E o mundo sertanejo ganha um
multiprofissional. O Locutor de rodeios e apresentador do "Programa Marco Brasil" na CNT e no Canal Rural, Marco Brasil,
48 anos, comanda um programa com seu próprio nome e já atuou em várias
profissões. Iniciou sua carreira como locutor de rodeio aos 30. Antes disso,
foi jogador de futebol, caminhoneiro, policial rodoviário, radialista, dentre
outras profissões. Ao analisar o momento atual da música sertaneja, ele faz uma comparação. “Percebo uma grande mudança, comparando os
meus primeiros trabalhos fonográficos (como por exemplo, o primeiro disco:
"Bailão do Peão" em 1996 - onde fui o pioneiro em CD's de rodeio, com
versos e montarias intercalado às músicas de sucesso da época), com os projetos
de hoje. Naquela época, os grandes sucessos, e o que os amantes da música
sertaneja gostavam de ouvir em meus trabalhos, era Chitãozinho & Xororó,
Leandro & Leonardo, Zezé di Camargo & Luciano, João Paulo &
Daniel, Gian & Giovanni, dentre outros artistas que estavam fazendo sucesso
no momento, ou outros já consagrados, como Tião Carreiro & Pardinho,
Milionário & José Rico, etc. E a base musical desses artistas, se dividiam
em duas partes: músicas raiz, falando sobre a lida do sertão, e a outra parte
eram as músicas românticas (que na época estavam tendo grande abrangência, e
que quebrou alguns paradigmas, como a entrada do sertanejo nos grandes centros
do país e na mídia nacional). E assim a música sertaneja foi seguindo, com a
entrada de alguns novos artistas, mas nada que fugisse muito ao padrão
sertanejo que englobava as músicas raízes, românticas, e as animadas com
um tema mais humorístico, puxando ao lado do duplo sentido”, explica.
Marco
Brasil conta
que, em meados de 2007, com artistas como César Menotti & Fabiano, João
Bosco & Vinícius, Jorge & Mateus, e outros, entra em cena o famoso
"sertanejo universitário", que também se evoluiu ao ponto de hoje ser
julgado como uma espécie de "música popular brasileira". “Ela se
mistura com o arrocha nordestino, com pagode, com funk, com o pop rock, com o
reggae, e por último (e ás vezes, mais esquecida), com a tradicional música
sertaneja. Mas, em meu ponto de vista, isso foi muito bom para todo o mercado, pois muitas
pessoas que julgavam o sertanejo uma música ‘brega’, começaram a apreciar esses
novos artistas e, consequentemente, começaram também a conhecer o trabalho de
artistas consagrados do tradicional sertanejo. Então, fico feliz quando vejo
uma música ‘sertaneja universitária’, ser o hit do ano, como ‘Camaro amarelo’, Ai
se eu te pego, ‘Balada boa, dentre outros, pois sei que isso só soma ao mercado
sertanejo, e do rodeio brasileiro”, comemora.
Mesmo com dezenas de ocupações, o artista deu
entrevista exclusiva para o CULTURA VIVA.
Acompanhe!
CULTURA VIVA: Quem é sua maior inspiração no
Sertanejo?
MARCO BRASIL: Um artista que sou fã desde criança e, há alguns anos, tenho o prazer de ser amigo pessoal dele, é o grande Serjão (Sérgio Reis).
Não apenas por ele ser um ícone da música brasileira, mas sim, pela pessoa carismática, humilde e de bom coração que ele é.
É uma inspiração pessoal e profissional para todos do meio artístico
MARCO BRASIL: Um artista que sou fã desde criança e, há alguns anos, tenho o prazer de ser amigo pessoal dele, é o grande Serjão (Sérgio Reis).
Não apenas por ele ser um ícone da música brasileira, mas sim, pela pessoa carismática, humilde e de bom coração que ele é.
É uma inspiração pessoal e profissional para todos do meio artístico
C.V.: Quem
entende bem da música de raiz sabe distinguir e analisar o que essa nova safra
de cantores sertanejos traz em suas produções?
M.B.: Com certeza. Essa nova safra da música sertaneja tem inovado e "ensinado" muito aos veteranos. As grandes produções, os grandes DVD's, os grandes projetos de marketing, tudo isso são coisas que vieram com o sertanejo universitário e que artistas de todas as épocas buscam se atualizar.
M.B.: Com certeza. Essa nova safra da música sertaneja tem inovado e "ensinado" muito aos veteranos. As grandes produções, os grandes DVD's, os grandes projetos de marketing, tudo isso são coisas que vieram com o sertanejo universitário e que artistas de todas as épocas buscam se atualizar.
C.V.: Quem você
destacaria na área sertaneja lá de trás e quem evidencia hoje?
M.B.: Impossível falar de música sertaneja e não citar os amigos Milionário & José Rico. Mais de 30 anos de carreira e até hoje de agenda lotada, e uma legião de fãs que imortalizam suas músicas passando de geração em geração. Minha mãe ouvia, eu ouço, e meus filhos hoje também ouvem e são fãs dos “gargantas de ouro do Brasil”. E essa é a prova de que a música de qualidade não fica velha, apenas as pessoas que conhecem é que ficam (risos). E, nos dias de hoje, tem muitos artistas que admiro, mas em especial, o Gusttavo Lima. Tive o prazer de conhecê-lo no ano passado, em sua fazenda, e fiquei encantado com seu talento, sua humildade e, principalmente, com seu amor á música. É um artista que vem passando por uma mudança e vem mostrando que o lado romântico e de qualidade, fala mais alto do que os hits de balada. Com certeza, é um dos cantores que veio para ficar.
C.V.: E como
surgiu o rádio em sua vida? Foi primeiro que a TV?
M.B.: Sim, comecei o rádio até antes de ser locutor de rodeio. No ano de 1994 comecei com um programa na rádio Diário FM de Marília (SP), que começava às 5h da manhã - só eu e o programador que escutávamos (risos) - e depois criamos um programa "Clube do Bola Gato", que era um programa musical e humorístico que fazia muito sucesso na cidade. E foi do rádio que comecei a migrar para o rodeio, onde tudo começou. E, atualmente, voltei ao rádio. Em 2014, lançamos novamente um programa de rádio, intitulado: "Programa Alô Meu Povo", e é transmitido por mais de 100 emissoras espalhadas pelo país.
C.V.: No início teve alguma dificuldade em lidar com televisão?
M.B.: Não, não tive grandes dificuldades. Fui me acostumando às telinhas, quando comecei a participar dos programas de televisão, mas, na época apenas como atração (como por exemplo: Jô Soares, Caldeirão do Huck, Planeta Xuxa, Programa do Ratinho, Raul Gil, Hebe, Ana Maria Braga, Amaury Jr, Eliana, dentre outros). Tive a primeira experiência como apresentador na TV Fronteira, filiada da Rede Globo em Presidente Prudente (SP), com o programa "Fronteira do Brasil", o qual tive que interromper por campanha política. Anos depois, comandei o programa "Sertanejo da Massa", na Rede Massa (SBT do Paraná) do amigo Ratinho, e de lá, apareceu a proposta para ingressar com o "Programa Marco Brasil" em rede nacional pela CNT, e hoje também no Canal Rural.
Atualmente, divido meu tempo entre os rodeios, shows e as gravações do programa. Mas, realmente nos últimos tempos, a TV tem sido a minha paixão profissional.
M.B.: Sim, comecei o rádio até antes de ser locutor de rodeio. No ano de 1994 comecei com um programa na rádio Diário FM de Marília (SP), que começava às 5h da manhã - só eu e o programador que escutávamos (risos) - e depois criamos um programa "Clube do Bola Gato", que era um programa musical e humorístico que fazia muito sucesso na cidade. E foi do rádio que comecei a migrar para o rodeio, onde tudo começou. E, atualmente, voltei ao rádio. Em 2014, lançamos novamente um programa de rádio, intitulado: "Programa Alô Meu Povo", e é transmitido por mais de 100 emissoras espalhadas pelo país.
C.V.: No início teve alguma dificuldade em lidar com televisão?
M.B.: Não, não tive grandes dificuldades. Fui me acostumando às telinhas, quando comecei a participar dos programas de televisão, mas, na época apenas como atração (como por exemplo: Jô Soares, Caldeirão do Huck, Planeta Xuxa, Programa do Ratinho, Raul Gil, Hebe, Ana Maria Braga, Amaury Jr, Eliana, dentre outros). Tive a primeira experiência como apresentador na TV Fronteira, filiada da Rede Globo em Presidente Prudente (SP), com o programa "Fronteira do Brasil", o qual tive que interromper por campanha política. Anos depois, comandei o programa "Sertanejo da Massa", na Rede Massa (SBT do Paraná) do amigo Ratinho, e de lá, apareceu a proposta para ingressar com o "Programa Marco Brasil" em rede nacional pela CNT, e hoje também no Canal Rural.
Atualmente, divido meu tempo entre os rodeios, shows e as gravações do programa. Mas, realmente nos últimos tempos, a TV tem sido a minha paixão profissional.
C.V.: Em sua
opinião, o homem do campo ainda tem dificuldade em curtir um programa de TV
dedicado a ele, como o seu, por exemplo? Ou isso nunca existiu?
M.B.:: Até pode existir, mas creio que a maior dificuldade é quebrar a barreira entre o homem da cidade e as culturas do campo. Ainda existe o preconceito dos grandes centroscom os "homens de bota e chapéu". Seja nessa música, no rodeio, na agricultura, ou em qualquer outro aspecto, ainda há uma grande ignorância de algumas pessoas.
M.B.:: Até pode existir, mas creio que a maior dificuldade é quebrar a barreira entre o homem da cidade e as culturas do campo. Ainda existe o preconceito dos grandes centroscom os "homens de bota e chapéu". Seja nessa música, no rodeio, na agricultura, ou em qualquer outro aspecto, ainda há uma grande ignorância de algumas pessoas.
C.V.: O que você
diria sobre a Reforma Agrária no Brasil? O homem do campo tem sido bem
assistido pelo Governo?
M.B.: Acho que ainda falta muito para chegarmos ao ideal e ao que eles merecem. Quando fui candidato a Deputado Estadual pelo Estado de São Paulo, uma das minhas metas/propostas era a valorização do homem do campo, do agricultor. E penso que só conseguiremos isso, com um representante que seja um próprio homem do campo e que saiba das dificuldades que o mesmo sofre. Mas, vejo poucos para levantar essa bandeira e fico triste com isso. Contudo, não deixamos a esperança de lado e espero, sinceramente, que um dia o homem do campo tenha seu verdadeiro valor reconhecido pelo governo.
M.B.: Acho que ainda falta muito para chegarmos ao ideal e ao que eles merecem. Quando fui candidato a Deputado Estadual pelo Estado de São Paulo, uma das minhas metas/propostas era a valorização do homem do campo, do agricultor. E penso que só conseguiremos isso, com um representante que seja um próprio homem do campo e que saiba das dificuldades que o mesmo sofre. Mas, vejo poucos para levantar essa bandeira e fico triste com isso. Contudo, não deixamos a esperança de lado e espero, sinceramente, que um dia o homem do campo tenha seu verdadeiro valor reconhecido pelo governo.
M.B.: Bem, primeiramente, quero agradecer ao amigo Edson Soares pela entrevista e a todos que leitores do blog "Jornal Cultura Viva", o meu muito obrigado a cada um de vocês.
E lembrando a todos que o Programa Marco Brasil é transmitido:
- Ás terças e quintas-feiras ás 14h15m pelo Canal Rural
- Ás quartas-feiras às 23h, e aos sábados às 22h pela Rede CNT, e eu conto com a sintonia de todos vocês, amantes da música sertaneja.
Um grande abraço, fiquem todos com Deus!
Foto: Divulgação