Diretor de cinema brasileiro tem carreira premiada no exterior

11 dezembro 2008 |


Para quem sempre teve “queda” pelo mundo das artes, o diretor de cinema Adriano Carlos, 26 anos, iniciou bem a carreira. Se tornou profissional com trabalho reconhecido em 2004, quando estreou o musical infantil “Ali onde Judas perdeu as botas”, na cidade de Boston, em Massachusetts (Estados Unidos), com texto e direção de Edel Holz.
Na verdade, sua primeira produção foi em 2006 com co-direção do cineasta italiano Michelangelo Antonione no curta “Amore Amore” - um drama baseado na vida de um dos maiores pintores renascentistas, Leonardo da Vinci. “O filme conta toda a trajetória de sua vida, bem como também os conflitos e amores acometidos da época. O curta procura mostrar, ainda, a simplicidade e a criatividade de Da Vinci no quesito ‘Multiplicidade de Talentos’”, explica.
Sua trajetória se desdobra em trabalhos dignos de prêmios, como “Tal pai, tal filhas” - uma adaptação baseada na comédia de Shakespeare “Como gostais”. “Trabalhei com grandes atores em Boston. Nosso querido Lucas Constante, também Shariane Hillier, Luis Salém e Stênio Garcia”, detalha.
Como reconhecimento de seu empenho e comprometimento com a produção da arte, Carlos acabou de receber o prêmio “Talento Brasil Gold Star”, como Melhor Roteiro e Fotografia no filme “Eu te amo, meu Brasil”, concedido pelo Banco do Brasil e Rede Globo Internacional. “Uma estória baseada na vida de dois adolesentes filhos de imigrantes, onde ambos lutam pelo amor incondicional pelo Brasil indo contra seus pais, que não permitem tal ‘adoração’ por acreditarem que o país é uma terra que nunca deu frutos e oportunidades aos seus compatriotas. Esse filme traduz o sentimento e mostra o universo deles ao país de origem, Brasil”, conta.
Como especialista, o jovem diretor nunca teve oportundiade de produzir filmes no Brasil. “Amigos meus dizem que é muito sacrificante e, acima de tudo, frustrante”, destaca. “As leis de incentivo estão aí para ajudar o diretor, o produtor... Mas, de que adianta tais leis? Para conseguí-las, você tem de enfrentar uma maratona, puxar um saco grande, se humilhar para conseguir a verba; a não ser que você tenha um Q.I. e pronto: tudo está resolvido. É uma vergonha!”, protesta.
Para ele, o cinema não tem sido tratado como uma Atividade Econômica e, sim, como um Mecenato. “Nada tem sido feito de concreto no sentido de transformar isto numa Atividade Econômica, como já foi antigamente. A Ancine tem pouco poder. Os cineastas precisam de um apoio maior do Governo Brasileiro e acabar de uma vez por todas com favorecimento. Aí, sim, as fronteiras começarão a ser abertas”, analisa.
No tocante à Publicidade, carro-chefe de altas produções, o diretor observa que o empresário brasileiro acredita e investe no mercado cinematográfico. “Muitas produções foram custeadas com apoio de empresas. O empresário brasileiro sabe que disponibilizamos de mentes magníficas e criativas no mundo do cinema brasileiro, como Walter Salles, Hector Babenco, entre muitos outros. Ele sabe que, se a trama for impactante, envolvente de forma a prender a atenção do público, com certeza, renderá bons frutos ao seu nome à sua marca.”
“Mineiro da gema” – como ele mesmo se considera – Carlos, nasceu em Ipatinga (MG) e planeja para o primeiro semestre de 2009 a pré-produção de um longa que dará continuidade ao curta “Eu te amo, meu Brasil”, com cenas mais apuradas, elenco de primeira com belas locações na Ilha de Cape Cód, em Massachusetts. “Tudo gravado em alta definição”, promete. “E, atendendo o convite da atriz Shariane Hillier, eu assino a direção e o roteiro de um programa de TV a partir de março. Será uma opção televisiva com temas variados destinado ao público jovem”, adianta Adriano Carlos com exclusividade para o “Cultura Viva”.

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