O espetáculo "Memórias de um Pequeno Grande Príncipe", com
livre adaptação, texto e direção de Rachel Palmeirim, passou por
rígidos critérios de seleção e foi contemplado com o agendamento, de todos
os sábados e domingos de abril, no horário das 17h, na Teatro da Casa de
Cultura Laura Alvim. Será a primeira vez que o grupo
niteroiense "Artecorpo Teatro e Cia, já bastante
conhecido na município vizinho, irá apresentar-se na cidade do Rio de
Janeiro. Outra boa novidade é o protagonismo do espetáculo que foi
entregue a um boneco especialmente criado por Márcio
Newlands, um craque na arte.
Nesta releitura do livro de Antoine Exupèry, com direção
de manipulação de bonecos do premiado Marcio Nascimento, os
atores pesquisaram técnicas do teatro de animação para dar vida
ao protagonista, um boneco articulado com 75 cm de altura. Ele
surge a partir do instante em que um avião cai no deserto. O aviador é um homem sisudo, estressado,
e era preciso um choque para organizar seus pensamentos. Com isso, sua memória
traz à tona os personagens simbólicos de sua vida: a Rosa, a Serpente,
a Raposa, o Guarda-Chaves e o próprio Pequeno Príncipe.
Toda a história é permeada com músicas e sonoplastia ao vivo. No
elenco: Rachel Palmeirim, Alexandre Vollú, Eliana Lugatti, Cida
Palmeirim, Renato Badeco e Rafael Tereso. A iluminação é de Ricardo Lyra Jr.,
figurinos de Leonam Thurler e cenário de Gabriel Naegele. Preparação corporal
Fernando Azevedo.
"O
Pequeno Príncipe" na versão do grupo niteroiense
Possuindo em mãos uma história com
inúmeras metáforas, percebemos que havia muito a ser explorado. Decidimos
materializar em cena, primeiramente, o caos que se torna a mente de um aviador
incompreendido que, após uma pane, cai num deserto, lugar onde está sozinho,
com seus pensamentos e reflexões. Com isso, o cenário retrata o interior de um
avião destroçado, que acabou de cair.
O fato inexplicável de um menino
(criança) surgir sozinho no deserto, nos fez optar pelo uso de um boneco de
manipulaçãodireta que surge a partir da confusão mental da cabeça do
aviador. Através do diálogo acreditamos colocar em jogo a ideia de que Pequeno
Príncipe é o alter ego do piloto, que, com a batida,
trouxe à tona o menino que havia dentro dele e que estava adormecido. Essa
proposta torna a história uma análise psicológica da vida do aviador, passando
por momentos amorosos, divinos, de compreensão de quem ele é, e para onde vai.
A cena final do espetáculo esclarecerá para o público essa dualidade.
Os personagens simbólicos,
materializados no livro como Rosa, Serpente, Raposa e Guarda Chaves,
surgirão como em um sonho, sem a necessidade de compreensão de como apareceram
e para onde vão. Cada qual trará consigo instantes importantes da vida do
aviador. A Rosa, simbolizando o amor e suas dificuldades de
compreensão, a Serpente, a superioridade de um ser divino, capaz de
retirar uma vida; a Raposa, a amizade, o cuidado, o carinho,
que surge através de gestos, e não de palavras (uso de máscara inteira); e o Guarda
Chaves, o caos da população.
Além destes personagens o Pequeno
Príncipe viaja “pelo universo” na intenção de encontrar seu lugar.
Esbarra no caminho com diversas criaturas que não lhe agradam. Estes
personagens serão retratados através de três técnicas teatrais que
se unificam para provocar surpresa, estranhamento e reflexão: a animação
das malas, a sombra e as máscaras.
Motivações
do grupo para a montagem de “Memórias de um Pequeno Grande Príncipe”
O tempo acelerado em que estamos
vivendo não nos permite uma reflexão a respeito de nossas vidas, nossos atos e
atitudes. Muitas vezes estrangulamos nossas personalidades, nossos anseios, em
troca de algo que a sociedade nos exige. Para isso, muitas vezes é preciso um
baque, uma “queda de avião” para estacionar o tempo e nos fazer pensar.
Esse “baque” por vezes retira as
“armaduras” criadas ano após ano, e, no caso do espetáculo, ocorre num deserto,
local de plena solidão, mas poderíamos transpor esse fato para cada indivíduo
refletir de que forma se livrar dessa “casca” a que somos impostos.
O príncipe surge nessa história não como referência à realeza,
mas como simbolismo daquilo que temos de mais bonito (dentro e fora). E,
no caso do espetáculo, isso vem da criança, do pequeno príncipe.
A peça deixará um rastro para pensarmos onde e como encontramos esse ser dentro
de nós, como trazê-lo à tona, percebendo que muitas vezes o que temos de mais
singelo e puro está obscuro e trancado em nosso interior.
A literatura repleta de metáforas desse
autor francês ilustra essas reflexões e traz junto valores e filosofias sobre a
amizade, o amor e as percepções de mundo.
"Memórias de um Pequeno Grande Príncipe" com o grupo
ARTECORPO TEATRO E CIA.
Local: Teatro Laura Alvim – Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema – RJ
Casa de Cultura Laura Alvim
Dias: 08 a 30 abril (sábados e domingos)
Horário: 17h
Texto e adaptação - Rachel Palmeirim
Direção de manipulação de bonecos - Márcio Nascimento
Criação do boneco (protagonista) - Marcio Newlands
Ingressos: R$30,00 (inteira) R$15,00 (meia)
Teatro: (21) 2332 2016 - Artecorpo Teatro e Cia: 98680-7880
2722-5091 98875-9899
Whatsapp: 97216-3330
Foto:
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