O chef Rodrigo Frassini, de São Paulo, conhecidíssimo na Capital, também por participações no programa “Mulheres”, da TV Gazeta, em entrevista exclusiva ao CULTURA VIVA, relatou um pouco das dificuldades que enfrentou, em seu trabalho, no início da pandemia. Também falou das dores que viu diversos amigos do setor sofrerem e suas consequências.

 

Batalhador, Frassini não entregou os pontos: arregaçou as mangas, continuou trabalhando e, mesmo depois de encarar uma depressão, deu a volta por cima, conseguiu erguer dois restaurantes e já prepara a inauguração do terceiro. Ou seja, ele consegue transformar a intempérie num tempo bom, de sol rasante, graças ao seu esforço e por acreditar em seu talento. 


Acompanhe o bate papo! 

 

CULTURA VIVA: Como chef, qual foi a sua maior preocupação quando se deparou com a pandemia do coronavírus, em março de 2020? De imediato chegou a pensar que tal fato poderia afetar o seu trabalho?

RODRIGO FRASSINI: O lockdonw aconteceu em um final de semana e eu estava em um evento no interior de São Paulo. Nesse mesmo fim de semana aconteciam vários outros eventos no estado e tive a sorte de ser o único responsável por um evento que não foi fechado. Então, conseguimos manter o evento e não ter prejuízo. Isso assustou muito, pois meu maior faturamento são os eventos, e já pensava como a pandemia ia afetar meu trabalho, pois não deu tempo de me preparar para isso.


 Rodrigo Frassini em uma de suas participações no “Mulheres” (TV Gazeta)



C.V.: E quando os restaurantes foram obrigados a fechar as portas, a realidade te assustou?

R.F.: Muito. Vários amigos fechando as portas e todos sem saber o que fazer. Você se sente impotente, sem saber como agir. 


C.V.: O que poderia detalhar aqui, em sucintas palavras, sobre os prejuízos que o senhor teve?

R.F.: Nossa, prejuízo total! Me vi, certo dia, tendo que trabalhar como motorista de caminhão para me manter. Perdi muita coisa nessa fase.  


C.V.: E de outros empresários amigos seus do mesmo ramo, na Grande São Paulo, que informação teve da situação deles?

R.F.: Tive amigos que perderam tudo também. Alguns tiveram que morar em abrigos, vários sofreram com depressão, e eu fui um deles. Outros, ainda, conseguiram se manter por um tempo. 


C.V.: De certa forma, os restaurantes ficaram trabalhando apenas com delivery, mas a queda na demanda foi assustadora para muitos empresários. O que mais ouvia sobre este fato, em São Paulo?

R.F.: Quando parei com o caminhão, voltei para a cozinha com delivery.  Em alguns dias fiquei surpreso com a quantidade de pedidos que tinha, mas não era sempre: na maioria dos dias o movimento era fraco e, para te falar a verdade, no começo, até ouvia alguns amigos, mas, depois, evitava falar disso, pois todos estavam em uma situação complicada e, tocar no assunto, nos machuca muito. 


C.V.: Meses depois do início da pandemia, os restaurantes começaram a trabalhar com capacidade de 20 a 25% dos clientes. Representava um novo começo para o senhor? Percebeu animação por parte de sua concorrência?

R.F.: Nossa, quando voltou foi uma alegria imensa, tanto por parte dos proprietários, como dos funcionários e dos clientes! Eu não tenho concorrentes: tenho amigos que me ajudaram e eu os ajudei. Foi lindo ver as portas se abrirem!


C.V.: Depois de toda essa situação, o senhor traz uma novidade para os amantes dos seus pratos e vem uma surpresa aí. Que notícia é essa?

R.F.: Sim temos surpresas! Estamos voltando com mais força e mais maduros do que antes! Hoje são duas casas abertas na cidade de Osasco, onde eu assumi as cozinhas. 


C.V.: Ainda em tempos de pandemia, abrir algo novo é um desafio e tanto. Que estratégia precisou criar para evitar gastos excessivos e conquistar mais lucros?

R.F.: Sim é um grande desafio, mas encarei isso como algo normal. A estratégia é estudar muito, procurar bons fornecedores e quando você tem fornecedor bom, equipe boa, um bom planejamento e acredita em seu trabalho sem ser um aventureiro, o lucro vem! 


C.V.: E como será seu novo restaurante? Servirá pratos variados ou prefere segmentar?

R.F.: Vou segmentar e servir variados e criar algo novo também. Inclusive, já criei um novo para o Farol Beer. E ainda virá mais! 


C.V.: Onde serão as novas instalações e que nome terá o restaurante?

R.F.: O Farol Beer fica na Avenida Newton Estilac Leal, 1017, no bairro da Cidade das Flores, em Osasco. Já o Emporium Altino fica na Rua Osvaldo Colino, 515, no bairro Presidente Altino Osasco. E logo virá outro! 


            Rodrigo Frassini no “Farol Beer”


C.V.: Para quem deseja mais informações sobre esta novidade que irá abalar São Paulo, como pode falar com o senhor? Quais são suas redes sociais?

R.F.: Pode me acompanhar pelo Instagram @rodrigofrassini ou Facebook Chef Rodrigo Frassini. Logo irei lançar meu canal no YouTube, onde vou trabalhar com reaproveitamento de alimentos. 


C.V.: Enquanto o restaurante ainda não foi inaugurado, o público pode continuar fazendo encomendas de suas especialidades na cozinha? Quais os pratos mais solicitados?

R.F.: Hoje estamos com os dois restaurantes funcionando. Voltando as feiras Gastronômicas, voltarei a viajar pelo Brasil.  Mas, o público pode fazer encomendas sim. Os pratos mais solicitados são: a paella de frutos do mar – famosa por estar presente na Fórmula 1, em São Paulo, atendendo 1900 pessoas por dia em três dias de competição. Por isso, ficou tão conhecida!


 Fotos: Divulgação

 


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