O espetáculo “Mixórdia e Cia.” – escrito pelos atores Lino Corrêa e Fernando Reski – é um verdadeiro show de irreverência. Uma produção simples, mas com um elenco de talento-nato, que prende a atenção do público no texto e na desenvoltura de cada um. Isso faz com que a ausência de aparatos cenográficos sejam desnecessários no momento da apresentação. No elenco, Lino Corrêa, Fernando Reski, Cida Moraes e Christian Knupp, acompanhados por dois cantores e um bailarino.
Ao tratar a realidade do Rio de Janeiro, no meio do espetáculo, Reski entra caracterizado de mosquito da Dengue para brincar com a platéia e distribuir brindes. Leva anônimos ao palco e ali a risada rola solta pelos quatro cantos do teatro. Num tom mais sério, Corrêa sobe ao palco vestido de preto e faz um discurso emocionante sobre a Cidade Maravilhosa e quase arranca lágrimas. Comenta as belezas centradas aqui, porém destaca a violência e as tragédias que insistem conviver com cariocas e fluminenses, simultaneamente.
Educativo, “Mixórdia e Cia” explica o termo “mixórdia”, ligando a algo sem valor político, o que deixa as pessoas antenadas na maneira pedagógica com que Corrêa fala e ensina sobre a palavra.
O tempo todo decorado com músicas de qualidade, entre clássicos internacionais e coreografias muito bem-boladas, o espetáculo traz uma frase marcante entre suas cenas: Knupp narra uma história em que o “Amor” fica perdido numa ilha e muitos sentimentos passam com seus barquinhos e não o salvam; apenas o “Tempo” lhe atende. Então, o ator completa: “Só o Tempo pode entender um grande Amor”. Toda exibição sem erros. Sem falhas. Se surgem imprevistos em cena, o elenco está de parabéns... Eles não aparecem claramente ao público... “Cativo” até o final da peça. Inclusive, vedete, Cida Moraes abre o show dublando Carmem Miranda. Luxo, profissionalismo, sofisticação.
Enfim, “Mixórdia e Cia” nos faz refletir sobre a atual situação de grandes artistas brasileiros que perderam o espaço na TV e nas grandes casas de espetáculos para as novas tendências que, mais são invólucros do mercado que artistas de verdade, com “A” (maiúsculo). Como a TV, principalmente, perde quando não reserva um cantinho para profissionais como do elenco da peça em questão. Mais que celebridades, são “atores sociais” compreendendo a saga cotidiana do povo e revela no palco, de forma leve, agradável e atraente, sem pretensões, porém com ótimas intenções. Salve, salve, Lino Corrêa e Cia.!
O espetáculo está em cartaz no Teatro Posto Seis, em Copacabana, até o fim desse mês, nos fins-de-semana (sábado, às 21h, e domingos, às 20h30m). Sem dúvidas, vale a pena conferir! Mais informações, ligue para o Teatro: (21) 2287-7496.
Foto: Edson Soares.
1 comentários:
A peça é ótima e realmente os artistas dão um show, recomendei para todos, só tenho uma crítica a fazer: o ator LINO CORREA é cheio de estrelismos e age como uma celebridade internacional, pasmem, nunca ouvi falar desse cara antes! Conferindo outras cenas dele através do orkut vi que ele interpreta sempre o mesmo personagem: ELE PRÓPRIO! Além do mais é papagaio de pirata, usando como amigos (as) celebridades fora da mídia para aparecer. Aqui vai uma dica LINO CORREA: aja com humildade, vença por si mesmo sem pegar carona na fama dos outros e aprenda a interpretar acima de tudo! No mais nota 10 para a peça, Fernando Reski se superando e o jovem Christian Knupp com certeza um talento nato além de lindo, parabéns Cida Moraes e os demais, MUITO SUCESSO!
MARCELO SILVA ZIMMERMMAN (RIO DE JANEIRO)
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