Entrevistada: Márcia Cartier.
Ocupação: Locutora da Rádio 93FM, no Rio de Janeiro.
CULTURA VIVA: Como foi seu início no rádio? Encontrou grandes dificuldades?
MÁRCIA CARTIER: Comecei fazendo um curso de Locução com Fernando Borges da 98 FM. Logo depois comecei a fazer alguns programetes em Rádios Comunitárias e surgiu a oportunidade de trabalhar com Rádio gospel AM, foi na Rádio Continental AM, na época arrendada pelo pastor Silas Malafaia, a então Rádio Assembléia de Deus 1520 AM. Ali realmente fiquei conhecida com um quadro chamado “Espaço Aberto”, onde entrevistava cantores, missionários, pastores, escritores, doutores, etc. Entre os entrevistados, a saudosa Denise Cerqueira, Ed Wilson, Carlinhos Felix, Rayssa e Ravel, Marco Aurelio, Novo Som, Joran e muitos outros. Nessa época, comecei a fazer Comunicação na FACHA, o curso de Jornalismo. Depois fui para a 93 FM através do Márcio Santos, hoje meu amigo, e na época responsável pela locução da Rádio. Trabalhei também na Rádio Litoral AM (na Região dos Lagos). Graças a Deus, sempre encontrei amigos que me apoiaram e me davam muitas dicas!
C.V.: Mais do que um mero locutor, o profissional precisa ser um comunicador. Que métodos você usa para se aproximar dos ouvintes?
M.C.: Eu fui ricamente abençoada por começar em uma Rádio AM, onde se exige muito mais a comunicação, se bem que agora a FM está seguindo essa linha, mas na época não era assim. Na realidade, o segredo é ser você mesmo e não tentar imitar ninguém... A espontaneidade e a seriedade ganham pontos com os ouvintes. Eles percebem se estamos representando ou não e o sucesso acontece.
C.V.: Você se espelha ou já se espelhou em algum outro locutor para desenvolver seu trabalho?
M.C.: Eu sempre fui fã de Fernando Borges, Ana Flores, Catalti, Olga Bongiovani, Jô Soares, Regina Casé, Gustavo de Moraes e JR Vargas. Todos eles são excelentes profissionais e sempre procurei ouví-los ou assistí-los e sempre me acrescentaram algo. A partir daí, eu segui o meu próprio caminho. E acompanhei também a Marina de Oliveira estreando na 93 FM como locutora, e gostava muito de ouví-la. Nessa época, inclusive, eu profetizei que um dia estaria sendo locutora desta abençoada Rádio. E Glória a Deus, aqui estou para exaltação do nosso Deus, que é Fiel! Eu acredito que aprendemos todos os dias algo diferente com o nosso próximo, que sabe sempre algo que me é desconhecido e a troca de experiências sempre me enriquece.
C.V.: Na sua opinião, como anda o mercado na área de locução? Os atuantes no mercado cumprem o papel com ética e amor à profissão?
M.C.: Para quem não tem agido assim, o que falta? Antes de ser uma profissional do rádio, eu sou ouvinte e sempre me pergunto o que me dá prazer e o que me preenche ouvir no rádio, como gosto de ser tratada. E em se tratando de uma rádio Gospel além de informarmos, brincarmos, o enfoque é o Evangelho, a propagação da Palavra de Deus, pois muitas vidas estão carentes do amor do Senhor, e muitas vezes a única companhia de alguém somos nós locutores. Eu acredito que, quando alguém se propõe a fazer algo é preciso ser consciente, se sentir realizado no que faz e lembrar que em tudo o que fizermos para o Senhor, a ética profissional deve está enquadrada, no que diz a Palavra de Deus: “Amar ao próximo como a ti mesmo”, realizando a missão que nos foi confiada por Deus com responsabilidade.
Foto: Arquivo pessoal de Márcia Cartier
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