Na
noite de quinta-feira (07/08), o palco centenário do Teatro Amazonas foi tomado
pela força, emoção e musicalidade da região nordestina. Em sua primeira
apresentação em Manaus, a Orquestra Som do Nordeste proporcionou ao público do
Amazonas Green Jazz Festival 2025 um espetáculo inesquecível: “Meu Brasil
Nordestino”. Com entrada gratuita e plateia lotada, o concerto exaltou a
diversidade sonora de Alagoas e emocionou com interpretações potentes dos
convidados Eliezer Setton e Rebeca Deleu.
O
Amazonas Green Jazz Festival, realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da
Secretaria de Cultura e Economia Criativa, segue com sua programação até
domingo (10/08).
Composta
por 19 músicos, a big band alagoana mostrou porque vem ganhando destaque no
cenário instrumental brasileiro. Sob a regência de Rony Ferreira, o grupo
apresentou um repertório que homenageou os ritmos tradicionais do Nordeste com
sofisticação e arranjos contemporâneos. Frevo, maracatu, forró, baião, ijexá e
até samba jazz e bossa nova se encontraram em uma narrativa musical envolvente,
que fez o público vibrar em vários momentos.
“Esse
show é um retrato sonoro da nossa identidade. Trazemos a essência do Nordeste
em forma de música, nossas raízes, nossos ritmos, nossa alma. É uma alegria
muito grande apresentar esse trabalho aqui em Manaus, num festival tão
importante”, destacou o maestro Rony Ferreira, após a apresentação.
Além
dos músicos da orquestra, os holofotes também se voltaram para os convidados
especiais. Eliezer Setton, ícone da música popular alagoana, fez sua estreia em
solo amazonense e foi ovacionado ao trazer seu forró autoral e poético ao
palco. “Essa é minha primeira vez aqui. Estar no Teatro Amazonas é um sonho. Eu
nem me caibo de tanta alegria”, disse Setton, emocionado nos bastidores, antes
da apresentação. “Trouxemos canções inéditas, que ainda não passaram pelo
circuito do jazz, mas hoje ganharam esse portal mágico que é o Teatro
Amazonas”, completou.
Ao
lado dele, Rebeca Deleu arrebatou o público com interpretações marcantes e
delicadas, incluindo canções do conterrâneo Djavan. Sua presença cênica e vocal
afinado mostraram o porquê de ser considerada uma das grandes revelações da
nova geração da música nordestina.
O
concerto é parte de uma turnê financiada pela Bolsa Funarte de Música
Pixinguinha 2023, e reforça a proposta de intercâmbio cultural entre o Norte e
o Nordeste, fortalecendo o elo entre diferentes expressões regionais do Brasil.
Além do repertório vibrante, o grupo carrega também o compromisso com a
inclusão, sendo responsável pelo primeiro concerto sensorial de Alagoas, com
recursos de acessibilidade como Libras e vibrações táteis.
“Receber
um grupo tão representativo, ao lado de artistas que fortalecem a cultura
nordestina, é muito gratificante. Essa presença soma ao nosso objetivo de
promover o intercâmbio cultural entre a Amazônia, o Brasil e o mundo”, reforçou
Rui Carvalho, diretor artístico do festival.
A
noite foi uma verdadeira celebração da música brasileira e deixou o público
manauara com gosto de quero mais. Ao fim da apresentação, a orquestra foi
aplaudida de pé por vários minutos, coroando uma noite de encontros culturais,
emoção e, sobretudo, brasilidade.
Foto:
Aguilar Abecassis /Divulgação
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