Quando
a coisa tem que ser, não tem explicação... Ainda mais quando se trata de
inspiração. Um exemplo dessa afirmativa é o Professor Thiago Buriche, 29 anos,
residente no município de Itaboraí, no Rio de Janeiro. Desde pequeno seu desejo
era tocar instrumentos musicais. Como a família tinha poucos recursos, não teve
condições de realizar o sonho do menino. Logo que chegou à juventude e se
deparou com o mundo das escolhas, pensou em trabalhar com música, de alguma
forma. Daí, a partir de alguns rascunhos, a vida lhe apresentou um novo
caminho. “Comecei a escrever com o intento de ser letrista de músicas e
a relação com a poesia acabou se tornando cada vez mais profunda”, relata.
Não
teve jeito, o rapaz se tornou escritor. “Tive a felicidade de inspirar-me na
poesia tecnicamente perfeita, com sílabas contadas e rimas bem dispostas. E eu
ouvia muitas músicas, porém o pop internacional da época; passei, então, a
ouvir os grandes compositores nacionais que a coleção de CD's dos meus pais
dispunha e a ler os grandes escritores ditos universais”, explicou.
Com
habilidade incrível com as palavras, Thiago, depois de galgar sua estrada e
adquirir algumas experiências, atua como Professor da Oficina de Poesia da Casa
do Artista de Itaboraí e como Terapeuta Holístico. É, o menino sonhador cresceu
e, dono de um talento impressionante, vive do que sempre sonhou fazer na
verdade: ter intimidade com letras que, juntas, se transformam em textos
reflexivos, ou seja, o real serviço que a boa música nos presta. Coisas da
vida.
Acompanhe
o bate papo do jovem escritor com o CULTURA VIVA:
CULTURA VIVA: A que mais alega sua
inspiração, além do talento? Tem mais alguém assim na família?
THIAGO BURICHE: Meus pais são muito talentosos em trabalhos
manuais, muito inteligentes e criativos, apesar de pouco terem trabalhado no
campo artístico, além de escreverem muito bem, desenharem muito bem e
lerem bastante.
C.V.: Ao escrever um poema, estipula
critérios? Segue uma linha específica?
T.B.: Geralmente, escrevo poemas de acordo com o que
sinto intimamente, mas já percebo hoje em dia a necessidade de, nos textos,
experimentar personagens, ambientes, contextos diferentes dos
meus.
C.V.: Tem livros publicados ou pretende
publicar?
T.B.: Tenho
um livro registrado, mas ainda não sinto o momento dele ser publicado. Sinto-me
inclinado neste período a participar de concursos literários e oficinas de
poesia.
C.V.: Assim como você, na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro existem muitos jovens talentosos para arte e
cultura. Em sua opinião há incentivo?
T.B.: Há
editais, há concursos, há até o respeito pela profissão escritor, mas o maior
apoio a um escritor é o leitor, e nosso país ainda lê pouco, não se
interessando ou desconhecendo a cultura e
bem-estar proporcionados por um livro, seja impresso, seja
digital.
C.V.: Na escola quais eram suas disciplinas
favoritas?
T.B.: Por
mais irônico que seja, Português e Matemática. Português porque adorava
conjugar verbos; Matemática por gostar de cálculos, resolver problemas, a
dinâmica exata, etc.
C.V.: O que mentaliza para seu futuro em
termos literários? Quais principais vôos pretende alçar?
T.B.: Tenho
esboços de livros, conjuntos poéticos e a música
ainda me toca fortemente, inclusive como compositor. Como
escrevo há cerca de doze anos, tenho muito material a ser
organizado.
C.V.:
Qual a frase que marca toda sua trajetória de vida?
T.B.: "A mais
premente necessidade do ser humano era tornar-se um ser humano", de
Clarice Lispector no livro Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres. Mostra
toda a necessidade do ser humano descobrir-se a si mesmo, desvendar o que
possui intimamente.
C.V.: Que recado você deixa para jovens
talentosos como você que, infelizmente, não conseguiram ainda uma oportunidade
para expor seus trabalhos?
T.B.:
Que continuem a produzir, criar, que pesquisem e consumam obras
artísticas de qualidade, inspirem-se nos grandes autores - e as oportunidades
são dos assuntos mais subjetivos do mundo. Prefiro crer que as coisas acontecem
na hora correta do que simplesmente no acaso como obra de tudo: façamos a
nossa parte, inclusive lutando pelos nossos direitos e possibilidades, pois os
temos mais hoje do que antigamente.
C.V.: Quais seus contatos para quem desejar
te contratar para eventos ligados à poesia e obras literárias?
Fotos:
Arquivo pessoal de Thiago Buriche
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