Site para jornalistas traz ferramentas viáveis no contato entre imprensa e assessorias

02 janeiro 2009 |


Um site produzido para jornalistas: . Segundo o Diretor da Escola de Comunicação do “Comunique-se”, em São Paulo, Cássio Politi, o site nasceu no dia 10 de setembro de 2001. O idealizador do projeto foi o Rodrigo Azevedo, atual presidente da empresa. Politi informa que Azevedo não é jornalista, mas trabalhou na área de informática do Jornal do Brasil e, posteriormente, em uma assessoria de imprensa, a FSB. Ao observar que faltavam ferramentas que facilitassem a comunicação entre imprensa e assessorias, criou a página virtual. “Seu perfil empreendedor impera na empresa até hoje. Muitos dos líderes do Comunique-se são pautados pelo empreendedorismo, como é o meu caso”, disse com exclusividade ao “Cultura Viva”.
A matriz do “Comunique-se” fica no Centro do Rio de Janeiro e a filial, em São Paulo. Entretanto, o escritório de São Paulo é maior (em área e quantidade de pessoas) e centraliza as principais operações. É justamente lá que funciona a Escola de Comunicação. “Em nossa sede, temos uma sala de aula para cerca de 30 pessoas”, destacou.

CULTURA VIVA.: Ao longo dos anos, como tem sido a receptividade e a participação dos jornalistas com o veículo de comunicação?
CASSIO POLITI: São atualmente 120 mil usuários ativos. A grande maioria lê o Comunique-se buscando informações sobre o mercado. Além disso, há os eventos. O Prêmio Comunique-se reúne os mais renomados jornalistas do Brasil em uma festa anual. Já é considerado o “Oscar” da imprensa brasileira. São mais ou menos 80 mil votantes na fase final. É um colégio eleitoral maior que o de muitas cidades. Paralelamente, existe a Escola de Comunicação, área que eu dirijo. Recebemos cerca de 4 mil jornalistas e pouco mais de mil estudantes por ano.

C.V.:Jornalista falar para jornalista facilita o canal de comunicação?
C.P.: Facilita, sim, porque a interatividade se torna mais fácil. A internet inova a relação entre veículo e público em um aspecto: a interação. É fundamental que o público gere conteúdo e o jornalista tem o perfil ideal para isso. Ao mesmo tempo, a cobrança é maior. O Comunique-se não deixa de ser um veículo de comunicação e, como tal, é cobrado por um público especializado. Então, as críticas também são incisivas. Afinal, a natureza do jornalista é criticar.

C.V.: Como o site trata a questão “ética no Jornalismo”? Existem critérios específicos para ressaltar isso na categoria?
C.P.: A direção da empresa (da qual faço parte) cobra mais reportagens que tragam novidades ou, quando for o caso, matérias investigativas. Principalmente, cobra-se apuração e checagem. A postura da redação é conseqüência dos valores da própria empresa. Um desses valores é “não toleramos inidoneidade”. Vale, claro, para a redação. É uma questão de moralidade. Em se tratando de ética, particularmente eu sou contra as reportagens em que as fontes não se identificam. É legal? Sim. Mas é ético? Na minha visão, não. Se você não tiver testemunhas ou documentos para provar aquilo que a matéria afirma, é o caso de derrubar a pauta. Mas, avaliando o histórico, o Comunique-se está bem amparado. A editora, Miriam Abreu, é impecável na questão ética.

C.V.: Dá para revelar um pouco os bastidores do site? Como buscam assuntos, fontes? Como mantém contato com os colunistas? E enfim, como toda gama de informação é publicada no site?
C.P.: Os repórteres mantêm contato com os veículos e jornalistas. Com alguns, o contato é mais freqüente do que com outros. Essa relação é tranqüila porque quase sempre as reportagens tratam de assuntos do cotidiano dos jornalistas. Mas, claro, quando há uma crise ou um fato negativo, a relação muda. É assim em qualquer redação.

C.V.: E a Escola de Comunicação? Como funciona e qual sua intenção?
C.P.: A missão da Escola de Comunicação do Comunique-se é facilitar a transferência de conhecimento prático do mercado aos jornalistas e estudantes. Então, os cursos têm obrigatoriamente de ter caráter prático, de modo que os alunos adquiram uma habilidade.

C.V.: Há algo mais que considere importante divulgar sobre a Escola de Comunicação?
C.P.: Nesse ano, o site da Escola de Comunicação do Comunique-se produzirá conteúdo. Será bem diferente do hard news do Comunique-se. Publicaremos pesquisas e conclusões de debates entre especialistas. Trata-se, na verdade, de uma forma de alinharmos o site à missão da Escola de Comunicação: transferir conhecimento.

Foto: Arquivo pessoal de Cássio Politi

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