Um
compositor que, com o passar do tempo, amadureceu e, como evolução na carreira,
traz um presente para o seu público neste início de ano. Depois de 38 anos como
compositor e vocalista da Banda Nenhum de Nós, Thedy Corrêa lança
sua carreira solo. Algo promissor, seus admirados aguardam, ansiosamente, pelo show
a ser realizado no Blue Note Rio no dia 13 de fevereiro, às
20h.
Ninguém
vai perder esse momento histórico, não é mesmo?
Hoje,
Thedy conversou com o CULTURA VIVA sobre a carreira e este
momento célebre em sua vida.
Acompanhe!
CULTURA
VIVA: Ser multi-instrumentista é coisa de família ou você é o primeiro que
seguiu o caminho das artes?
THEDY
CORRÊA: A minha família
tinha um envolvimento bastante grande com música, mas ninguém era profissional,
apesar do meu pai, com 16 anos, ter sido “disc-jóquei”, trabalhava em rádio,
não tocava nenhum instrumento. Meu avô tocava acordeon, mas, também, não era
profissional. Então, o ambiente era muito musical, muito estimulante e, eu,
acabei ganhando de presente de aniversário do meu pai, um violão, que eu pedi e
ele, querendo, realmente, que eu tocasse alguma coisa, me deu as aulas,
estimulou a começar a tocar um instrumento. Depois, fui caindo para o baixo,
guitarra e, hoje, também, estou aprendendo piano.
C.V.: A
Banda Nenhum de Nós é uma referência na música brasileira. Como manter este
prestígio depois de tantos anos de carreira?
T.C:
A gente trabalha muito
sério, desde o início, sempre focado em abastecer o nosso público com um
trabalho consistente. Acho que isso fez com que a gente conquistasse um público
fiel porque, lá no início, como a gente estourou muito em 1988, 1989, 1990, a
parada de sucesso te ilude, não te dá um público fiel. Só o trabalho contínuo,
sério, consistente é o que faz com que tenha um público que é o que nos faz se
ver em atividade até hoje.
C.V.: Se
comparado com o sucesso estrondoso da banda nos Anos 90 e, hoje, frente às
dificuldades que a classe artística vem sofrendo, como avalia a trajetória de
vocês?
T.C:
Olhando em perspectiva
o trabalho do Nenhum de Nós, eu tenho muito orgulho do que a gente fez. São 18
discos lançados, alguns ao vivo, mas a maioria de estúdio com muito trabalho de
composição, muito trabalho de arranjo, muita busca de sonoridade... Eu diria
que nós temos uma trajetória bem digna.
C.V.: Ser
compositor de uma banda por 38 anos não é fácil, mas prossegue com
sucesso. Atualmente, atua na carreira solo, em paralelo com a agenda da
banda. Que novidade o público pode aguardar dessa nova fase?
T.C:
A minha carreira solo é
um novo momento, para mim, uma nova fase da vida, onde eu trabalho mais a
questão da voz. A banda acaba exercendo uma pressão muito grande nos shows ao
vivo, muitos instrumentos, muita frequência e eu busquei, agora, com este
trabalho mais acústico, colocar em primeiro plano a voz, a letra e é um
trabalho onde eu conto a minha história. Eu trago as minhas canções e também
algumas canções de outros artistas que são uma referência importante, para mim,
para o compositor e o artista que eu me tornei. Então, é um show que eu tenho
feito da carreira solo que começa agora, mas que tem coisas de outros artistas
e é um show bastante divertido, posso dizer, porque eu conto algumas histórias,
gosto de me comunicar bastante com o público, e isso é muito legal!
C.V.: Seu
novo single "A mesma língua" tem a participação do Frejat. Como
foi esta experiência?
T.C:
Quando eu escrevi “A
mesma língua”, com o Estevão Camargo, que ele pegou um poema meu e transformou
nesta música, o trabalho de guitarras que ele tinha feito, me remeteu direto ao
Barão Vermelho, do primeiro e do segundo disco, um rife que me fez
lembrar e, na hora, eu pensei em convidar o Frejat. Mandei essa música para ele
e, na hora, topou! Gostou da música, colocou uns solos de guitarra numa versão
mais rock, e ele é um cara muito generoso! Para mim, ter o Frejat nesse
lançamento da minha carreira solo é muito mais do que um honra, é um
privilégio!
C.V.: Como
tem sido a receptividade do público com seu trabalho solo?
T.C:
Estou apenas começando
com este projeto solo. Esse show que vou fazer no Blue Note, no Rio, coloco
como sendo um pontapé inicial dessa carreira solo. O público que já acompanha o
meu trabalho tem recebido com simpatia porque são questões e têm abordagens bem
distintas, no Bue Note é uma coisa mais intimista, a gente pode (quase)
conversar com o público, é uma troca bem grande em termos de música, de
interação... Vou contar com a participação do Sasha Amback, que é um amigo de
longa data, produziu os discos do “Nenhum”, fez um disco comigo chamado “Loopcinio”
sobre a carreira do Lupicínio Rodrigues, então, o público que acompanha o
meu trabalho está super feliz porque vai ter uma outra versão minha disponível
e mais próxima.
C.V.: Embora
apresente canções novas, o público pede para entoar os hits do Nenhum de Nós?
Quais, por exemplo?
T.C:
Com certeza porque não
tem como dissociar o meu trabalho de compositor, onde eu, no trabalho do Nenhum
de Nós, tenho cerca de noventa por cento da minha contribuição, como compositor,
então, não tem como separar uma coisa da outra. Eles pedem para cantar “Camila”,
“Astronauta de Mármore”, “Sobre o tempo”, “Amanhã ou depois”, Você vai lembrar
de mim” e estas canções, com certeza, estarão no Blue Note.
C.V.: Este
ano de 2025 começa com novidade em sua carreira, a partir de um show solo.
Reserva algo mais para os seus fãs ainda neste ano?
T.C:
A minha ideia é lançar
um álbum dessa carreira solo, com algumas colaborações, algumas participações
de pessoas que eu admiro bastante, que já conversei para ter essa colaboração.
Eu creio que, lá para o meio do ano, a gente deve ter mais uma ou duas músicas
dessa carreira solo e, em breve, daí, o disco.
“THEDY
CORRÊA – A MESMA LINGUA”
(Lançamentos
do single e da carreira solo do vocalista do NENHUM DE NÓS)
Blue
Note Rio – 13 de Fevereiro, quinta-feira, às 20:00 (acesso a partir das
19h)
Avenida
Atlântica, 1910 - Fone – 21 – 96775 2100
Ingressos
: www.eventim.com.br
Foto:
Flávio Charchar