Com entrada franca e cerca de 2000 frequentadores por edição, evento se
muda para o CATETE, ocupando o Instituto de Arquitetos do Brasil com raridades,
lançamentos musicais e exibição de filmes. Cantoras ícones da música brasileira
receberão em mãos o Troféu Feira do Vinil do Rio
A Feira de Vinil do
Rio de Janeiro chega à sua 21º edição, no dia 28 de abril, domingo, desta vez
estreando em um novo espaço: o Instituto de Arquitetos do Brasil, no Catete.
Comemorando 10 anos desde sua primeira realização, a feira decide empunhar,
neste ano, a bandeira da resistência cultural frente à crise política,
econômica e moral pela qual atravessa nosso país: “estamos nos deparando com uma grave
situação econômica vivida pelo Brasil atualmente, e mais aguda, no caso do Rio
de Janeiro; uma das primeiras áreas atingidas é a Cultura, infelizmente vista
como supérflua, seja em suas manifestações artísticas, seja em sua cadeia
produtiva , representada por lojas, centros culturais, produtoras, e etc.”, afirma Marcello Maldonado, produtor
executivo da Feira, que conclama lojistas, profissionais de Cultura
e o grande público para se juntarem neste grande grito de resistência.
Durante o dia, as cantoras Dóris Monteiro e Leny Andrade vão receber o
Troféu Feira de Vinil do Rio de Janeiro, já entregue, ao longo das últimas
edições, a João Donato, ao grupo Azymuth, a Marcos Valle, ao compositor e
arranjador Arthur Verocai, ao cantor e compositor Carlos Dafé e ao sambista
Wilson das Neves. Marcello MBGroove, produtor artístico da Feira do Vinil do
Rio, ressalta a importância da escolha: “até hoje não havíamos
homenageado mulheres... neste momento de importante reforço na questão do
empoderamento feminino, nestes tempos onde a mulher tem sido alvo de situações
extremas, convidamos essas duas divas do Sambalanço e MPB, mulheres
que representam muito do que foi prensado em vinil no país nas décadas de
60 e 70 e são ícones, mulheres à frente do seu tempo, artistas de extremo
talento e que merecem nossa reverência”.
Produzida por Marcello Maldonado e pelo produtor artístico Marcello
MBGroove (coletivo Vinil É Arte), a feira tem entrada franca mediante
a entrega simbólica de 1 kg de alimento, a ser entregue à Sociedade Viva
Cazuza. Ao longo do dia, vários DJs
apresentarão seus sets em vinil, especialistas nos mais variados estilos; MPB,
Black Music, Rock, Eletronic. Cerca de 60 expositores de todo o
Brasil estarão presentes com discos e CDs. Do Rio, participarão, dentre outros,
a Tropicália Discos e a Arquivo Musical, além da Livraria Baratos da Ribeiro e
da Satisfaction. Os paulistas serão representados pelo Beco do Disco, Casa da Mia, Mega Hard, Mafer Discos e Vinil SP, só para
citar algumas. A feira terá também estandes de venda de CDs, equipamentos de
áudio, marcas de roupas e acessórios com esta temática.
Pela primeira vez em seus 10 anos o evento vai promover sessões
gratuitas de filmes que transitam no universo musical. Das 12h às 14h, o
público que estiver no evento poderá assistir, no auditório do IAB, os vídeos
“Duelo de Titãs” (sobre a Furacão 2000), do diretor Cavi, “The Big Boy Show”
(sobre o lendário DJ e apresentador Big Boy), dos cineastas Leandro Petersen e
Cláudio Dager, e “Um dia com os Blacks que ainda existem”, de Marcio
Grafifti.Depois, haverá um bate-papo com os cineastas.
DÓRIS MONTEIRO
A voz suave de Dóris Monteiro foi descoberta bem cedo, aos 14 anos, na
Rádio Nacional. Sem apoio dos pais, ela teve que ir escondida ao programa
‘Papel Carbono’. O sucesso foi tanto que ela ganhou o prêmio de melhor
cantora do dia. Dali para frente, foram inúmeros convites para os mais diversos
programas de calouro. Influenciada por Lucio Alves e Dick Farney e menina pobre
de Copacabana, pedia ao gerente de uma loja de discos para tocar os sucessos
dos seus grandes ídolos. Sem nunca ter visto uma câmera na vida, aventurou-se
no cinema e foi premiada como melhor atriz em 1953 pela atuação no filme
‘Agulha no palheiro’. A voz de Dóris Monteiro conquistou o país e a canção
‘Mudando de conversa’ ficou mais de cinco meses nas paradas de sucesso, sendo
recordista de vendas. Aos 80 anos, Dóris Monteiro pode ser considerada uma das
grandes vozes da música brasileira. O tom doce e a harmonia com as letras fazem
dela uma artista capaz de encantar a todos, não importando a idade.
LENY ANDRADE
Diva do jazz, uma das maiores intérpretes brasileiras, a
carioca Leny Andrade viveu boa parte de sua trajetória artística
no México, Estados Unidos e Europa. Começou a carreira cantando em boates, morou cinco anos no México e passou boa parte da vida morando
nos Estados Unidos e Europa. Participou de programas de calouros
em rádios e
ganhou uma bolsa de
estudos para o Conservatório Brasileiro de Música. Estreou
profissionalmente como crooner da orquestra de Permínio
Gonçalves passando mais tarde a cantar nas boates Bacará (com
o trio de Sérgio Mendes)
e Bottle's Bar, no Beco das garrafas,
reduto de boêmios e músicos do movimento musical urbano carioca surgido
em 1957, a bossa nova. Em 1965 alcançou grande sucesso com o
espetáculo Gemini V atuando
com Pery Ribeiro e
o Bossa Três na boate Porão 73, lançado um disco
gravado ao vivo. Leny, por muitos considerada a maior cantora
brasileira de jazz. Aos
75 anos, seis décadas de carreira, com 35 discos lançados e incontáveis
sucessos, mantém-se em plena atividade, fazendo shows e encantando as plateias
que têm o privilégio de assisti-la.
21° Feira de Discos de Vinil do Rio de Janeiro
Dia: 28 de abril, domingo
Horário: 11h às 19h
Local: IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil
Endereço: Beco do Pinheiro, 10 - Flamengo, Rio de
Janeiro
Entrada: 1 kg de alimento não perecível
Classificação: livre
Informações: 21-98181-9733
Fotos: Divulgação
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