QUEM SERÁ O ENCALHADO?

26 julho 2010 |


Quando alguém está sozinho, sem um par romântico, logo é taxado como “encalhado”. Desde os tempos mais remotos se usa esse termo para determinar pessoas que não conseguem se encontrar na vida sentimental e passam os dias sem ter com quem compartilhar seus momentos de alegria, choro, conquistas, erros, enfim, desafios que o cotidiano apresenta. Muitas vezes, boa parte destas pessoas já procuraram, se esforçaram, mas só tiveram fracassos. De repente, as escolhas se revelavam, com o passar do tempo, difíceis demais para manter uma boa convivência. Na verdade, não haviam concordâncias suficientes que pudessem garantir um futuro mais promissor. Com isso, o mais correto (seria) desistir da relação e continuar buscando sua metade em algum lugar. Outros, ainda, namoram um aqui, outro ali e não conseguem sustentar o relacionamento, apontando deficiências exageradas nos pares encontrados. Assim também fica difícil. Jamais existirão pessoas perfeitas em todos os sentidos. Sempre cometerão falhas, erros e alguns até gravíssimos porque todas são humanas, passíveis de imperfeições. Então, o jeito é dar atenção para as inclinações do coração. Bate mais forte? Seus olhos brilham? Pensa constantemente na pessoa? Seu comportamento tende a mudar quando estão juntos? Você fica mais tímido, frágil, sensível? Vocês se completam? Se entendem? Vale realmente a pena o tempo que passam juntos? Há amizade e cumplicidade? Se estas respostas forem positivas, não precisa ter dúvidas, é o amor da sua vida. Mesmo que no futuro encontrem dificuldades, o amor vai ajudar a dissipá-las. Ele vai ser a base da construção. Quando existe amor sincero, pode vir a maior tempestade que jamais vai derrubar a casa que construíram na “rocha do amor”.

O mundo vive em constante cobranças. Os pais cobram obediência e a tarefa de casa pronta dos filhos. O Governo cobra impostos. Se passar do prazo, gera multas. Se está sozinho, logo perguntam “onde está a outra metade?”. Parece até que o “coitado” é deficiente. Se casou, logo torcem pelos filhos. Por que ao invés da sociedade cobrar namoro de quem está sozinho não o deixa livre para decidir-se por sua vida? Sossego é algo que todo mundo preza. Com paz, tudo é resolvido com mais facilidade.

Analisando bem a situação, será que o verdadeiro “encalhado” não seria àquele indivíduo unido com alguém que depois de certo tempo demonstrou ser outra coisa, trouxe grandes decepções e ainda mantém uma aparência de casamento sadio? Logo pensam “se eu me separar, o que vão pensar de mim, vai manchar a minha imagem”. E nessa vegetação, fica “encalhado” num relacionamento altamente improdutivo. Isso fere a alma e o coração. Acaba com a verdadeira alegria de viver. É uma doença que não aparece na pele porque se trata de uma corrosão interna. Vale a pena viver assim, encalhado numa situação em que o “entulho” é a falsa aparência? Para cobrar de alguém, é preciso ter certeza de que se está em dia com muitas coisas nesta vida. Pode parecer que não, mas o termo “encalhado”, hoje, recebe novos indivíduos em seu grupo.

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