Manifestar o querer. Satisfazer necessidades. Saciar o corpo. Estas três frases representam o nosso “Ego”, de acordo com o livro “O Corpo Fala”, escrito por Pierre Weil e Roland Tompakow, nos anos 70. Baseados nas análises de Freud, eles chamam de “Ego animal” a necessidade humana de comer, beber, defecar, urinar e ter relações sexuais. Tais atitudes “procuram garantir a nossa sobrevivência pessoal e da espécie”. Porém, culpam a sociedade por contrapor estes impulsos, bloqueando-os. Como exemplo, para o bebê mamar, há o horário certo; as necessidades fisiológicas devem ser feitas em certos locais; relacionamento sexual somente “com certas pessoas e em certas condições conhecidas de todos”. As regras do meio impedem a pessoa ser livre para decidir ou atuar de forma natural, espontânea, impondo seu próprio limite. Daí, o raciocínio de cada um daria os entraves... Sem pressão ou obrigatoriedade.
Se não cumprirmos os ditames sociais, somos deslocados do grupo e passamos a viver à margem. Como ninguém consegue viver só... Até mesmo quem é solteiro se relaciona com outras pessoas no mundo exterior à sua residência... “Cada vez que um impulso não é imediatamente satisfeito, a energia a ele destinada se acumula no músculo que lhe impede a descarga, provocando uma tensão muscular”, como se comprime a bexiga, enquanto se procura um banheiro desocupado, desesperadamente.
Por outra via, Freud considera “Superego” os agentes repressores que provocam adiamento dessas descargas, que são os pais. Mediante a educação que se recebe em casa, já na fase em que se adquire maturidade e consciência das melhores atitudes comportamentais, algo sinaliza no interior ao informar os procedimentos ditos “corretos”. “Esta voz interior, que se torna inconsciente, é o que Freud chamou de Superego”.
O livro, de maneira muito clara, explica todas as formas de comportamento humano e evidencia o porquê de um deslizar de pé ou o jeito que se gesticula. Num texto cômico e com figuras hilariantes, se compreende bastante o animal que somos.
A cada passo na vida, descobrimos novas formas de atuação no palco da vida. Em cada ato, uma inclinação... O “Ego” em ação!... Mais adiante, a voz intrínseca que fala mansamente, mia, grita, às vezes, dizendo: “Pare!... Atenção!... Perigo!”. Isso prova que o ser humano é complicado porque, em sua questão de sobrevivência, os deveres vêm envoltos de complicação, sempre obrigando. Em certos casos, a agressividade impera. Isso gera tensão muscular, enfermidades, estresse... Frutos da culpabilidade.
Contudo, não se pode esquecer: há liberdade na imaginação para voar e viver o que o “meio” não permite. Nesse ambiente, não há imposições...
Já ia me esquecendo... Ainda assim, há uma regra... Ser feliz... Puramente feliz!
EGO... SUPEREGO!
22 agosto 2009 Postado por JORNAL CULTURA VIVA por Edson Soares às 18:58 | Marcadores: Edson Soares
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