias a seis semanas de exposição. Todas as imagens de terra terreno
território foram captadas durante o ano de 2019 em aldeias indígenas
da cidade de São Paulo, onde predomina a etnia Guarani, e também no contexto da
metrópole, onde vivem indígenas de aproximadamente 53 etnias.
As
obras de Dani Sandrini trazem uma temporalidade inversa à prática fotográfica
vigente, da rapidez do click e da imagem virtual. “A longa
exposição convida à desaceleração para observar o entorno com outro tempo
e sob outra perspectiva. Como a natureza, onde tudo se transforma, esses
processos produzem imagens vivas e que se transformam com o tempo; uma
referência a permanente transformação da cultura indígena, que não ficou
congelada 520 anos atrás”, reflete a artista.
A
delicadeza do processo orgânico traz também uma consequente fragilidade para as
fotografias com a passagem do tempo. “Dependendo da incidência de luz natural
diretamente na imagem, por exemplo, pode levá-la ao apagamento”, explica a
artista. A concepção de Sandrini considera esta possibilidade como um paralelo
ao apagamento histórico que a cultura indígena sofre em nosso país. Ela diz que
“a proposta favorece também a discussão acerca da fotografia com seu caráter de
memória e documento como algo imutável, ampliando seus contornos e podendo se
vincular ao documental de forma bem mais subjetiva. A certeza é a
transformação. A foto não congela o tempo. Os suportes que aqui abrigam as
fotografias geram outros significados”, reflete.
Com terra
terreno território a fotógrafa alerta para a necessidade de
compreender a cultura indígena para além dos clichês que achatam a
diversidade do termo. “A intenção é exatamente oposta, é desachatar, lembrar
que muitos indígenas vivem do nosso lado e nem nos damos conta. Já se
perguntaram o porquê dessa história ter sido apagada?”, comenta Dani, que
durante o projeto fotografou - na região metropolitana da cidade de São Paulo -
pessoas indígenas de diversas etnias, oriundas de várias regiões do país, ora
posando para um retrato ora em suas rotinas, suas atividades, seus eventos,
rituais ou celebrações.
terra
terreno território nasceu
do projeto Darueira, em 2018, contemplado no 1° Edital de Apoio à
Criação e Exposição Fotográfica, da Secretaria Municipal de Cultura de São
Paulo por meio da Supervisão de Fomento às Artes. Realizado em 2019, ganhou
exposição na Biblioteca Mario de Andrade, de outubro a dezembro. Em 2020 (no
formato online), passou pela Galeria Municipal de Arte, do Centro de Cultura e
Eventos Plínio Arlindo de Nes (Chapecó/SC), pelo Cali Foto Fest (Colômbia) -
exposição virtual e projeções urbanas, além apresentação virtual na abertura do
festival – e esteve no Pequeno Encontro de Fotografia (Olinda/PE). Em 2021,
integrou o Festival Photothings (exposição online no metrô de São Paulo; ensaio
escolhido para integrar a Coleção Photothings) e foi tema de conversa no Fórum
Virtual - Fotografia Experimental (Argentina) e de palestra no Interfoto Itu.
Em 2022, terra terreno território foi selecionada para a
coletiva Exposição Latinas en Paris (Fotografas Latam, Fundación Fotógrafas
Latinoamericanas), na Galerie Rivoli 59, e integrou a coletiva Acervo
Contemporâneo do Museu de História e Arte de Chapecó, SC. Em 2023, a exposição ocupou
a Galeria de Fotos do Centro Cultural FIESP (SP), o Centro Cultural Matarazzo
(Presidente Prudente, SP), a Pinacoteca Municipal Dr. Antônio Cintra e esteve
no Festival Amparo em Foco (Amparo, SP) e no festival internacional Indian
Photo Fest; e em 2025, no Sesc Pato Branco (PR) e Museu de Arte e Cultura de
Caraguatatuba (SP). Vem circualndo por várias unidades do SESI São Paulo:
Itapetininga, Campinas e São José do Rio Preto (2022); Ribeirão Preto (2024);
São José dos Campos (2024 / 2025); e Sorocaba (2025).
Dani
Sandrini - Fotógrafa, educadora e artista visual radicada em São Paulo,
Brasil, Dani Sandrini fotografa comercialmente desde 1998, e desde 2014
desenvolve projetos mesclando fotografia documental/imaginária com impressões
artesanais ou experimentais. Nos últimos anos tem estudado o entrelaçamento de
materiais e suportes com as imagens fotográficas e a ação do tempo sobre elas.
Dependendo do projeto e de sua singularidade, sua fotografia pode ser
simplesmente tirada com câmera digital e colocada em papel ou telas, mas também
pode conter outros elementos que acrescentem significado à imagem final, além
de camadas extras de subjetividade. Dani tem experiência em processos
fotográficos artesanais e desenvolve projetos utilizando tranferprint, pinhole,
cianotipia, antotipia e fitotipia. Nos últimos anos, circulou com o
projeto terra terreno território, sobre os povos indígenas do
século XXI, por várias cidades. Capturadas digitalmente em São Paulo, as
imagens expostas são impressas em folhas de plantas e também com o pigmento
natural extraído do jenipapo. Esse projeto esteve em exposições nas seguintes
localidades: São Paulo, Itapetininga, Campinas, São José do Rio Preto,
Presidente Prudente, Ribeirão Peto, São José dos Campos, Caraguatatuba, Pato
Branco/PR, Olinda/PE, Amparo, Chapecó/SC e nos países Colômbia, França,
Portugal e Índia.
Exposição: terra
terreno território
Artista: Dani
Sandrini
Abertura: 1º
de agosto - Sexta, às 19h
Bate-papo
com Dani Sandrini e Wagner Souza e Silva
Temporada: 2
de agosto a 30 de novembro de 2025
Horários: Quarta
a domingo, das 10h às 19h
Visitação
gratuita. Classificação: Livre.
Acessibilidade:
piso tátil, audioguia, obras táteis e com audiodescrição.
Agendamento
de grupos e escolas: cacsorocaba@sesisp.org.br
Centro
Cultural SESI Sorocaba
Espaço
Galeria
Rua
Gustavo Teixeira, 369 - Vila Independência. Sorocaba/SP.
Tel.: (15)
3388-0444. www.sorocaba.sesisp.org.br. Na rede: @sesisp.sorocaba
Terra
Terreno Território na rede:
Instagram
- @terraterrenoterritório
Facebook -
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Foto: Dani Sandrini
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