A comédia “Michel III – Uma Farsa
à Brasileira” reestreia no Teatro Folha e será apresentada as quartas e
quintas-feiras a partir de 07 de março. Escrita por Fabio Brandi Torres e
dirigida por Marcelo Varzea, a montagem tem como personagem central Michel, um
aspirante ao trono, cansado de viver em segundo plano, que resolve conspirar
para assumir a coroa.
A peça é uma das montagens produzidas pelo projeto
Berçário Teatral e realizou em janeiro deste ano uma bem sucedida temporada no
Teatro dos Arcos, sempre com plateia lotada. O público demonstrou interesse na
sátira política que cria relação entre as personagens de William Shakespeare e
os fatos recentes da política brasileira. O autor Fabio Brandi Torres se
inspirou em “Rei Lear”, “Macbeth”, “Ricardo III”, “Romeu e Julieta”,
“Júlio César”, “Hamlet” e até “Sir Thomas More” (texto inédito em
português), entre outras obras de Shakespeare, para revisitar o período
histórico brasileiro do final do segundo mandato de Lula, passando pelo
processo de impeachment de Dilma Rousseff, até o
momento presente. O título Michel III remete a Michel Temer, o terceiro vice
que se tornou presidente após a redemocratização.
Num ambiente de intrigas e
obscuridades, cada personagem das cenas shakespeareanas tem o seu equivalente
na política brasileira. Nesta sátira, os personagens fazem referência a figuras
protagonistas do jogo político, além de Michel Temer: Lula, Dilma
Rousseff, Marta Suplicy, Marina Silva, Eduardo Cunha, Romero Jucá, Sergio Moro;
empresários como Marcelo Odebrecht e Joesley Batista; e Janaína Paschoal, uma
das autoras do pedido de impeachment.
“Michel
III – Uma Farsa à Brasileira” usa a comédia como instrumento de crítica e
observação do jogo de forças políticas que inclui acordos partidários e seus
respectivos rachas de antigas alianças, políticos que são descartados na briga
pelo poder, povo revoltado e dividido por posições extremistas. Áudios
“vazados”, notícias falsas, memes na internet, delações premiadas, condenações
de governantes, enfim, o que compõe o cenário político. “Foram necessários
quatro meses de pesquisas sobre os fatos históricos para escrever a peça que
fala de ambição e poder, fazendo a relação com os textos de Shakespeare”,
explica Fabio Brandi Torres.
O autor acredita que a peça oferece diferentes
níveis de leitura e compreensão, conforme o interesse na observação do jogo
político e conhecimento da obra de Shakespeare. “Quem não conhece a obra
de Shakespeare e não se atentou para os fatos políticos vai entender a trama
porque a história que é contada trata de um assunto universal. Mas quem
tem referências da dramaturgia e observou os fatos políticos vai perceber mais
detalhes”, diz.
O diretor Marcelo Varzea conta que
se interessou em participar do projeto porque considera importante preservar a
democracia e o poder do voto. “A peça fala de um trono que foi usurpado. Nós,
no nosso país, estamos cada vez mais treinados a desvendar o que há
por trás dos discursos políticos. A peça também favorece este exercício. Faz
rir e, principalmente, faz pensar. Este é meu propósito: insuflar a análise
crítica, sem a presença de heróis”, diz o diretor.
O texto evita tomar partido por um dos lados da
disputa política, fugindo da polarização. Mas expõe os fatos de maneira que o
público possa tirar as suas conclusões. Um dos assuntos tratados é a pedalada
fiscal, que foi a justificativa para o afastamento da ex-presidente Dilma. As
pedaladas foram legalizas dois dias após o impeachment, quando o governo de
Michel Temer sancionou mudanças na lei orçamentária. Este fato está parodiado
no texto de Fabio como a Cavalgada dos Fiscais.
SOBRE O AUTOR
FABIO BRANDI TORRES
Diretor teatral,
dramaturgo e roteirista. Foi vencedor por duas vezes do prêmio de Melhor Autor
do Festival de Teatro Curta/SESI (2000 e 2002) e três vezes indicado como
Melhor Autor ao Prêmio Coca-Cola FEMSA de Teatro Jovem (“A Matéria dos Sonhos”,
2004, “Ciranda das Flores”, 2009 e “Pandolfo Bereba”, 2013). Também foi
indicado ao Prêmio Shell 2005, como Melhor Autor, por “O Mata-Burro”.
Como roteirista, foi colaborador das novelas “Seus
Olhos” (SBT) e “Paixões Proibidas” (BAND/RTP), e da sitcom “#PartiuShopping”
(Multishow). Em 2017, assinou o roteiro do documentário “Inezita”, para a TV
Cultura.
Teve a peça “Um Conto do Rei Arthur” editada ao
vencer o Concurso de Dramaturgia Vladimir Maiakovski e o livro infanto-juvenil
“O Tesouro de Fabergè” publicado em duas edições.
Seus textos já foram apresentados em Portugal,
Espanha, Estados Unidos e Cabo Verde, e encenados por Isser Korik (“Revistando”,
“Grandes Pequeninos” e “A Pequena Sereia”), Iacov Hillel (“Prepare seu Coração”
e “Tutto Nel Mondo è Burla”), Val Pires (“Medida por Medida”), Caco Ciocler
(“Vão Livre”), André Garolli (“Trama da Paixão” e “O Mata-Burro”), William
Gavião (“Respeitável Público?” e “Macbeth”) e Rosi Campos (“Se Casamento Fosse
Bom...”).
SOBRE O DIRETOR
MARCELO VARZEA
Ator carioca formado na CAL, mora em São Paulo
desde 1991, onde tem uma sólida carreira no teatro e se destaca como
protagonista de diversos espetáculos, dirigido pelos maiores nomes de
encenadores brasileiros.
Atuou em musicais de sucesso, como, “Cazuza”,
“Elis”, “Rock in Rio-o Musical” e “O Musical da Bossa Nova”. Protagonizou a
lendária montagem de Gabriel Villela para “A Ópera Do Malandro”, vivendo o
malandro Max Overseas; atuou em séries de TV fechada (HBO, FOX, Multishow,
Netflix e GNT).
Na TV Globo esteve no elenco das obras “A Lei do
Amor”, “Malhação”, “Separação”; “Força de um Desejo”, “Um Só Coração”, “JK”
e “Insensato Coração”. Na mesma emissora, fez participações em “Os
Normais”, “A Diarista”, “Sob Nova Direção”, “Toma Lá, Dá Cá”, “Casos e Acasos“
e “Retrato Falado”, entre outras obras.
No cinema, atuou em “Xingu”, “Boleiros”, “Deus Jr”,
entre outros filmes.
Marcelo também é dramaturgo, preparador de atores e
já dirigiu diversos eventos corporativos. Foi assistente de direção de novelas,
comandou os 3 anos de sucesso do projeto de atores/cantores “Segundas
Intenções”. Dirigiu o musical “ Do Kitsch ao Sublime “, o drama “Aquário com
Peixes”, do premiado Franz Keppler, entre outros espetáculos.
Neste momento está em cartaz com o monólogo
Silêncio.doc no Auditório MuBE, com direção de Marcio Macena.
SOBRE O ELENCO
Marcelo Diaz – atuou em “Cais
ou da Indiferença das Embarcações”, direção de Kiko Marques; “Valéria e os
Pássaros” e “Crepúsculo”, montagens da Velha Cia; “A Porta Secreta”, com
direção de Fabio Ock; “As Feiosas”, de Marilia Toledo (indicado como ator ao
Premio Femsa); e “O Fingidor”, de Samir Yazbec. Mais recentemente atuou em
“Chapeuzinho Vermelho”, dirigido por Eduardo Leão.
Amaziles de Almeida - Cursou o Teatro
Universitário/UFMG, participando de importantes montagens: “Electra”, de
Eurípedes; “Rasga Coração”, de Oduvaldo Vianna Filho; “A Casa de Bernarda
Alba”, de Garcia Lorca; e “Aurora da Minha Vida”, de Naum Alves de Souza. A
partir de 1991, já em São Paulo, trabalhou nas montagens “Ham-Let”,
direção José Celso Martinez Corrêa; “Laços Eternos”, direção de Renato Borghi;
“Verás que Tudo é Mentira”, direção de Marco Antonio Rodrigues; “Quarto 77”,
direção de Roberto Lage; “Side Man”, direção de Zé Henrique de Paula; “Te
Amo São Paulo”, direção de Isser Korik; entre outras peças. Fez vários
curtas-metragens e algumas participações em longas, como, “O Grande
Mentecapto”, de Oswaldo Caldeira; “Alma Corsária”, de Carlos Reichenbach. Na
TV, atuou em “Mandacaru”, com direção de Walter Avancini na extinta TV
Manchete; “Antônio dos Milagres”, na CNT/Gazeta em SP, com direção de Lucas
Bueno; e “Sandy e Junior” na Rede Globo.
Martha Meola – atuou nas
peças “O Cárcere Secreto”, com direção de Francisco Medeiros; “Macunaíma”, “A
Hora e a Vez de Augusto Matraga“, dirigidas por Antunes Filho; “Woyzeck”,
direção de Alexandre Stockler; “Há Vagas Para Moças de Fino Trato”, direção de
Marcelo Lazaratto; “Dorotéia – Farsa Irresponsável”, de Nelson Rodrigues,
direção de Carlos Gomes; Assim É (Se lhe Parece), de Luigi Pirandello, direção
de Marco Antônio Pâmio, entre outras montagens. Atuou em diversas novelas na
TV, entre elas “Verdades Secretas”, de Walcyr Carrasco, e “Tempo de Amar”, de
Alcides Nogueira, ambas na TV Globo. No cinema, trabalhou em “Sonhos
Tropicais”, de André Sturm; “Contra Todos”, de Robson Moreira; “O Cheiro do
Ralo”, de Heitor Dhalia; “O Palhaço”, de Selton Mello; entre outros filmes de
longa e curta-metragem. Também trabalhou em mais de 100 campanhas publicitárias
no Brasil e na América Latina.
Fabiano Medeiros - iniciou
sua carreira em 1991. Em 1997 a convite de Gabriel Villela, integrou o show
"Tambores de Minas", de Milton Nascimento. Atuou em “A Vida é Sonho”
dirigida por Gabriel Villela. Em 1999 ingressou na Armazém Companhia de Teatro
(RJ), uma das mais conceituadas companhias brasileiras, dirigida por Paulo de
Moraes, atuando nos espetáculos “Alice Através do Espelho”, “Da Arte de Subir
em Telhados”, “Pessoas Invisíveis”, “Casca de Noz” e “Toda Nudez Será Castigada”.
Em São Paulo realizou os shows “Tropicália 4.0”; “Clara Luz”; “Tropicália é
preciso!” e “Divino Maravilhoso”. Paralelamente aos shows trabalha também
nos espetáculos musicais “Cazuza – Pro dia nascer feliz, o musical”, “Rita Lee
mora ao lado”, em ambos fazendo o papel de Ney Matogrosso.
Lena Roque - atriz, diretora,
apresentadora e arte educadora formada em Artes Cênicas pela ECA/USP em 1995.
Atua há 32 anos. No teatro fez 22 espetáculos, entre eles, “Domésticas”,
direção de Renata Melo, “Dúvida”, direção de Bruno Barreto, “Freak Show”,
direção de William Pereira ,“Frenesi”, direção de Naum Alves de Souza.
Participou das séries “Axogum” (Canal Brasil), “Psi” (HBO), da novela
“Chiquititas” (SBT) e em dezenas de comerciais e vídeos institucionais. No
cinema, atuou em “Domésticas”, de Fernando Meirelles e Nando Olival; “Quanto
Vale ou é Por Quilo?”, de Sergio Bianchi, entre outros. Escreveu o livro
“Impressões” e quatro peças de teatro: “Alto Falante” ,“Autópsia”
“Impressões”, e “Louca de Amor - Quase Surtada”, adaptação do livro “Confissões
de uma Louca de Amor” de Viviane Pereira.
Michel Waisman - formado pela
Escola de Arte Dramática (EAD/USP). Atuou nas peças “A Máquina Tchekov”, com
direção de Clara Carvalho e Denise Weinberg; “Esplêndidos”, com direção de
Eduardo Tolentino; “Os Sete Gatinhos”, com direção de Nelson Baskerville; “O
Beijo no Asfalto”, com direção de Marco Antônio Brás; “O Despertar da
Primavera”, com direção de Eduardo Tolentino de Araújo. Trabalhou no seriado
“Na Forma da Lei”, da TV Globo; nas séries “3%”, série produzida pela Boutique
Filmes, e “Rio Heroes”, produzida pela Mixer aguardando lançamento.
FICHA TÉCNICA
Texto: Fabio Brandi Torres
Direção: Marcelo Varzea
Elenco: Marcelo Diaz, Amazyles de Almeida, Martha
Meola, Fabiano Medeiros, Lena Roque e Michel Waisman
Assistente de direção: Tadeu Freitas
Direção de movimento: Erica
Rodrigues
Trilha sonora: Andre Ha
Iluminação: Lena Roque
Figurino: Vanessa Wander e Larissa Paulino
Visagismo: Igor
Miranda
“Michel III – Uma Farsa à Brasileira”
Reestreia: 07 de março de 2018
Temporada: 26 de abril de 2018
Apresentações: quartas e
quintas-feiras, às 21h
Ingresso: R$30,00 (setor 2) e R$40,00 (setor 1)
*Valores
referentes a ingressos inteiros. Meia-entrada disponível em todas as sessões e
setores de acordo com a legislação.
Duração: 70 minutos
Classificação
etária: 12 anos
TEATRO FOLHA
Vendas por telefone e
internet/ Capacidade: 305 lugares / Não aceita cheques / Aceita os cartões de
crédito: todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e Amex / Estudantes
e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube Folha 50%
desconto / 50% de desconto para funcionários e clientes do Cartão Renner.
Horário de funcionamento da bilheteria: quarta e quinta, das 15h às 21h; sexta,
das 15h às 21h30; sábado, das 12h às 22h; e domingo, das 12h às 20h / Acesso
para cadeirantes / Ar-condicionado / Estacionamento do Shopping: R$ 14,00
(primeiras duas horas) / Venda de espetáculos para grupos e escolas: (11)
3104-4885, (11) 3101-8589, (11) 97628-4993 / Patrocínio do Teatro Folha: Folha
de S.Paulo, CSN, LG, Privalia, Nova Chevrolet, Wickbold, Owens, Teleperformance
e Grupo Pro Security.
SOBRE A CONTEÚDO
TEATRAL
O grupo empresarial
paulista Conteúdo Teatral atua há mais de quinze anos em duas
vertentes: gestão de salas de espaços e produção de espetáculos. Como gestora é
responsável pela operação do Teatro Folha, no Shopping Pátio
Higienópolis, com direção artística de Isser Korik e direção comercial de Léo
Steinbruch, programando espetáculos para temporada em regime de coprodução. No
período de atuação a empresa soma mais de 2 milhões de espectadores.
Como produtora de espetáculos,
viabilizou dezenas de peças, como “Gata Borralheira”, “O Grande
Inimigo”, “Os Saltimbancos”, “A Pequena Sereia”, “Grandes
Pequeninos”, “Branca de Neve e os Sete Anões”, “A Cigarra e a
Formiga”, “Cinderela” e “Chapeuzinho Vermelho” para as crianças. Para
os adultos foram realizadas, entre outras montagens, “A Minha Primeira Vez”,
“Os Sete Gatinhos”, “O Estrangeiro”, “Senhoras e
Senhores”, “O Dia que Raptaram o Papa”, “E o Vento
Não Levou”, “Equus” a trilogia “Enquanto Isso...”, além de projetos
de humor – como “Nunca Se Sábado...” e “IMPROVISORAMA” – Festival
Nacional de Improvisação Teatral. Em parceria com Moeller e Botelho produziu os
Musicais “Um Violinista no Telhado”, “Todos os Musicais de Chico Buarque em
90 Minutos”, “Nine – Um Musical Felliniano” e “Beatles num Céu de Diamantes”.
Foto: Naava Bassi