Entender a situação de outra pessoa pode ser muito difícil, dependendo da circunstância. Parar, dar atenção e acreditar piamente em suas palavras requer um grande exercício de aceitação, compreensão e humildade. Por diversos motivos, é natural, neste mundo globalizado, complicado e agilizado aos extremos, estar muito envolvido com seu próprio mundo. Reservar, nesta turbulência, tempo e espaço para ouvir e avaliar mais problemas de outras pessoas, significa deixar seus preciosos afazeres de lado e perder muito, quando poderia estar produzindo.
Uma tamanha desculpa dos dias atuais é dizer “estou tão ocupado que não tenho tempo”. Ao invés de se envolver com as situações que o cercam, o indivíduo acaba de enrolando. Quer participar de tudo, sem perder nenhum detalhe e acaba se achando um “super-herói” cego em meio ao tiroteio. Perde-se nas decisões, enjaula-se em questões que não procurou, geralmente, mas vieram como conseqüência da falta de organização. Se houver uma programação das tarefas, passo-a-passo vivenciando, experimentando, resistindo e cedendo quando for preciso, resultados favoráveis começam a surgir. Por que correr tanto se o tempo e o relógio ainda são os mesmos e você foi quem se desencontrou no meio do caminho?
Arrumar tempo para dar cabo a dificuldades, todo mundo o faz; agora conquistar instantes para dar conta do que é fundamental, poucos conseguem. E pode reparar, esses poucos são mais saudáveis, felizes, satisfeitos, compassivos. Descobriram a fórmula do bem-estar. Entenderam que não vale a pena correr tanto sem respirar, afinal de contar sem respiração não dá para prosseguir...
O momento de prestar solidariedade e companheirismo enobrece o homem, o torna mais humano, realizado, pleno. Olhar para alguém e entender o que seu semblante está dizendo deveria ser uma preocupação de todos porque, muitas vezes, àquela pessoa sofre com problemas terríveis, que as soluções jamais estão ao seu alcance. Quem sabe, pelo menos, uma solução dessas pode estar com você, nas suas mãos, no seu coração, na sua mente ou na sua história de vida? Mas, para ter esta resposta, é necessário fazer um certo esforço, desejar ver o outro bem e jamais discriminá-lo, maltratá-lo. Aceitar as pessoas como são é um dom maravilhoso, privilégio de cidadãos conscientes de que onde termina seu território, começa o de outro, que merece respeito e consideração. Como pode alguém invadir a terra do vizinho, fazendo uso de um discurso carregado de preconceito e juízos de valor, se nunca perdoaria uma invasão naquilo que lhe pertence? Colocar-se no lugar dos outros faz a pessoa ter um outro posicionamento diante dos casos da vida real.
Ler pessoas é buscar entender o porquê atuam daquela forma específica. É ouvir os desabafos, servir de lenço para secar as lágrimas, aconselhar quando for solicitado, indicar saídas no labirinto e perceber as intenções porque perigam ser boas ou más. Ao fazer uma leitura da humanidade, dos políticos e das organizações é possível encontrar respostas para os acontecimentos da atualidade. Portanto, leia, constantemente, leia.
LER PESSOAS
04 novembro 2010 Postado por JORNAL CULTURA VIVA por Edson Soares às 21:22 | Marcadores: Edson Soares
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1 comentários:
"Ler pessoas", gostei!!! Precisamos sempre de reflexões como essas!!!
Continue nos edificando com suas lindas mensagens!!!
Parabéns!!!
Um abraço!!!
Flávia Hipolito
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