O Brasil está na mira mundial. Em junho o
país sediará a Copa do Mundo e, como
se já não bastassem os acontecimentos que chamam a atenção de outros países
para cá, como inclusive as manifestações constantes seguidas de vandalismo,
está chegando a vez do Esporte. Considerado um país que tem “o samba no pé” e
um celeiro de jogadores de futebol de peso, chegou a hora da vitória.
Independente do resultado final do campeonato – se será favorável ou não para o
Brasil – só em o país receber um evento de tal porte já representa grande
vitória. Contudo, há uma preocupação principal: segurança. Qual será a
expectativa dos cariocas para sediar jogos no Maracanã e para receber turistas do mundo inteiro? O Rio de Janeiro
está preparado?
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), a violência
aumentou no estado do Rio em 2013, se comparado com o ano anterior, conforme
divulgado na imprensa na semana passada. Os roubos de veículos aumentaram
27,09%, de 22.064 para 28.043. Os roubos a estabelecimentos comerciais tiveram
aumento de 32,9%, passando de 5.213 casos para 6.929. Os roubos de celulares
cresceram 25,56%, indo de 4.362 em 2012 para 5.477 em 2013. Os roubos de
veículos aumentaram 27,09%, de 22.064 para 28.043. Os casos de roubos a
residências aumentaram 12,94%, com um total de 1.92 registros no ano passado.
Independente dessas porcentagens, a Copa do Mundo vem aí. Além disso, tem
fatores como obras concluídas, transporte, superlotação de pessoas de ponta a
ponta da cidade, e a população se pronuncia.
A jornalista Tais
Faccioli, 37 anos, moradora do bairro da Tijuca, fala sobre sua expectativa. “Em primeiro lugar, é que as
obras nos estádios sejam concluídas a tempo e que toda a parte de
infraestrutura esteja perfeita para que o Brasil possa oferecer ao mundo um
evento, ao menos, digno. E que nossa seleção conquiste o hexa campeonato em
casa”, comenta. “Fora dos campos, espero que o dinheiro gasto com esta festa
deixe legados para as cidades-sede. Não só para atletas, como para os cidadãos
em geral. Aqui no Rio, por exemplo, foi muito triste assistir à tentativa do
governo estadual de demolir uma escola pública de referência e um parque
aquático para dar lugar a um estacionamento no entorno do Maracanã. Ação que
foi descartada após uma grande mobilização popular”, informa.
O acúmulo de pessoas na cidade também preocupa a
jornalista. “Apesar dos investimentos feitos nos últimos anos, o Rio de Janeiro
não tem infraestrutura no setor de transportes para garantir qualidade no
deslocamento dos moradores, das delegações e das pessoas que visitarão a cidade
no período da competição. Acho que a cidade só não vai ficar um caos porque as
escolas estarão em recesso e será decretado ponto facultativo nos dias dos
principais jogos”, destaca Taís.
Quem passa pelo
Rio também se preocupa
O ator paulista Vicentini Gomez, 57 anos, e sucesso como o “Delegado Cavalcante” na
novela “Jóia Rara” da TV Globo que, no momento passa boa parte de seu tempo no
Rio de Janeiro devido às gravações, evidencia que todo
projeto dessa natureza demanda organização, reestruturação urbanística e
logística. “Oportunidade para o Rio de Janeiro, que é uma cidade privilegiada
pela natureza ganhar status de cidade organizada e um dos pontos turísticos
mais atrativos do mundo”, sugere.
Residindo no momento no bairro de Jacarepaguá, Gomez se preocupa com a
estrutura do Rio em diversos setores de prestação de serviços. “Todo evento
esportivo de grande porte também exige uma mega estrutura para organizar o
transito, pessoas, rede hoteleira e demais itens necessários ao evento. Gente
consumindo e trazendo lucros e benefícios ao Rio. Se se organizar decentemente
poderá servir de exemplo, se não, será motivo para piada e chacota”, analisa.
Ele concorda com a jornalista Taís no quesito obras concluídas. “Espero que
todas as obras sejam finalizadas e tenha uma cidade segura, limpa e atrativa
para os turistas e esportistas”, aguarda como ponto favorável ao evento.
Preocupação social
da cidade do Rio
Representando o desejo de todos os brasileiros, o
ator Lino Corrêa, 52 anos, residente
no bairro Flamengo, pensa na vitória
final e social da cidade. “Que a nossa seleção
brasileira seja Campeã, mas que os nossos governantes possam destinar verbas
semelhantes para a saúde, a educação e a cultura do nosso povo;
que a distribuição de renda seja mais justa para ganharmos a Copa do nosso dia
a dia”, grifa.
Ele ressalta a situação
atual do município. “Creio que a Cidade Maravilhosa precisa ter mais estrutura
para receber os turistas, mas acredito que as melhoras vão acontecer. Espero
que elas permaneçam. Nesse clima de
insegurança que vivemos há sempre certa preocupação com multidões”, observa.
Sergipano nascido na cidade
de Lagarto, Corrêa veio morar no Rio de Janeiro em
1982 para fazer um curso de especialização em Periodontia
na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, logo depois em que se formou em
Odontologia na Universidade Federal de Sergipe (UFS), e, segundo ele, foi
adotando a Cidade Maravilhosa aos poucos. “Me apaixonei pelo Teatro e o
Jornalismo, que hoje são as profissões mais presentes na minha vida. Hoje me
considero um carioca de alma e um lagartense de genética, ou melhor
dizendo, um ‘lagartoca’, pois moro no Rio há 32 anos”, conta.
Pedido aos Governantes
Aproveitando o ensejo, a
jornalista Tais
Faccioli faz um pedido aos govervantes. “Eu pediria aos governantes que montem
um esquema inteligente e eficaz de trânsito e que atentem para a questão da
segurança na cidade”, solicita.Da mesma forma, o ator Vicentini Gomez dá o seu
recado para os parlamentares. “Mais humanidade e preparo das autoridades e
segurança para não só o turista, mas o povo em geral”, diz. Já o ator Lino Corrêa destaca também a segurança.
“Que proporcionem maior segurança a todos nesse
período”, prioriza.
Rio de Janeiro
pós-Copa do Mundo
Com tantas expectativas, temores e esperanças, o
carioca e quem se naturalizou como tal, consegue visualizar um Rio de Janeiro pós-Copa
do Mundo. “Espero que as melhorias
continuem sem cessar para essa cidade cenário que é uma vitrine
turística e cultural para o mundo”, torce Lino Corrêa. Ator e diretor, além de
grandes experiências no cinema e no teatro, Vicentini Gomez conhece bem
História, Geografia e Turismo pelas pesquisas que faz constantemente. Logo,
apresenta sua visão. “Se as autoridades souberem capitalizar os eventos
Copa e Olimpíadas, teremos uma das mais belas cidades do mundo”, enaltece o Rio
de Janeiro. Taís Faccioli, que conhece bem a cidade e seus problemas, não acredita vir grandes mudanças. “Não imagino que vá mudar muita coisa no Rio de Janeiro após a Copa do Mundo. Mas, ficaria muito feliz se, a reboque do evento, viessem a modernização e a melhora na qualidade dos transportes públicos. De concreto, imagino que o evento vá fortalecer o setor de turismo na cidade”, finaliza a jornalista.
Fotos: Divulgação
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