Um novo centro cultural nasce no coração de São Paulo com a proposta de somar o acesso à arte contemporânea: o Espaço República abre oficialmente suas portas com uma exposição coletiva inédita intitulada “Do ateliê à exposição: Dialéticas artísticas no Espaço República” reunindo obras de arte de 19 artistas visuais residentes que hoje mantêm seus ateliês no prédio. 

 

A mostra com entrada franca, com curadoria de Andrés Inocente Martín Hernández, PhD, Curador, pesquisador e crítico de Arte, marca o lançamento de um projeto que integra ateliês de produção, salas para cursos e workshops, além de um andar expositivo com estrutura profissional. Uma cadeia completa pensada para apoiar artistas em todas as etapas de sua trajetória.

 

Localizado na icônica Avenida São Luís, no centro histórico da capital, o prédio que abriga o Espaço República tem uma longa história familiar e comercial, mas foi na pandemia que começou sua transformação. 

 

Com os conjuntos corporativos esvaziados desde o pós pandemia e guiado por uma vivência profunda no meio artístico, Philip Haji-Touma, artista, empreendedor e idealizador do projeto, decidiu abrir os andares para o universo da criação. “Eu via muitos artistas talentosos à procura de espaço para trabalhar, expor ou ensinar. Criei esse ambiente para suprir essas lacunas e formar um ecossistema que viabilize a produção artística como um todo, funcionando como um laboratório”, afirma Phil.

 

Hoje, o Espaço República ocupa cinco andares: três com ateliês (privativos e coletivos), um andar dedicado a cursos e outro voltado à exibição de obras. Mais do que alugar salas, o projeto oferece uma infraestrutura que inclui curadoria, apoio fotográfico, produção de exposições, montagem e assessoria. 

 

“É uma resposta concreta a um mercado que, muitas vezes, é carente de espaços que acolhem projetos e artistas oferecendo uma estrutura profissional e organizada para realizar seus anseios artísticos", completa Philip.

 

A exposição de inauguração, que estreia no dia 28 de agosto e fica em cartaz até 20 de setembro, é também um gesto coletivo. A programação acontece sempre de quinta a sábado com entrada franca.

 

“Essa mostra é um retrato vivo da potência artística que está sendo gestada aqui. É emocionante ver a diversidade de linguagens, materiais e propostas que surgem desse convívio diário entre artistas”, afirma o curador Andrés Hernández, que vem acompanhando de perto a produção dos ateliês. 

 

A exposição no Espaço República em São Paulo conta obras de arte de 19 artistas que possuem seus ateliês no mesmo prédio onde se encontra o Espaço, e de dois artistas que já tiveram seus estúdios aqui, tem o intuito de provocar discussões sobre dialéticas artísticas que atingem os artistas visuais e o Sistema Artístico Contemporâneo. Destaque especial para os ciclos que circundam o trabalho no ateliê e destes para a exposição.

 

“É uma experiência de imersão. Queremos que as pessoas entendam o que é criar no centro da cidade, ocupando esse território com arte, com encontros, com troca”, diz Phil.

 

“Minha obra é um convite urgente: sonhe, mesmo quando tudo ao redor parecer endurecido. É rosto, tecido, memória, uma bandeira íntima no centro de São Paulo. No Espaço República, junto de outros artistas, traçamos novas rotas sensíveis. Transformamos concreto em poesia, ruído em presença, centro em arte viva. Aqui, a arte pulsa onde pulsa a cidade. Sonhar é o primeiro ato de resistência”, diz Andrea Natali, uma das artistas da mostra.

 

“Este é um experimento plural, artístico e humano que pretende deixar em evidência hibridações operacionais e conceituais - CONCEBER, CONSTRUIR, EXPOR - nos tensionamentos das camadas que sequenciam o trabalho artístico e as relações entre os agentes do Sistema: artistas, obras de arte, curadores, espaços arquitetônicos, produtores, mercado de arte, espectadores e/ou participantes de publicações, expografia, escrita, editais, salões, residências, portfólios etc”, pontua o curador.

 

“O projeto evidencia a importância dos diálogos entre os artistas visuais, os agentes e/ou processos do Sistema Artístico Contemporâneo para retroalimentar conhecimentos, atualizações de discursos e normas burocráticas na Arte Contemporânea e, sobretudo, o respeito e harmonia entre os seres humanos, conceitos tão primordiais na contemporaneidade”, acrescenta Hernández.

 

“Meu trabalho traz um olhar sobre vulnerabilidade, gênero e sexualidade, ampliando o debate sobre temas ainda pouco visíveis nas artes visuais. No Espaço República, esse hub de artistas fortalece a cena cultural do centro de São Paulo, criando conexões, atraindo novos públicos e dialogando com a renovação da região, marcada pela presença de galerias e espaços independentes”, afirma Duda Breda, artista plástico que terá a obra exposta.

 

“Apresento obras que exploram a percepção das cores e seus fenômenos em movimento, profundidade, irradiação, por meio de pintura, linhas, camadas e sobreposições. A maior contribuição dos artistas do República é aproximar arte e cultura do cotidiano urbano e manter viva a revitalização do centro”, afirma Veridiana Magalhães, artista plástica do espaço.

 

Segundo Hernández: “Uma exposição que reverbera em discussões e interpretações de cada obra de arte e do conjunto delas, assim como possibilita aprofundar no conhecimento de processos que acompanham a produção artística na contemporaneidade e, consequentemente, valorizar a importância da arte na sociedade e de como a ARTE é uma ferramenta indispensável para a educação e a instrução”.

 

Além da exposição, o público poderá participar de ateliês abertos, visitas mediadas com o curador e rodas de conversa com artistas ao longo do período. A mostra marca um novo momento para o prédio, mas também para o circuito de arte da cidade. 

 

A ideia é que o Espaço República seja um hub artístico: acolhendo, projetando e conectando artistas de dentro e fora de São Paulo. Todo o trabalho é baseado na construção e propósito e não na obrigação. Sendo que grande parte dessa exposição assim como todo o ecossistema do projeto foi e está sendo montada com a ajuda e indicações de artistas internos. É um espaço vivo, colaborativo e inclusivo”, finaliza Philip Haji-Touma.

 

Exposição de Abertura – Espaço República

Local: Espaço República — Avenida São Luís 86, República, São Paulo – SP

Data: De 28 de agosto a 20 de setembro de 2025

Horário: Quintas a sábados, das 14h às 19h

Programação inclui visitas com curador, ateliês abertos e rodas de conversa com artistas

Entrada gratuita

Instagram:  @espacorepublica

 

***Na Foto em destaque, Philip Haji-Touma, artista, empreendedor e idealizador do projeto

 

Foto: Divulgação


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