Contando pedras

18 julho 2018 |



Pedras dali, vem outra daqui... Nem sei de onde mais. Apenas sei que me atingem, ferem, deixam marcas. Por vezes, cicatrizes ficam e, a cada vez que olho, lembro-me dos embates, dos sofrimentos, das humilhações.

Dizem que, se eu juntar todas essas pedras, poderei construir um castelo. Mas, será que esse tal castelo me causaria que impressão se eu sei que cada um de seus componentes veio com ódio e repulsa?

Se eu montasse o castelo com tais pedras seria apenas para olhar para ele e me orgulhar de que, enquanto me atiravam e me afrontavam, eu estava ocupado construindo, trabalhando, movimentando... Pouco parava e perdia tempo com opositores... Minha ocupação era maior... Meu foco era outro.

Morar naquele castelo não. Mas, deixá-lo como troféu... Conquista de grandes enfrentamentos.

Mereço um castelo de ouro, bronze, pedras preciosas... Mereço riquezas, embora não me importe tanto com isso.

Seja num castelo, seja numa casinha simples... Só prezo por algo crucial... Ser e estar feliz.

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