Vida no magistério

18 agosto 2013 |



A professora Mary Lucy Pereira da Fonseca, que atua no magistério há 24 anos, conta a essa coluna que, quem trabalha com Educação tem surpresas diárias. Dessas, muitas são positivas e outras negativas.  “O que mais me chama atenção é o processo que acontece com cada criança quando ela inicia a autonomia na leitura e escrita: é como se elas (as crianças) estivessem com os olhos vendados e tirassem as vendas, é muito interessante”, exemplifica.

Segundo Mary Lucy, há uma luta constante por parte dos profissionais de Educação para melhor formação dos alunos, mas nem sempre isso é possível. Atualmente, na Escola Municipal Professor Honesto de Almeida Carvalho (Emphac), em Rio Bonito, lida todos os dias com dezenas de situações das mais variadas possíveis. “Lutamos tanto pela formação de pessoas críticas, pensantes. Mas, infelizmente, não nos preparamos para lidar com isso. Na maioria das escolas, hoje, o que encontramos é uma gama de indisciplina, adolescentes que não respeitam aos professores, funcionários e nem a si mesmo. O respeito é uma via de mão dupla, então, não posso atribuir o ‘erro’ somente aos alunos; nós, educadores, temos nossa parcela de culpa”, reconhece.

             Como os pais podem auxiliar os profissionais de Educação para que seus filhos tenham uma vida estudantil que garanta um futuro excelente no mercado? “O mercado de trabalho, a cada dia mais exigente, busca o diferente, o destaque. O maior incentivo por parte dos pais é o compromisso e o comprometimento com a formação dos filhos. Temos que saber o que acontece nas escolas, qual a postura dos nossos filhos na escola, o que está sendo ensinado e como está sendo”, analisa.

BULLYING

              Sobre o “bullying” – uma realidade que a escola enfrenta constantemente –, Mary diz, em sua opinião, o que falta para alguém que faz uso da prática. “Compreender verdadeiramente o que é o ‘Amor’ e que o seu ‘Limite’ termina onde começa o do outro. Não podemos aceitar que os nossos jovens achem graça quando assistem a um vídeo onde outros jovens queimam um índio, uma empregada ou quem quer que seja. Cabe à família, à escola, à sociedade trazer à tona as consequências causadas por cada atitude nossa; cada atitude gera uma consequência e, quem agiu, tem que assumir as responsabilidades. Dizer ‘não’ significa amar, educar, fazer com que seu filho assuma os próprios erros também. Não é fácil, eu sei, mais temos que fazer. É maravilhoso quando deitamos a cabeça no travesseiro (como mãe) e podemos dormir tranquilas por termos gerado, criado e educado alguém do bem”, adverte.

           A professora deixa um recado para a garotada. “Como seria maravilhoso se vocês pudessem se ver daqui a dez, vinte anos. Como isso não é possível, então plante hoje; na escola, na família, na sociedade ‘frutos bons’, pois somente vocês irão colher o que eles produzirem”, orienta Mary Lucy.

Foto: Arquivo pessoal de Mary Lucy Pereira da Fonseca

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