Robson Sanches conta sua história

25 janeiro 2009 |


O ator, diretor e contador de histórias, Robson Sanches, 31 anos, começou a carreira artística em 1992, aos 15 anos, com o corpo de teatro até criar uma companhia de teatro, que foi uma forma de entrar no mercado de trabalho. “A gente criou um grupo de teatro chamado FarsaCena, que foi a união de ‘Farça’, que é um estilo cômico, com “Cena”, que significa exatamente o estar em cena, o ato teatral. Então, a gente fundiu essa coisa toda porque sempre trabalhamos muito com a comédia. O intuito foi de mostrar o trabalho mesmo, de participar de festivais. O primeiro festival que a gente participou foi o festival de esquetes, no Teatro do Barrashopping, na Barra da Tijuca, que hoje nem existe mais. Foi a maior sensação porque a gente ganhou Melhor Atriz, Melhor Ator e melhor Direção do Esquete”, recordou.”

CULTURA VIVA: E a contação de histórias veio quando? Começou no grupo?
ROBSON SANCHES: Veio depois que eu, inclusive, comecei a fazer participações televisivas. Não começou no grupo porque, na verdade, eu sou fundador do grupo, com mais uma atriz e diretora, que é a Monique (com quem eu sou casado hoje) e mais duas pessoas que já não estão fazendo parte mais do grupo. O FarsaCena eu continuo dirigindo, atuando e, paralelo, eu começo a fazer, agora, participações em TV, coisas pequenas, em novelas. A última que eu fiz foi uma participação em “Malhação” e no “Linha Direta”, no caso “Cézio de Goiânia” falando sobre a radioatividade, que há 20 anos atrás matou muita gente na cidade. E, voltando para contação de histórias, foi um convite que surgiu exatamente assistindo as apresentações dos meus espetáculos da FarsaCena. A gente costuma fazer na FarsaCena espetáculos clássicos onde dessacralizamos o texto, como por exemplo de “O médico à força”, de Molier; nós fizemos Shakespeare; agora, o mais recente foi “Sonhos de uma noite de verão”, que inclusive, nós vamos estar a partir de janeiro com a direção minha e da Monique , supervisão do Amir Haddad, percorrendo todas as cidades do interior do Estado do Rio de Janeiro, através do programa de fomento à Cultura da Funarte, o Myriam Muniz. Nós fomos contemplados e estaremos percorrendo as praças, esse projeto se chama “Shakespeare nas Praças”. Estaremos levando à Duque de Caxias, à São Gonçalo, à Araruama, à Saquarema, à Parati. Em várias cidades estaremos fazendo essas apresentações nas praças, com o nosso mais recente espetáculo “Sonhos de uma noite de verão”. Já fizemos Tchecov também.

C.V.: Isso quer dizer que você hoje, não fica só na contação de histórias, atua também.
R.S.: A contação de histórias é um trabalho que a gente faz diretamente nas escolas e também quando há um contrato de alguma empresa que queira que a gente faça algo em cima de um assunto já encomendado por ela. Então, a gente segue uma diretriz, faz mais ou menos o que fazemos aqui (no “Espaço Conhecer Petrobras”, na Bienal do Livro), que é transformar de forma lúdica, todo esse material, todo esse acesso que a Petrobras quer disponibilizar e, de forma enriquecedora para as crianças.

C.V.: Na sua contação de histórias, você tem todo um tom educativo como se fosse um professor. Como consegue unir isso: ator, professor, educador?
R.S.: Acho que tudo - o ator, o professor e o educador - têm uma linha muito tênue de preocupação, que é a seguinte: eles precisam fazer com que o público deles entenda e se interesse pelo o que ele está propondo. O Amir Haddad tem uma frase que eu acho inesquecível, que é: “tudo do que você faz no palco, se não for verdade, é mentira”. Então, é por aí que eu penso. Quando estou falando com as crianças, eu tento falar de verdade com elas de forma com que entendam, e tento ouví-las também o tempo todo porque, principalmente a criança, eu digo que é o público mais exigente que tem porque se ele gosta, diz que gosta e, se diz que não gosta, vai falar na sua cara “não gosto, você é chato, sai daqui”. É um público sincero.

C.V.: Qual o seu contato para quem quiser te contratar para shows, espetáculos?
R.S.: Podem entrar em contato conosco através do site ou pelos telefones (21) 9188-2335 ou 3412-0320, que é o da Companhia.

Foto: Edson Soares

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