Isser Korik dirige a peça
do premiado dramaturgo inglês David Hare
Dois atores – Tania Khalill e André Garolli–
representam cinco personagens cada um, que interagem entre si, movimentando expectativas,
sedução e desencontros entre homens e mulheres de classes, profissões e estilos
diferentes. Essa é a trama do espetáculo “Dez Encontros”, que reestreia dia 17
de fevereiro no Teatro Folha, com temporada a preços populares.
A narrativa revela uma universal teia de
relações. O enredo apresenta recortes de dez encontros, a partir do
envolvimento de uma garota com um motorista de táxi. A cada cena um personagem
permanece, enquanto o segundo ator volta com outro personagem, formando assim
uma ciranda de encontros que fecha o ciclo, retornando à personagem inicial:
Primeiro Encontro – A Garota e o Taxista
Segundo Encontro – O Taxista e a Doméstica
Terceiro Encontro – A Doméstica e o Estudante
Quarto Encontro – O Estudante e a Mulher Casada
Quinto Encontro – A Mulher Casada e o Político
Sexto Encontro – O Político e a Modelo
Sétimo Encontro – A Modelo e o Autor
Oitavo Encontro – O Autor e a Atriz
Nono encontro – A Atriz e o Magnata
Décimo Encontro – O Magnata e a Garota
O texto “Reigen” foi escrito pelo austríaco
Arthur Schnitzler (1862–1931) no final do século 19 e, mesmo considerado pelo
próprio autor como “completamente impublicável”, foi distribuído para ser lido
entre amigos em 1900.
A estreia do espetáculo foi proibida pela
polícia de Viena, em 1921, e os atores da primeira produção berlinense, no
mesmo ano, tiveram de enfrentar um julgamento sob acusação de obscenidade.
Em 1950 Max Ophuls (1902–1957) realizou o
filme “La Ronde”, adaptado desse texto, estrelado por Gerard Philipe, Danielle
Darrieux, Jean-Louis Barrault e Simone Signoret, entre outros, com grande
sucesso.
“The Blue Room” é uma adaptação escrita pelo
inglês David Hare feita para ser encenada por apenas dois atores representando
todos os papéis. A tradução e a direção dessa montagem no Brasil é de Isser
Korik.
“O texto traz uma infinidade de emoções ligadas
às possibilidades sentimentais entre homens e mulheres. David Hare fez um
trabalho exemplar ao trazer os personagens de Schnitzler para o universo urbano
contemporâneo, tratando os encontros de uma forma mais sintética e profunda que
o texto original”, explica Isser. “Para os atores é uma riquíssima oportunidade
de trabalhar a composição de cinco personagens diferentes, sem cair em
caricaturas ou estereótipos”.
Esta é a terceira temporada do espetáculo,
que teve estreia nacional em Campinas, no Teatro Amil, e cumpriu temporada no
Teatro Folha em janeiro de 2015.
HISTÓRIA
Em 1998 a atriz Nicole Kidman causou enorme
sensação na Broadway. Ela se apresentou toda nua por alguns meros segundos, em uma
breve cena da peça “The Blue Room”.
Extremamente elogiada pela crítica, os
ingressos da peça se esgotaram rapidamente e as filas dobravam a esquina. Desde
então, Nicole Kidman se firmou como excelente atriz, bem-sucedida em papéis
exigentes do cinema.
Há dez anos a peça teve sua primeira montagem
no Brasil, com Christiane Torloni e Murilo Rosa.
SOBRE Arthur Schnitzler
Arthur Schnitzler (1862-1931) foi dramaturgo
e novelista. É considerado um dos grandes nomes da literatura vienense,
consagrado por escrever dramas psicológicos. Com formação em medicina e
interesse particular por psiquiatria, é habilidoso na capacidade de evocar o
humor em suas obras, e, em especial, a melancolia. Entre seus principais
trabalhos estão “Reigen” (1897) –origem do espetáculo “Dez Encontros”–, e
“Rhapsody” (1925), também publicado como “Dream Story” e, no Brasil, com o
título de “Breve Romance de Sonho”, que inspirou o longa-metragem “De Olhos Bem
Fechados” (1999), do cineasta Stanley Kubrick (1928-1999), protagonizado por Nicole
Kidman e Tom Cruise.
SOBRE DAVID HARE
David Hare é um dos expoentes da dramaturgia
contemporânea, conhecido no Brasil pelos roteiros premiados dos filmes “O
Leitor” e “As Horas”. As obras desse dramaturgo são um retrato de seu
temperamento dividido, de seu espírito romântico e rebelde, em permanente
confronto, que proporciona um quadro definitivo das convulsões ocorridas na
sociedade do último século. “The Blue Room” foi montado em diversos países e representa
um dos mais importantes trabalhos de Hare como autor de teatro. Entre vários
prêmios ao longo da sua carreira, o dramaturgo inglês David Hare, conhecido
pelos seus trabalhos marcantes, recebeu em 2011 o prêmio PEN/Pinter. Esse
prêmio literário distingue escritores ingleses –ou escritores que sejam
residentes na Grã-Bretanha–, com trabalhos que "definam a verdade das
nossas vidas e das nossas sociedades", nas palavras de Pinter.
SOBRE ISSER KORIK
Diretor, ator, produtor, tradutor
e dramaturgo, coleciona trabalhos marcantes como comediante em quase 30 anos de
carreira. Entre eles, “Vacalhau & Binho”, de Zé Fidélis,
que permaneceu oito anos em cartaz; “O Dia que Raptaram o Papa”, de João
Bethencourt; e, recentemente, “E o Vento não Levou”, de Ron Hutchinson, e
“Toda Donzela Tem um Pai que é uma Fera”, de Gláucio Gill. Como diretor se
destaca na comédia e no humor. Concebeu “Nunca se Sábado...”, apresentado por
quatro temporadas sob sua direção-geral, que marcou a cena paulistana. Dirigiu
o sucesso “A Minha Primeira Vez”, de Ken Davenport; a trilogia cômica de Alan
Ayckbourn “Enquanto Isso...”; “O Mala”, de Larry Shue; o projeto “Te Amo, São
Paulo”, que reuniu grandes nomes da dramaturgia paulista; além dos infantis “A
Pequena Sereia”, de Fábio Brandi Torres; “Grandes Pequeninos”, de Jair
Oliveira; “Cinderela”, “O Grande Inimigo” e “Ele é Fogo!”, de sua autoria,
tendo recebido por esse último o Prêmio APCA. É diretor artístico da Conteúdo
Teatral.
SOBRE OS ATORES
Tania Khalill – Atriz com trabalhos em cinema, TV e teatro,
com formação em psicologia e também em balé clássico pelo Ballet Paula Castro.
Começou cedo no teatro. Em 1995 estreou na peça “No Natal A Gente Vem te
Buscar”, com texto de Naum Alves de Souza; depois fez “Curta Comédia” (2003),
de Luís Fernando Veríssimo e direção de Wolf Maya, “O Mala” (2008), de Larry
Shue e direção de Isser Korik, “Grandes Pequeninos – O Show” (2010), de Fábio
Torres com direção de Isser Korik, e “Vamos?” (2010), de Mário Viana com
direção de Otávio Martins.
Sua primeira novela foi “Sabor da Paixão” (2002), da TV Globo. Na TV
atuou em seriados e novelas, como “Galera” (2004), da TV Cultura, “Cobras e
Lagartos” (2006), da TV Globo, “Pé na Jaca” (2006), da TV Globo, “Guerra e Paz”
(2008), série da TV Globo, “Casos e Acasos” (2007), série da TV Globo, e
“Acampamento de Férias 2” (2011), minissérie da TV Globo. Ainda na TV Globo
atuou nas novelas “Senhora do Destino” (2004), ao lado de Suzana Vieira, em
“Caminho das Índias” (2009), em “Fina Estampa” (2011), e também em “Salve
Jorge”, contracenando com Domingos Montagner.
No cinema fez “Área Q” (2011), filme brasileiro-estadunidense que
mistura ficção científica com o gênero paranormal, dirigido por Gerson
Sanginitto. Seu último trabalho foi na novela “Joia Rara” (2013), exibida na TV
Globo, contracenando com José de Abreu.
André
Garolli –
Professor, ator e diretor. Desde 1991 é diretor artístico da Cia. Triptal.
Entre 1992 e 2014, seus principais trabalhos como diretor são “Abajur Lilás”
(2014), de Plínio Marcos; “As Moças” (2014), de Isabel Camara; “Macaco Peludo”
(2012), de Eugene O’Neill; “Dois
Perdidos numa Noite Suja” (2009), de Plínio Marcos; “Longa Viagem de Volta pra Casa” (2007); “Zona
de Guerra” (2006), contemplado com o Prêmio APCA na categoria Melhor
Espetáculo Teatral de 2006; “Rumo a Cardiff” (2003), com três indicações
ao Prêmio Shell de 2006;
e “Luar
sobre o Caribe” (2004) – esses três últimos são baseados em textos de
Eugene O’ Neill e integrantes do projeto “Homens ao Mar”; “O Mata Burro”
(2005), de Fabio Torres, que tem também indicação ao Prêmio Shell de
Teatro de 2005.
Também nesse período de 1992 a 2014, dirigiu quatro
espetáculos infanto-juvenis de Maria Clara Machado. São eles: “O Rapto das
Cebolinhas” (1997), ganhador de três Prêmios Mambembe de
Teatro; “Tribobó
City” (1996), ganhador de dois Prêmios Panamco de Teatro Jovem; “A Menina e o
Vento” (1994), contemplado com dois Prêmios APETESP - Categoria Infantil;
e “A
Bruxinha que era Boa” (1999). Pelo Grupo TAPA, dirigiu “O Tambor e o Anjo”
(2002), de Ana Maria Nunes; “Ciúmes de um Pedestre” (2000), de
Martins Penna; e “Chapetuba Futebol Clube” (1998), texto de Vianinha. Para a Escola
de Arte Dramática (EAD-USP), dirige “Pedreira das Almas” (2004), de Jorge de
Andrade. Entre 2002 e 2003 assiste às direções de Fauzi Arapi para o
espetáculo “Caixa 2” (vencedor de dois Prêmios APCA e um Prêmio
APETESP), e de Bibi Ferreira para “Qualquer gato vira lata tem uma vida sexual mais
sadia do que a nossa”. Dirigiu o episódio “Zona de Guerra” (2007), “A Longa Viagem” (2008),
e quatro capítulos da minissérie “João Miguel” (2004) para o programa “Direções”, da TV Cultura. Também
foi diretor de vídeos institucionais para a Secretária da Cultura e do Emprego,
do Governo de São Paulo.
Como ator, seus principais trabalhos entre 1996 e
2007 são, pelo grupo TAPA – sob direção de Eduardo Tolentino –, os espetáculos “Doze Homens e uma Sentença” (2010), de Reginald
Rose Vestir;
“Credores” (2009) de Strindberg; “Os Nus” (2009), de Pirandello; “Cloaca” (2009), de
Maria Goos; “A
Mandrágora” (2006), de Maquiavel; “Os Executivos” (2005), de Daniel Besse;
“Ivanov”
(1998), de Anton Tchecov; “A Serpente” (2000), de Nelson Rodrigues; “Moço em Estado de
Sítio” (1996), de Oduvaldo Viana Filho; “Vestido de Noiva” (1994), de Nelson
Rodrigues; “Querô”
(1993), de Plínio Marcos; e “Megera Domada” (1993), de William
Shakespeare. Do dramaturgo Juca de Oliveira atua em “Caixa 2” (1992); “Flor do Meu Bem
Querer” (2004); e “Qualquer gato vira lata tem
uma vida sexual mais sadia do que a nossa” (2003), sob a
direção de Fauzi Arap, Naum Alves de Souza e Bibi Ferreira, respectivamente.
Também atuou em “Venus em Visom” (2014), de David Ives com direção de Hector
Babenco; e “Os Exilados” (2012), de James Joyce com direção de Ruy Guerra.
Na televisão destaca-se, junto ao núcleo de
dramaturgia, sua atuação nas minisséries “Lara com Z” (2011), “Cinquentinha” (2010)
e “Na
Forma da Lei” (2010), todas da TV Globo. Também nessa
emissora atuou nas telenovelas “Amor à Vida” (2013) e “Fina Estampa”
(2011). No SBT atuou em “Sangue do meu Sangue” (1996) e “Pérola
Negra” (1999). Garolli também participou do “Senta que lá vem
comédia” (2005), pela TV Cultura.
Como professor atua, desde 1996, ministrando cursos
e oficinas de interpretação para teatro e vídeo na Escola Wolf Maya, no Teatro
Vento Forte, na Oficina Oswald Andrade, no Tuca (PUC), e na Escola Ewerton
de Castro.
Ficha técnica
Autoria: David Hare
Tradução e direção: Isser Korik
Elenco: Tania Khalill e André
Garolli
Cenários e adereços: Gilberto Gawronski
Figurinos: Fábio Namatame
Duração: 90
minutos
Classificação
etária: 16 anos
“Dez Encontros”
Local: Teatro Folha
Estreia: 17 de fevereiro
Temporada: até 31 de março
Apresentações: quarta
e quinta-feira, 21h.
Ingresso: R$ 20,00 (setor único).
*Valores referentes a ingressos inteiros. Meia-entrada disponível em
todas as sessões e setores de acordo com a legislação.
TEATRO
FOLHA
Shopping
Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323 -
Televendas: (11) / 3823 2423 / 3823 2737 / 3823 2323 Site: www.teatrofolha.com.br
Vendas
por telefone e internet/ Capacidade: 305 lugares / Não aceita cheques / Aceita
os cartões de crédito: todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e
Amex / Estudantes e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube
Folha 50% desconto / Horário de funcionamento da bilheteria: de terça a quinta,
das 15h às 21h; sexta, das 15h às 00h; sábado, das 12h às 00h; e domingo, das
12h às 19h / Acesso para cadeirantes / Ar-condicionado / Estacionamento do
Shopping: R$ 14,00 (primeiras duas horas) / Venda de espetáculos para grupos e
escolas: (11) 3104-4885 / 3113-3215 / 97628-4993 / Patrocínio: Folha de
S.Paulo, CSN, Veloce, Brightstar, Nova Chevrolet e Grupo Pro Security.
SOBRE A CONTEÚDO TEATRAL
O grupo empresarial paulista Conteúdo Teatral atua há mais de dez
anos em duas vertentes: gestão de salas de espaços e produção de espetáculos.
Como gestora é responsável pela operação do Teatro Folha, no Shopping Pátio Higienópolis, com direção artística de Isser Korik e direção comercial de Léo Steinbruch, programando
espetáculos para temporada em regime de coprodução. No período de atuação a
empresa soma mais de 2 milhões de espectadores.
Como produtora de espetáculos, viabilizou
dezenas de peças, como “Gata Borralheira”,
“O Grande Inimigo”, “Os Saltimbancos”, “A Pequena Sereia”, “Grandes
Pequeninos”, “Branca de Neve e os Sete Anões”, “A Cigarra e a Formiga”, “Cinderela” e
“Chapeuzinho Vermelho” para as crianças. Para os adultos foram realizadas,
entre outras montagens, “A Minha Primeira
Vez”, “Os Sete Gatinhos”, “O Estrangeiro”, “Senhoras e Senhores”, “O Dia que Raptaram o Papa”, “E o Vento Não Levou”, “Equus” a
trilogia “Enquanto Isso...”, além
de projetos de humor – como “Nunca Se
Sábado...” e “IMPROVISORAMA” – Festival
Nacional de Improvisação Teatral. Em parceria com Moeller e Botelho produziu os
Musicais “Um Violinista no Telhado”, “Todos os Musicais de Chico Buarque em 90
Minutos”, “Nine – Um Musical Felliniano” e “Beatles num Céu de Diamantes”.
Fotos: Bob Souza